Assembléia vota contas de Jarbas em clima de tensão







Assembléia vota contas de Jarbas em clima de tensão
Oposição quer incluir na pauta operação de Arraes com os precatórios

A Assembléia Legislativa de Pernambuco votará, hoje, em clima de tensão, as primeiras contas do Governo Jarbas - referentes ao exercício financeiro de 1999. A confirmação foi dada, ontem, pelo presidente do Poder, Romário Dias (PFL). A bancada governista está em alerta para evitar que o matéria seja, mais uma vez, adiada por falta de quorum. Na última quinta-feira, as contas chegaram a constar na pauta do dia mas a chamada não registrou o mínimo de 25 deputados no plenário. A bancada de oposição anunciou que iria requerer, oficialmente, a votação paralela das contas de 1996 do Governo de Miguel Arraes (PSB), ano da operação dos precatórios.

Os oposicionistas se amparam no artigo 252 do Regimento Interno para fazer a cobrança. Contam com o apoio informal de muitos aliados do Palácio das Princesas. Eles acreditam que o Governo quer manter a "pendência" para usá-la como trunfo na próxima campanha. O Regimento, ressaltam, recomenda a votação das matérias após 30 dias da emissão do parecer da Comissão de Finanças. Segundo o deputado Guilherme Uchôa (PDT) - ex-correligionário do governador Jarbas Vasconcelos -, por "descumprir a determinação", o presidente Romário Dias pode ser vítima de um processo administrativo. O argumento utilizado pelo bloco é o de que não há explicações jurídicas para priorizar as contas de Jarbas.

Além da ameaça velada a Romário, a bancada de oposição decidiu, durante uma reunião no final da noite, que irá se retirar do plenário, caso seja dado encaminhamento às contas de Jarbas antes das de Arraes. Ao que tudo indica, a AL terá uma das mais movimentadas sessões do ano. Dois governistas já anunciaram se abster da votação, também como forma de protesto: Gilberto Marques Paulo e Sérgio Pinho Alves, ambos tucanos. Eles consideram uma questão de coerência levar as contas do socialista ao plenário, seja para aprová-las ou não.

O deputado Romário Dias informou que amanhã entregará ao presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), José Marcos (PFL), as contas de Arraes para uma nova análise. O pefelista quer um parecer da CCJ para que as contas sejam isoladas da operação dos precatórios, que está sub judice. De acordo com o presidente, "existe tempo hábil" para que a matéria seja votada até o final do ano. A única pendência, ressalta, é o parecer da CCJ. Romário cogita, inclusive, a possibilidade de apreciar as contas de 96 numa virtual auto-convocação.

Ontem, Guilherme Uchôa, Paulo Rubem Santiago (PT), Carlos Lapa (PSB) e Jorge Gomes (PSB) voltaram a acusar a Mesa Diretora de agir de forma tendenciosa ao adiar a votação das contas de Arraes. Rubem classificou como "um jogo político de baixíssima qualidade".


TJPE e Amepe elegem novos presidentes
O desembargador José Napoleão Tavares de Oliveira foi eleito ontem presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). Ele assume o cargo no dia 2 de fevereiro, ocupando a vaga de Nildo Nery, a quem é ligado. Tavares comandará o Judiciário estadual no biênio 2002-2003. Os desembargadores José Antônio Macedo Malta e Ozael Rodrigues Veloso, foram eleitos, respectivamente, vice-presidente e corregedor-geral de Justiça.

Ontem também o desembargador José Fernandes foi eleito presidente da Associação de Magistrados de Pernambuco (Amepe) para os próximos dois anos. A eleição foi acirrada. Fernandes venceu o atual presidente da entidade, Mozart Valadares, por apenas dois votos - 222 a 220. Valadares, que tentava a reeleição, derrotou, há dois anos o desembargador, que agora terá seu terceiro mandato à frente da Amepe. A posse também se dará no dia 2 de fevereiro.

vitória - A volta de José Fernandes à presidência da Associação representa a vitória política do grupo comandado pelo atual presidente do TJPE. Jáa saída de Valadares significa a derrota do bloco liderado pelo ex-presidente do TJPE desembargador Etério Galvão. Mas Fernandes garante que lutará para unificar a Amepe. Assim que encerrou a apuração ele pediu apoio a Mozart Valadares.


