Arthur Virgílio volta a cobrar correções na política econômica



O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), criticou na sexta-feira (8), em Plenário, os rumos da política econômica e, com base em notícias publicadas na imprensa, disse que as companhias estrangeiras já se desfizeram de US$ 18,90 bilhões em negócios no país, entre janeiro de 2003 e outubro deste ano - 112 % a mais que os US$ 8,95 bilhões registrados nos quatro anos anteriores.

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- Basta observar quem está tirando dinheiro daqui para ver a relação quase direta entre o desinvestimento e a efetiva falta de uma agenda de ações econômicas por parte do governo federal. Este ano, quem lidera o ranking é o setor elétrico: foram retirados US$ 1,5 bilhão até outubro, ou um quarto do total - disse.

Arthur Virgílio também criticou um eventual aumento da carga tributária. Segundo ele, um acréscimo da carga fiscal já é previsto pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa Tributária (IBPT). O líder do PSDB apontou "incoerência" por parte do governo em relação à questão.

- Em abril de 2005, a equipe econômica encaminhou ao Congresso um projeto de LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) com um limite de 16% do Produto Interno Bruto (PIB) para a carga federal, que ainda estava em 16,2% do PIB, registrados em 2004. A promessa era de redução da carga, mas o que aconteceu foi o oposto: em 2005, a receita subiu para 17,2% do PIB e este ano atingirá 17,5 do PIB - afirmou.

Imprensa

Em seu discurso, Arthur Virgilio disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva permitiu ao presidente da Radiobrás, Eugenio Bucci, imprimir "rumo correto à empresa", apesar, segundo ele, "de o relacionamento do governo com a imprensa nunca ter sido dos melhores e de o governo jamais haver demonstrado compreender o verdadeiro significado e a importância da liberdade de imprensa para os cidadãos e para a democracia".

- Agora, às vésperas da remontagem do governo para o segundo mandato, aflorou o desagrado que a conduta da Radiobrás vinha provocando em setores do PT e do governo. O assessor palaciano, Bernardo Kucinski, tornou-se o porta-voz do descontentamento ao dizer, publicamente, que a Radiobrás teve vergonha de ser estatal. Bucci não aceitou a crítica - disse.

De acordo com Arthur Virgílio, Bucci respondeu "à altura" a Kucinski por meio de entrevista publicada pelo jornal Folha de São Paulo, na qual o presidente da Radiobrás explica que a empresa é uma estatal e, portanto, não pode ser partidária ou fazer propaganda do governo.

- Bucci, que ocupou importantes cargos em órgãos de relevo da mídia e foi professor de Ética Jornalística da Faculdade Cásper Líbero, em São Paulo, pôs a empresa a serviço do cidadão, das liberdades. Para ele, a Radiobrás é uma empresa do Estado e não do governo, e muito menos de um partido político. Ele a fez funcionar realmente como agência noticiosa - ressaltou.

Arthur Virgílio anunciou ainda que encaminhou, ao Plenário, voto de lembrança pelos dois anos da morte da jovem Maria Cláudia Del Isola, violentada e morta em 9 de dezembro de 2004 no Lago Sul, em Brasília.



08/12/2006

Agência Senado


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