Artur da Távola critica previsões negativas da imprensa sobre crise energética



Ao ler em Plenário o artigo "Do apagão mental", de autoria do jornalista Joelmir Beting e publicado na edição desta quinta-feira (25) do jornal O Globo, o líder do governo, senador Artur da Távola (PSDB-RJ), convocou o Senado a refletir sobre as "bolhas noticiosas" que costumam "aprisionar" a opinião pública. Távola baseou-se na análise de Joelmir sobre a trajetória da crise energética nacional para concluir que as notícias "do primeiro momento" muitas vezes chegam aos leitores carregadas de pânico, receio e previsões negativas, que podem não se confirmar no futuro.

No confronto da "mídia coisa-preta" com a "mídia chapa-branca", Joelmir Beting fez uma reflexão sobre a forma "alarmista" com que a imprensa tratou, entre maio e junho, a perspectiva de ocorrer apagão no país. Para ilustrar sua avaliação, citou manchetes das revistas Isto É/Dinheiro, que previa " O Brasil arrasado", e Veja, que creditava ao blecaute anunciado o poder de gerar "uma crise social, política e econômica como só os países em guerra enfrentam".

Ainda no artigo, o jornalista econômico reconhece que o "alarmismo" da mídia foi alimentado, por exemplo, por sondagem da Confederação Nacional da Indústria (CNI) que vislumbrava redução da produção em 71% das fábricas e possíveis demissões em 63% das empresas entrevistadas, tudo para cumprir as metas de corte de energia. Em reforço ao cenário sombrio, os economistas e consultores projetavam a volta da estagflação(estagnação e inflação), elevação das taxas de juros e do câmbio, além da "debandada" dos investimentos externos.

Às vésperas de novembro, o articulista de O Globo constata que, em vez de apagão, o governo está admitindo reduzir a margem de economia de energia exigida de 20% para 5% em algumas regiões brasileiras. "A precisão do artigo e a clareza didática do autor nos mostram o quanto ficamos aprisionados dentro das bolhas noticiosas, até por instinto de preservação", afirmou Artur da Távola. Ao contrapor o cenário pré-racionamento com a realidade atual, o senador tucano disse que, ao contrário do caos, o país conseguiu adotar um processo de racionalização do consumo de energia elétrica.

25/10/2001

Agência Senado


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