Assembléia lança mais quatro perfis
A Assembléia Legislativa lança hoje, a partir das 18h, mais quatro volumes da coleção Perfil Parlamentar: os de Francisco Julião, José Francisco Cavalcanti, Nilo Coelho e Orlando Parahym. O projeto tem o apoio do DIARIO. Consta de ensaios biográficos sobre 22 personalidades (já falecidas) que, em algum momento de suas vidas, foram deputados. Até o momento, contando com os de hoje, foram lançados 13 volumes. O lançamento dos demais acontecerá até o final de dezembro.

A escolha dos biografados foi feita por uma comissão integrada por representantes da Fundação Joaquim Nabuco, Academia Pernambucana de Letras, Universidade Federal de Pernambuco e Instituto Histórico e Geográfico de Pernambuco. Segundo o presidente da Assembléia, Romário Dias (PFL), a coleção é uma homenagem "à memória política pernambucana e àqueles que tornaram ainda mais importante o Poder Legislativo".

A lista abrange parlamentares de atuação política, geográfica e ideológica distintas. Dos que serão lançados hoje, por exemplo, Nilo Coelho nasceu no Sertão, foi governador de Pernambuco pela Arena, em 1966, e senador pelo PDS, eleito em 1978. Já Francisco Julião - nascido na Zona da Mata - foi o criador das Ligas Camponesas (em 1955), movimento que foi uma espécie de embrião do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e cuja palavra de ordem ("Reforma agrária na lei ou na marra") assustava a direita e a esquerda da época.

Há diferenças também em relação aos outros dois. O sertanejo Orlando Parahym foi médico, professor, pesquisador e cientista. José Francisco (pai do deputado federal Joaquim Francisco), de Macaparana, foi presidente da Assembléia Legislativa durante quatro mandatos.

De cada um dos livros serão publicados três mil exemplares, a serem distribuídos em escolas e bibliotecas. Os autores dos Perfis foram jornalistas e escritores do Estado. No caso dos volumes a serem lançados logo mais, os autores são Leda Rivas (Nilo Coelho), Luciano Fraticelli (José Francisco), Raimundo Carrero (Orlando Parahym) e Vandeck Santiago (Francisco Julião).


Inocêncio rejeita Serra para vice
O problema do PSDB na sucessão presidencial é que o partido não tem votos e o presidenciável tucano José Serra, embora seja um bom ministro (Saúde), não conta com a "empatia do eleitorado". A rigor, Serra não seria um bom nome nem para vice. A análise parece de um oposicionista, mas é de um aliado de primeira hora do Governo federal: o líder do PFL na Câmara, Inocêncio Oliveira. Foi feita ontem no Recife, em entrevista concedida durante um evento (inauguração da nova fábrica de medicamentos do Lafepe) em que Serra era uma das principais estrelas. Para Inocêncio a candidatura de Roseana Sarney (PFL) à Presidência é irreversível, e se o PSDB quiser apoiá-la, tudo bem; caso contrário, que saia com candidato próprio. Abaixo, a entrevista:

DIARIO DE PERNAMBUCO - A candidatura de Roseana Sarney vai até o final ou amanhã o PFL se contentará com a vaga de vice numa chapa encabeçada pelo PSDB?

Inocêncio Oliveira: A candidatura de Roseana é um fenômeno novo nessa eleição. É o moderno, é o diferente, é o que sai da mesmice dos outros candidatos, é a que está crescendo cada vez mais nas pesquisas. Sua candidatura é irreversível. Nenhum partido tem o direito de tirar uma candidata que está em segundo lugar. O PFL não vai abrir mão de sua candidatura.

DIARIO - O PSDB tem a Presidência da República, que ocupa pela segunda vez. O senhor considera que um partido nessa condição abriria mão de encabeçar a chapa presidencial?

Inocêncio - Política é o fato. Política não é o que você quer nem o que eu quero. O PSDB até agora não teve um candidato viável. Como sempre digo, quem tem quatro candidatos não tem nenhum. E vou lhe fazer uma pergunta inversa: se um candidato tem 20% e o outro tem 5% (índices que, respectivamente, têm sido obtidos por Roseana e Serra, em algumas pesquisas), quem é que deve ser o vice de quem?

DIARIO - Serra deveria ser o vice de Roseana?

Inocêncio - Não, eu não diria isso...Mas ele não seria o meu vice ideal. O meu vice é outro. É um paulista do PMDB, o deputado Michel Temer (presidente nacional do partido). Seria uma coligação PFL/PMDB. Se o PSDB quiser vir, vem depois. Se não quiser, lança candidato próprio. O PFL tem oito governadores, o vice-presidente, a maior bancada na Câmara, o maior tempo no rádio e na TV... Já demos o vice duas vezes. Como diz a própria Roseana, está na hora (de o PFL) ser o "versa".

