Apagões preocupam deputados, que divergem na análise do problema
A crise energética vivida pelo País, o anúncio de que as Regiões Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste terão “apagões”, além de programas de economia de energia, suscitou a análise de deputados sobre as causas que provocaram a atual crise, o que motivou divergências entre parlamentares.
O líder da bancada do PDT, deputado Vieira da Cunha, que presidiu a CEEE na gestão do governo Collares, disse que “os inéditos apagões, que terão reflexos na Região Sul, é mais uma prova evidente da falácia, para não dizer mentira, do discurso neoliberal. Está aí mais uma prova evidente de que nós, que defendemos que o Estado continue com o controle dos setores estratégicos da economia, temos a tese correta para defender os interesses do desenvolvimento econômico do nosso País. Chamou a atenção do governo Federal para as reservas de carvão que o Rio Grande do Sul detém, enquanto a Usina Jacuí I continua a ser “um elefante branco ainda a nos desafiar”.
A deputada Luciana Genro (PT) afirmou que “os apagões são resultado da criminosa política de privatizações, de entrega das empresas para o capital internacional com generosos empréstimos do BNDS, que trouxeram as conseqüência que seriam esperadas. As empresas não investiram, o serviço piorou, as tafifas subiram e este é o resultado final: a necessidade de racionamento de energia.” Defendeu a necessidade de promover uma “grande mobilização nacional” para evitar que a classe trabalhadora venha a pagar a conta da crise.
O líder do PFL, deputado Onyx Lorenzoni, rebateu os argumentos dos que denominou de “estatistas de plantão”, sustentando que “só existe a modificação da situação na Região Sul, porque aqui se criaram condições para o capital privado, que tem capacidade de endividamento externo, tomar recurso para fazer investimento tanto em geração quanto em transmissão”. Afirmou ainda que “nossa realidade só mudou significativamente porque entre os anos de 1995 e 1996 houve maciços investimentos dos governos Estadual e Federal”. Nesse sentido, destacou a importância de “resgatar a participação que teve o governador Antônio Britto no momento em que reestruturou o sistema energético do Rio Grande do Sul, tendo feito o desmembramento da CEEE”.
05/16/2001
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