Avanço da aftosa e isolamento do Estado preocupam deputados
O surgimento de mais um foco de aftosa no Estado, no município de Alegrete, a demora da distribuição e a indefinição sobre a gratuidade ou não da primeira dose da vacina a ser aplicada nas 12 milhões de cabeças do rebanho bovino gaúcho, continuam a preocupar os deputados. Na sessão desta tarde, o tema foi o mais debatido no plenário.
O deputado Paulo Azeredo (PDT) pediu que o Ministério da Agricultura distribua a vacina para o cumprimento da primeira etapa da vacinação que agora deve atingir todo o rebanho bovino do Estado. Ele também quer que haja uma “investigação para apurar de quem é a responsabilidade e a que interesses serviram a não-vacinação do rebanho gaúcho preventivamente, quando os focos se disseminavam na Argentina e no Uruguai".
O líder da bancada do PPB, deputado Vilson Covatti, destacou a atuação do ministro da Agricultura, Pratini de Moraes, lembrando que ele encampou a posição da maioria dos produtores rurais, inicialmente contrários à vacinação contra a febre aftosa, posição que mudou imediatamente quando a vacinação se fez necessária. Destacou, também, a atuação dos presidentes da Comissão de Agricultura e da Assembléia, Frederico Antunes (PPB), e Sérgio Zambiasi, respectivamente, pelo empenho e firmeza que tiveram na condução dos pleitos dos produtores. Conclamou, por fim, para a unidade de todos, como “única forma de vencer a crise, que não tenho dúvida, é grave, mas espero que não seja duradoura”.
O deputado Dionilso Marcon (PT) afirmou que só havia no Estado duas posições contrárias à volta da vacinação contra a febre aftosa, a do ministro Pratini de Moraes e da Farsul, representada por 75% da entidade. Disse que depois das trapalhadas no episódio “o ministro deveria ter deixado o cargo e pedido desculpas ao povo da sua terra, o Rio Grande do Sul”. Criticou, também a omissão de Pratini de Moraes ante a decisão dos secretários da Agricultura dos estados vizinhos de tirarem o nosso Estado do Circuito-Sul na comercialização de carnes, o que equivale a isolar o Rio Grande do Sul. “Se o ministro estivesse preocupado com a agricultura gaúcha, deveria determinar que fosse feito um corredor sanitário para não isolar o Rio Grande do resto do Brasil”, concluiu.
O deputado Francisco Appio (PPB) rebateu os argumentos de Marcon, analisando que “o caso da aftosa é grave e nem Olívio Dutra, nem Pratini de Moraes terão maior desgaste, mas sim os produtores”. Disse ainda que “eleger Pratini de Moraes inimigo do Rio Grande do Sul é uma injustiça”, lembrando que os secretários José Hermeto Hoffmann, da Agricultura, e José Paulo Bisol, da Segurança, nunca pensaram em renunciar aos seus cargos, mesmo ante as trapalhadas de cada um, seja “viajando à França para defender o bandoleiro que invadiu uma plantação da Monsanto em Não-Me-Toque, seja “assistindo à invasão do patrimônio público sem adotar nenhuma providência”.
05/10/2001
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