Azeredo diz que, para crescer, Brasil precisa duplicar principais rodovias
O transporte é, hoje, um gargalo para os demais setores da infra-estrutura e para os planos de investimentos da iniciativa privada, afirmou nesta quarta-feira (9) o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), ao protestar contra a inércia do governo de Luiz Inácio Lula da Silva em relação às parcerias público-privadas (PPPs) e o péssimo estado das rodovias.
- O governo Lula não conseguiu licitar um concessão sequer para estradas, não fez uma PPP. Não dá para ficar fazendo programa de tapar buracos em rodovias de tráfego intenso e pesado, como a BR-262 em Minas Gerais. Precisamos de um projeto amplo e ousado de duplicação das principais rodovias do país - afirmou.
Azeredo ressaltou que, além do prejuízo econômico provocado por estradas esburacadas, há uma grande perda de vidas humanas devido ao elevado número de acidentes fatais, num índice muito acima da média internacional. Ele também assinalou que o governo não aplica os recursos arrecadados pela Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) na manutenção das estradas como deveria.
- Vivemos o pior dos mundos - exclamou.
O senador José Jorge (PFL-PE) disse, em aparte, que o programa do governo tapa hoje buracos que se abrem amanhã. Para o senador, o programa tapa-buracos foi apenas uma operação de maquiagem visando as eleições, mas não conseguiu durar o suficiente e os buracos reabriram.
O senador Marcos Guerra (PSDB-ES) disse que o governo Lula tem dado mau exemplo com a Cide, pois um empresário seria punido se não recolhesse devidamente seus impostos. O senador César Borges (PFL-BA) lembrou que o presidente Lula anunciou o lançamento das PPPs como se fossem "uma panacéia que solucionaria o problema da infra-estrutura", mas não licitou nenhuma PPP.
- Dos R$ 35 bilhões arrecadados pela Cide, nem R$ 5 bilhões formaaplicados na recuperação das rodovias - alertou.
09/08/2006
Agência Senado
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