Ausência de contrato não prejudicou Infraero, diz assessor da estatal



A Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) não foi prejudicada com a falta de renovação de um contrato para aquisição de programa de gerenciamento de espaços publicitários em 65 aeroportos administrados pela estatal. A afirmação foi feita nesta terça-feira (18) pelo assessor especial da presidência da empresa, Tércio Ivan de Barros, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo.

A comissão também ouviu o servidor Roberto Spinelli Júnior, que assessorava Barros, e o ex-diretor financeiro da empresa, Adenauer Figueira Nunes. O contrato para o fornecimento do programa, a um custo de R$ 26 milhões, foi assinado sem licitação entre a Infraero e a FS3 Comunicação e Sistema, sendo depois suspenso por sugestão de Barros. O caso vem sendo apurado pela Controladoria Geral da União (CGU), que teria apurado irregularidades na operação e recomendado o afastamento temporário de Barros, Spinelli, Nunes e outros funcionários da Infraero que ainda serão ouvidos pela comissão.

Barros disse que não recebeu "ordem hierárquica" ou "vantagem" para determinar a suspensão do contrato. Segundo ele, a Infraero apresentou uma nova proposta para negociação do programa, a qual não teria sido aceita pela FS3. Com a recusa, explicou, a Infraero voltou a comercializar os espaços publicitários "pelo sistema antigo", por meio do qual cada aeroporto era o responsável pelo plano de mídia a ser oferecido aos potenciais anunciantes.

Em seu depoimento, Roberto Spinelli Júnior disse que não foram feitos estudos para avaliar a implantação do programa Advantage V2. O ex-assessor de Tércio Barros calculou que a implantação de um programa de gerenciamento de publicidade não deveria consumir mais que "quatro ou cinco por cento que o sistema fatura, hoje em torno de R$ 35 milhões". Spinelli também salientou que a Infraero atualmente tem condições de fazer o próprio gerenciamento publicitário dos aeroportos que administra.

Por sua vez, Adenauer Figueira Nunes disse que não participou da gestão do contrato para o gerenciamento dos espaços publicitários. Segundo o ex-diretor financeiro da estatal, o assunto estava "circunscrito à diretoria-executiva" da empresa, sendo que , "formal e materialmente, tudo era de responsabilidade da área comercial", assinalou.

Em entrevista à imprensa, após o encerramento da reunião, o relator da CPI do Apagão Aéreo, senador Demóstenes Torres (PSDB-GO), classificou como positivos os depoimentos de Barros e Spinelli, mas apontou contradições na fala de Adenauer Nunes.

- Completamente mentiroso.Ele retificou suas declarações de renda e acabou por se contradizer completamente. Aumentou o patrimônio e não tinha renda para isso - disse o senador.



18/09/2007

Agência Senado


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