Azeredo destaca incongruência entre PT da oposição e PT do poder



A atuação do PT quando era oposição é incompatível com a atuação que o PT tem no poder. Com essa avaliação, o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) pediu que os integrantes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva reexaminassem seus discursos de um passado recente, onde identificou “denuncismo” e “opiniões incongruentes” com relação à política econômica.

- O então sindicalista Lula afirmava que o dinheiro da privatização da Telebrás seria usado para fazer caixa para a campanha da reeleição do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Dizia que havia uma quadrilha no governo – lembrou Azeredo.

Porém, o senador registrou que nenhuma daquelas denúncias se comprovou. E agora, quando o PT ocupa o Planalto, a imprensa vem noticiando casos de tráfico de influência, como o que envolveu o ex-assessor de Assuntos Parlamentares da Casa Civil, Waldomiro Diniz.

- O governo afirma que há uma onda de denuncismo. Em verdade, o denuncismo, que deve ser visto como imputações infundadas, ocorria quando o sindicalista Lula acusava o governo. Atualmente, as denúncias, ao contrário, estão sendo comprovadas – afirmou.

No que diz respeito à política econômica, Azeredo registrou que o PT afirmava que a proposta do governo anterior era inexeqüível. Na época, o PT, disse o senador, atacava os acordos do Brasil com o Fundo Monetário Internacional (FMI), pedia decretação de moratória, confisco dos bancos, mudança na política cambial e suspensão do envio de divisas para o exterior.

- Bem, no poder, o PT manteve o modelo econômico e agora colhe frutos que não são seus – reclamou Azeredo.

O senador informou que seu discurso teve como base artigo da jornalista Miriam Leitão publicado nesta semana pelo jornal O Globo. No texto, a jornalista transcreve afirmações de Lula e do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, que exemplificam a mudança de opinião do PT.

"Seria bom que o PT se lembrasse. E aprendesse. Bons modos políticos são importantes numa democracia", conclui Miriam Leitão.



03/09/2004

Agência Senado


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