Arthur Virgílio presta solidariedade a Jefferson Péres e recebe o apoio de dez senadores
Em discurso no Plenário nesta terça-feira (30), o líder do PSDB no Senado Federal, senador Arthur Virgílio (AM), prestou solidariedade ao senador Jefferson Péres (PDT-AM) que, ao discursar da tribuna pouco antes, negou qualquer envolvimento com o chamado Caso Siderama (Siderúrgica da Amazônia). A empresa de siderurgia teria deixado de repassar ao governo os recursos do Imposto de Renda retido na fonte de seus funcionários, na década de 70. Jefferson Péres foi diretor administrativo da empresa.
Arthur Virgílio classificou um suposto dossiê contra Jefferson Péres, que teria sido distribuído a senadores, de "peça de campanha eleitoral" e disse que se trata de uma tentativa de intimidação contra o colega, que é relator da terceira representação contra o presidente licenciado do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
O líder do PSDB disse não esperar - e não aceitar - outra providência de Jefferson Péres que não seja o pedido de cassação de Renan por quebra de decoro parlamentar.
- Espero um relatório claro e firme. É impossível dizermos que não houve quebra de decoro. O que tem valor para mim é a crise em que a intransigência do senador Renan Calheiros de se manter na Presidência da Casa por todo aquele tempo mergulhou o Senado Federal. Isso, para mim, já configura claramente a quebra de decoro - disse Arthur Virgílio.
Apartes
Em apartes, outros dez senadores cumprimentaram o líder do PSDB pelo discurso e também prestaram solidariedade ao senador Jefferson Péres que, também em aparte, reafirmou que pedirá a cassação de Renan caso encontre elementos contra o presidente licenciado. Alvaro Dias (PSDB-PR) repudiou a "afronta contra o senador Jefferson Péres", o qual classificou de "qualificado, probo, dedicado, transparente e franco".
A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) disse que o presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), tem o direito e a obrigação de promover, durante seu mandato transitório, a reorganização do Senado e a recuperação da credibilidade da Casa frente à sociedade. Já o senador Almeida Lima (PMDB-SE) classificou de "matéria ridícula" a reportagem publicada pela revista Veja sobre as acusações contra Péres.
- A quem interessava essa publicação ridícula? Essa matéria interessa, única e exclusivamente, à revista Veja e a todos aqueles que desejam cassar o mandato do senador Renan Calheiros. Isso é uma palhaçada que vem se mantendo na mídia há mais de quatro meses, quando poderíamos estar aqui a discutir coisas sérias - opinou Almeida Lima.
O senador Osmar Dias (PDT-PR) afirmou que Jefferson Péres é "um homem honrado, correto e que merece toda a confiança do Senado e do país".
- Eu não seria louco e nem injusto de acreditar numa palavra dita na denúncia feita contra o senador Jefferson Péres - afirmou Osmar Dias.
O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) afirmou que "o Brasil todo que conhece o senador Jefferson Péres sabe que ele está sendo vítima de uma pressão". Heráclito aproveitou e pediu providências da Corregedoria e da Presidência do Senado sobre uma possível nova "temporada de caça às bruxas" contra senadores.
- Esse pessoal que vive desse tipo de expediente de bisbilhotar a vida alheia está novamente atuando. Os indícios estão aí e são muitos. É inaceitável e é impraticável o que se vem fazendo - disse Heráclito.
Logo depois, Tião Viana determinou que a Corregedoria Parlamentar do Senado tome as devidas providências acerca da reclamação de Heráclito.
O senador Sérgio Guerra (PSDB-PE) afirmou que Jefferson Péres tem "o respeito de seus companheiros do Senado" e disse considerar inconsistente a acusação contra o colega. Ele acrescentou que o Senado precisa sair da situação em que está, "apurar o que tem de apurar e responsabilizar quem tem de ser responsabilizado para tomar um outro caminho".
Demóstenes Torres (DEM-GO) também solidarizou-se com Jefferson Péres e disse ter certeza que o colega fará "um relatório decente". Mário Couto (PSDB-PA) afirmou que as pessoas que "tentaram intimidar o senador Jefferson Péres são burras, ignorantes", pois o Caso Siderama aconteceu há 30 anos, portanto fora do mandato de senador.
Papaléo Paes (PSDB-AP) disse que os senadores têm o dever de "normalizar as ações da Casa", continuando com as investigações mas também cumprindo as responsabilidades de legisladores. Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) afirmou que Jefferson Péres é "uma figura emblemática no Senado, um homem íntegro e capaz, e um homem público que orgulha a todos os senadores desta legislatura".
- Reafirmo, então, a solidariedade ao Senador Jefferson Péres, que não tem mais que se explicar e que tem apenas de elaborar o seu relatório na linha da coerência que traçou no seu tempo de permanência aqui na Casa. Não dá para ziguezaguear, e sei que sua excelência não fará isso - repetiu Arthur Virgílio.
Terceiro mandato
O líder do PSDB aproveitou para pedir ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma demonstração definitiva de repulsa às especulações sobre um suposto terceiro mandato presidencial.
- O presidente Lula precisa dizer terminantemente que ele tem absoluto asco, absoluto nojo, absoluta repulsa pela idéia de golpear as instituições democráticas brasileiras. Ele precisa dizer que não autoriza quem quer que seja a fazer isso, porque isso levaria a uma ruptura clara entre o presidente da República e o PSDB e, não tenho dúvida, entre o presidente da República e as instituições brasileiras - avisou.30/10/2007
Agência Senado
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