Arthur Virgílio quer discutir na CRE venda de refinarias da Petrobras na Bolívia



O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) quer saber se houve influência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na determinação do preço de venda, para a empresa Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), das duas refinarias que a Petrobras mantinha na Bolívia. Ele pediu a realização de uma audiência pública para discutir o assunto na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE).

O representante amazonense afirmou não querer que o Brasil siga o exemplo da Venezuela, onde o presidente Hugo Chávez estaria usando a empresa Petróleos de Venezuela S. A. (PDVSA) para se manter no poder.

- A Petrobras não pode arriscar o conceito que tem perante seus acionistas por qualquer injunção política que possa passar pela cabeça de Lula ou de integrantes do seu governo - afirmou Arthur Virgílio.

Segundo o senador pelo Amazonas, apesar de o preço do petróleo ter permanecido em alta no mercado internacional, a PDVSA perdeu, em apenas um ano, 20% do seu faturamento. Ele opinou que, ao utilizar de maneira demagógica os recursos da empresa em projetos eleitoreiros, Hugo Chávez promoveu o sucateamento da empresa, que é responsável por sustentar a economia daquele país.

Em aparte, o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) concordou com a decisão tomada pelo PSDB e anunciada por Arthur Virgílio na segunda-feira (4) e repetida na sessão desta quarta (6). O partido trabalhará para impedir o ingresso da Venezuela no Mercosul. Azeredo observou que uma ditadura na América do Sul não interessa ao Brasil.

Amazônia

Arthur Virgílio propôs a realização de uma outra audiência pública na CRE, para debater o que classificou de "ameaças virtuais ou reais". Ele embasou seu pedido citando o exemplo do milionário britânico-sueco Johan Eliasch, que está vendendo, por meio da Internet, terras da Amazônia. Meio acre, o equivalente a 2 mil metros quadrados, custaria 35 libras, ou R$ 133,00.

- Pelo site que Eliasch criou na web, ele está estimulando as vendas e diz esperar que um milhão de pessoas comprem, cada um, ao menos um lote de um acre. Eliasch insinua-se amigo da Amazônia e propaga que promove as vendas para proteger a floresta e contribuir para a redução do aquecimento global - declarou Arthur Virgílio.

De acordo com o parlamentar do Amazonas, Johan Eliasch chegou a sugerir a compra de toda a Amazônia por US$ 50 bilhões. Arthur Virgílio acrescentou que, atualmente, o milionário está interessado também em florestas da África, da Ásia e do Equador.

06/06/2007

Agência Senado


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