DIARIO - Qual o problema do PSDB?

Inocêncio: O problema do PSDB é voto. E em eleição quem não tem voto...(risos)

DIARIO - O PSDB deve escolher o seu presidenciável em março...

Inocêncio: Aí Inês é morta (expressão popular que significa "tarde demais"). Se o PSDB for tratar de um candidato só em março, não existirá mais prazo. Roseana já estará com 25%, 28%, e aí não terá mais discussão.

DIARIO - O senhor tem comentado isso com integrantes do PSDB?

Inocêncio: Já disse a todo mundo, ao presidente Fernando Henrique, ao pessoal do PSDB... Eu sou um político transparente, diferentemente de muita gente que diz o contrário do que pensa. Se o PSDB deixar para março a escolha do candidato, adeus, Inês é morta. Não tem mais possibilidade nenhuma, porque o quadro já estará definido. Será Lula e Roseana pau a pau, e estes dois vão começar a agregar apoio. O PSDB corre o risco de ficar sozinho, então.

DIARIO - O problema da falta de votos é mais do candidato ou do governo FHC?

Inocêncio: Mais do candidato do que do governo FHC. Ninguém discute hoje que o ministro José Serra é o melhor ministro do governo. Mas ele não tem empatia com o eleitorado. Empatia é uma coisa que o eleitorado vê no candidato, aquilo que eu e você não vimos, mas o eleitorado vê.

DIARIO - No caso de sair com candidatura própria, o PFL deixaria os cargos que tem no Governo federal?

Inocêncio - Se a condição fundamental para a candidatura for entregar os cargos, tudo bem.


Artigos

Logística competitiva & cliente
Paulo Gustavo de Araújo Cunha

A globalização dos mercados, sobretudo acelerada pelos grandes avanços tecnológicos em transportes e comunicações, tem acarretado inúmeras conseqüências e desafios para o setor empresarial, na busca da competitividade além fronteiras nacionais.

Ao longo da historia da empresa, a logística tem sido percebida e aplicada de forma diferenciada, a partir de uma simples transferência de produtos agrícolas do campo para as cidades, no começo da Era Industrial para, progressivamente, ampliar a integração das etapas de estoque e transporte, como suprimento estratégico na II Guerra Mundial, até atingir nos anos 60 e 70 a chamada logística integrada, interagindo a gestão do suprimento, da produção e do transporte.

Nos anos 90, mercê da rápida evolução tecnológica e a necessidade imperiosa de competir, surge a chamada cadeia logística de suprimento, com a introdução de um novo e decisivo componente: o cliente. Se antes "a empresa vendia o que produzia", hoje, "a empresa produz o que vende"!

Além de um simples jogo de palavras, esta mudança de "foco" do negócio tem representado o maior desafio e fator de sobrevivência, não só de empresas mais até de governos, que tem os eleitores como "clientes". A logística moderna inicia-se e finaliza-se no cliente!

Embora já movimentando cerca de 700 milhões de toneladas/ano, num valor estimado de R$ 105 bilhões, equivalente a 18% do PIB, o Brasil ainda está no estágio da logística integrada (anos 60/70), com menos de 1% de suas empresas aplicando, adequadamente, esta metodologia de gestão de negócios. A crescente competitividade como fator de sobrevivência, faz prever que, rapidamente, o Brasil terá cerca de 25% de suas empresas utilizando a logística, nos próximos 10 anos!

Estudos recentes da COPPE-UFRJ indicam que vários fatores penalizam a logística brasileira, com destaque aos elevados custos, precariedade da infra-estrutura de transportes, com carência de uma eficaz multimodalidade. Das700 milhões de toneladas/ano de carga, 64% são transportadas por via rodoviária - independente da distância - através de estradas deficientes, desatualizada frota e elevados índices de insegurança. Recente levantamento da CNT constata que, das dez piores estradas federais, nove estão no Nordeste. Estima-se um acréscimo de 10% nos custos, face a atual falta de segurança nas estradas.

