Arthur Virgílio: política econômica é pautada pelo medo do mercado



O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) disse nesta terça-feira (20) que a política econômica patrocinada pelo governo federal é ditada pelos interesses do mercado financeiro, que leva em consideração apenas os indicadores macroeconômicos (câmbio, risco-país, aplicações externas de curto prazo) e deixa de lado o desempenho da chamada economia real.

- Os indicadores oficiais mostram que, desde dezembro do ano passado, o número de pessoas desocupadas nas seis principais regiões metropolitanas cresceu cerca de 400 mil, destes, 230 mil só na cidade de São Paulo - afirmou o senador.

Na avaliação de Arthur Virgílio, a atual política econômica provoca a paralisação da atividade econômica. -Os investimentos diretos atingiram no início do governo do PT sua marca mais baixa em oito anos-, criticou. Além disso, segundo o senador, os bons resultados no câmbio e no risco-Brasil nada mais são do que um retorno a um patamar verificado no ano passado.

- Nem é preciso dizer qual o custo que tal prática impõe ao crescimento. E sem crescimento não há como combater e vencer o desemprego, a violência, a fome, as desigualdades sociais - disse.

Arthur Virgílio mostrou-se pessimista com os rumos da economia brasileira, a partir da combinação entre inflação alta e desaceleração da economia. Diante deste quadro, alertou o senador, é fundamental que o governo promova a redução da taxa de juros.

- Justificaram pelo aumento do dólar e ele já caiu; justificaram pela inflação crescente e ela já arrefeceu. Enfim, já se foram os motivos do governo do PT para aumentar os juros, mas eles não abaixaram - disse.

O líder do PSDB disse ainda que o governo já poderia ter tomado medidas concretas para desonerar os setores produtivos. Por outro lado, afirmou, estaria tomando medidas que aumentam arrecadação e prejudicam a atividade econômica.

- A falta de ousadia e a própria apatia na defesa da reforma tributária sinalizam que, no fundo, esse é um governo que não quer reformar mesmo. Talvez faltem coragem e competência para promover as mudanças - afirmou.



20/05/2003

Agência Senado


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