Aumento da frota de motocicletas no Brasil virou questão de saúde pública, alerta Paulo Davim




O senador Paulo Davim (PV-RN) afirmou nesta quarta-feira (15) que o grande aumento da frota de motocicletas no Brasil nos últimos anos transformou-se em uma questão de saúde pública.

- Falo do aumento excessivo no fluxo de motos nas ruas das nossas cidades. A sociedade precisa enfrentar o desafio de inserir a motocicleta no trânsito de uma maneira mais segura, com muito trabalho de educação e conscientização - disse, em Plenário.

De acordo com o senador, a frota de motocicletas no país, em 1991, era de 1,5 milhão, passando para 14 milhões no ano passado. Esse incremento, disse Paulo Davim, piorou o trânsito nas cidades, aumentou a poluição e fez o número de acidentes com mortos e feridos disparar.

Em todo o país, o número de mortes em acidentes com motocicletas passou de 725 em 1996, para 8,9 mil em 2007. Também em 2007, 75 mil motociclistas feriram-se gravemente em acidentes, informou o senador.

Apenas na cidade de São Paulo, continou Paulo Davim, o número de motos passou de 50 mil em 1990 para 530 mil em 2007. Em 2011, 478 motociclistas morreram nas ruas paulistanas.

- A frota cresce e o número de mortes também - lamentou.

Paulo Davim também afirmou que o aumento de motos nas ruas não foi espontâneo, mas deveu-se principalmente "ao apoio político e incentivo fiscal" do governo federal nos últimos anos. Com benefícios fiscais e isenção de tributos para fábricas e montadoras, o governo conseguiu facilitar a compra e financiamento de novas motocicletas.

- Todo esse estímulo ao aumento nas vendas das motos foi feito sob uma ótica econômica, com uma pitada de demagogia. Esse aumento foi associado a uma espécie de "libertação das classes menos privilegiadas" e à garantia de que esses grupos sociais finalmente teriam acesso a veículos motorizados - declarou.



15/02/2012

Agência Senado


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