O modal ferroviário escoa 21% da carga total, através de malha e bitolas inadequadas, sucateamento dos equipamentos e agravadas, por algumas privatizações malsucedidas, sobretudo no Nordeste! Os 15% restantes são repartidos pelos modais marítimo (falta de frota, corporativismos ineficientes nos portos e na cabotagem), aéreo (de elevado custo e desaparelhamento), fluvial (sem investimentos, vide o rio São Francisco) e o dutoviário, praticamente monopolizado pela Petrobrás.

Quais os desafios brasileiros ? Atribui-se à responsabilidade governamental os necessários investimentos e normatização adequada, que crie o necessário "ambiente" possibilitando a competitividade empresarial. Diretamente ou repassando à iniciativa privada, espera-se investimentos na ampliação e modernização das malhas rodoviária, ferroviária e das vias fluviais; redução dos custos portuários e aumento de sua eficácia na movimentação das cargas.

O setor empresarial tem buscado superar a exposição à acirrada competitividade e sucessivas "crises" econômico-financeiras, tendo hoje mais de 5 mil empresas certificadas na série ISO. Em muitos setores, registra-se a adoção de modernas práticas logísticas como montagem modular, pioneira no mundo, como nas últimas fábricas da Volkswagem (RJ) e Ford (BA). Exemplo recente, da influência do custo logístico na decisão empresarial, observa-se no deslocamento da fronteira agrícola brasileira do Sudeste para o cerrado do Centro-oeste e Norte do País.

Empresas, tradicionais concorrentes, juntam-se na logística de distribuição (jornais Folha SP e Estadão) ou na conquista de exportações (Sadia e Perdigão). Redução de custos e ganhos de escala, Cumpre ao empresariado brasileiro, rapidamente, evoluir da logística integrada para a cadeia logística de suprimento. Com inúmeros desafios, como a atualização tecnológica nos instrumentos de gestão tipo montagem modular, just in time, kanban, porto seco e centrais de distribuição, computação e Internet, comércio eletrônico, novos softwares, localização por satélites, marketing e pesquisa mercadológica. Tudo para satisfação do cliente.

Conclui-se portanto, que a necessidade vital de aumentar a competitividade através de maior e diferenciada agregação de valor e redução de custos e investimentos, impõe, ao setor empresarial, a adoção de uma logística estratégica suportada no acesso ao conhecimento, suprimento, produção e distribuição, maximizando a competitividade, a rentabilidade e a satisfação do cliente.


Colunistas

DIARIO Político

De cabeça pra baixo
O desempenho de Roseana Sarney (PFL-MA) nas pesquisas sobre sucessão presidencial continua tumultuando a vida de todos os partidos da base aliada do presidente FHC. Particularmente o PSDB, que não admite colocar um tucano como vice na chapa que poderá ser enc abeçada pela governadora do Maranhão, mesmo que o principal candidato tucano, o ministro da Saúde, José Serra, tenha metade do percentual alcançado por ela nas últimas amostragens. Em Brasília, o comentário é que o Palácio do Planalto está montando uma estratégia para minar a pefelista e reatar, de imediato, o namoro com o PMDB para evitar que Roseana continue crescendo e aparecendo. Um sinal de que o PSDB deixou de encarar a pré-candidatura da pefelista como um simples balão de ensaio, que não se sustentaria por muito tempo, como os tucanos costumavam dizer em qualquer análise que faziam. Mas a performance da governadora dos maranhenses ao mesmo tempo que passou a incomodar bastante os tucanos, está deixando o PFL um tanto quanto desencontrado. Pois enquanto Inocêncio Oliveira (PFL-PE) anunciava, ontem, que o partido não admite colocá-la como vice de José Serra nem de ninguém, e até admitia uma candidatura própria do PFL, o discurso de Marco Maciel não saiu do lugar. O vice-presidente continua defendendo a aliança o que, na prática, significa não encampar o nome de Roseana. Desse jeito, se ela conseguir subir mais um pouco, até o PFL fica de cabeça pra baixo.

Antônio Camarotti atende reivindicação antiga dos juízes: o presidente do TRE adquiriu 103 aparelhos de fax para os cartórios eleitorais do Interior, facilitando a comunicação de todas as zonas do Estado

Humor

Jarbas Vasconcelos brincou com Ranilson Ramos (PPS), ontem, quando ele assinou, como testemunha, o protocolo para ampliação dos serviços de água e esgoto em Petrolina: "Finalmente você assina alguma coisa a favor do governo".

