Artigo-Quando a distorção faz a notícia



É lamentável a falta de compreensão ou a distorção com que certos setores da imprensa gaúcha trataram as repercussões de parlamentares do Partido dos Trabalhadores sobre o brutal atentado terrorista em Nova Iorque. Ao pinçarem uma frase aqui outra acolá, passou-se a idéia de que nosso mandato - representado pela deputada Luciana Genro e por mim - justificava a barbárie dos atos terroristas como uma reação natural à violência com que os Estados Unidos exercem sua política externa. Por que não foi dito que nossos mandatos estão comprometidos com os Direitos Humanos, razão pela qual jamais poderíamos compactuar com as atrocidades cometidas contra os milhares de inocentes no fatídico dia 11 de setembro. Ao contrário, frases soltas no ar, insinuando nosso suposto apoio ao terrorismo, transformaram-se em pautas para programas radiofônicos. Ainda deram asas à imaginação de um jornalista irresponsável que, ao ocupar um site na internet, despeja impropérios de toda a sorte, acabando por incitar o ódio em mentes tão ou mais perturbadas que a dele. Não foi à toa que, logo após a divulgação de distorções tão abomináveis, a deputada Luciana Genro tenha sido vítima de ameaça anônima. Como presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembléia Legislativa, da qual a deputada Luciana Genro é vice-presidente, sinto-me no dever de esclarecer à opinião pública que repudiamos todo e qualquer ato de violência contra o ser humano, seja ele de natureza moral, física, política, econômica e social. Nesta perspectiva, consideramos igualmente inadmissível a retaliação do governo George W. Bush que, em nome do ultrapassado pretexto de lavar a honra com sangue, encobre um ato irracional de vingança que pode resultar no massacre de milhões de vidas. Entendemos que o momento é de luta, sim, mas não para realimentar a poderosa indústria bélica norte-americana. O mundo precisa lutar é no campo das idéias, da reflexão acerca dos valores alicerçados nos tratados e convenções internacionais de direitos humanos. O direito que cada povo tem de viver de acordo com sua cultura é soberano. A quebra deste princípio tem sido a grande responsável pela cultura do ódio que países em desenvolvimento alimentam em relação aos Estados Unidos. A luta agora é pela justiça, pela paz e pela solidariedade. Rogamos para que os países membros da OTAN tenham o bom senso de recuar do ultimato dado por Bush : “ou vocês estão conosco ou estão com os terroristas” . Do contrário, a concretização desta ameaça poderá desencadear um conflito mundial de proporções inimagináveis.

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