Lançamento

Confissões de um Capitão, do ex-tenente alagoano Carlito Lima, será lançado dia 13, às 19h, no Espaço Nossa Livraria. O autor, que serviu na 2ª Companhia de Guardas do Recife e foi carcereiro de Miguel Arraes, Paulo Cavalcanti e Francisco Julião, conta os bastidores da ditadura militar.

Direito

Sérgio Miranda confirma que a Amupe contratou um escritório de consultoria em São Paulo, para ajudar os prefeitos a receber, na Justiça, as diferenças do FPM retidas indevidamente pela União. E explica:" Apesar de termos bons advogados em Pernambuco, é preciso especialização em direito municipal".

Amizade

O atual presidente do TJP, Nildo Nery, e seu sucessor, Napoleão Tavares, são velhos amigos. Foram colegas na Faculdade Direito do Recife, entraram juntos na magistratura e foram corregedores na mesma época.

Reposta 1

Teógenes Leitão contesta comentário de César Rocha publicado aqui, segunda-feira. Ele diz que não existem obras desnecessárias no programa rodoviário estadual porque todas foram solicitadas no Governo no Município.

Resposta 2

O diretor do DER diz que, depois de escolhidas, elas foram definidas através dos critérios de ligação entre municípios e microrregiões, acesso às divisas do Estado, e estímulo aos pólos produtores e de turismo interno.

Resposta 3

Com relação à BR-323, ele afirma que a duplicação é um sucesso do ponto de vista econômico e político: " Tanto que incomoda a oposição que tenta, mas não consegue, marcar negativamente a obra".

Lista

A coordenadora de Comunicação Social da Fiocruz, Christina Tavares, garante que não houve interferência política na escolha do presidente do Centro de Pesquisas Ageu Magalhães, Rômulo Maciel. Porque ele estava na lista tríplice eleita pela comunidade da fundação que acha isso normal e legal.

Jorge Chacrinha, do PSC, anda espalhando que Antônio Luiz Neto (PSDB ) vai usar colete salva-vidas para entrar no mar, dia 8, levando a panela de oferendas à Iemanjá. Porque no ano passado ele ia se afogando e foi uma correria.


Editorial

Valorização do real

A queda da cotação do dólar no mês de novembro findo, proporcionou à economia brasileira uma redução de R$ 13,8 bilhões no saldo da dívida federal em títulos cambiais. Isso ajudou o estoque total da dívida em papéis do Governo a experimentar uma queda de R$ 16,6 bilhões, algo que não acontecia desde novembro do ano passado. Assim, o real atingiu uma valorização de 6,2% e o volume de títulos cambiais caiu de R$ 209,29 bilhões, ao final de outubro, para R$ 195,48 bilhões. A dívida mobiliária total diminuiu de R$ 637,08 bilhões para R$ 620,52 bilhões.

Os cálculos do Governo federal ainda são bastante parciais. De qualquer modo, com a redução do estoque de títulos cambiais, a participação desses papéis no total da dívida mobiliária teve uma redução bastante significativa. Desde dezembro de 2000 que o volume de papéis cambiais não parava de aumentar. Tudo conseqüência da necessidade do Banco Central de ofertar cada vez mais esses títulos ao mercado para conter a escalada do dólar e atender à demanda crescente dos investidores por proteção (hedge).

Somente neste novembro findo, com a valorização do real, a escalada foi interrompida. Geraram-se ganhos para o Governo e perdas para os investidores que apostaram na alta do dólar. Mantida essa taxa é grande a possibilidade de que ocorra uma nem que seja mínima redução do estoque da dívida em títulos cambiais neste final de ano.

A redução no endividamento total do Governo na primeira metade de novembro ocorreu também em virtude do resgate de papéis feito nesse período. Desde os atentados terroristas aos Estados Unidos, em 11 de setembro, o BC vendeu um total de R$ 25 bilhões de títulos cambiais em leilões extraordinários para oferta de hedge (proteção) ao mercado financeiro.

Mais. Em outubro, também aconteceu um aumento na concentração de títulos com vencimento nos próximos doze meses. Assim o BC e o Tesouro assinalam que a parcela dos títulos com vencimento de curto prazo passou de 26,08% do total, em setembro, para 26,96%, em outubro. Isso não significa que estejamos acertando os passos ou caminhando na estrada correta. Mas fornece esperança que a moeda se estabilize mais no final deste ano e na entrada do próximo. Ainda que os pessimistas de plantão sinalizem com um aumento da inflação para 2002, a tendência é que ocorra alguma flexibilidade com a maior valorização do real.


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12/04/2001


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