Bancada quer definição sobre chapa proporcional







Bancada quer definição sobre chapa proporcional
Líderes da base governista na Assembléia se reúnem amanhã com Jarbas Vasconcelos no Palácio do Campo das Princesas. No encontro, cobrarão do governador uma posição sobre o chapão

A indefinição na base governista sobre a composição ou não de um chapão para a eleição proporcional deste ano deverá ser o principal ponto da pauta de discussões entre os líderes do PFL/PMDB/PSDB/PPB, mais partidos pequenos, e o governador Jarbas Vasconcelos (PMDB), amanhã, às 11h30, no Palácio do Campo das Princesas. O líder do PFL, Augusto Coutinho, admitiu, ontem, ser verdade que a indefinição tem inquietado os governistas, e será um dos itens da conversa. Na aliança, são os pefelistas os que mais pregam o chapão.

O deputado disse que está na hora de o Governo e seus líderes definirem uma agenda sobre vários assuntos, para “acalmar” as bancadas. Segundo Coutinho, a base governista, hoje, é mais ansiosa que na época da eleição de Jarbas, por conta do seu crescimento e abrangência. “É uma coisa que terá de ser tratada com muita habilidade. Na eleição passada, a aliança era só PFL/PMDB. Hoje, grupos e pessoas se aliaram”, analisou. O deputado apontou o secretário de Governo, Dorany Sampaio (PMDB), como a pessoa mais habilitada para acalmar e costurar o entendimento na base.

Três são as posições das grandes legendas sobre a composição proporcional para 2002: o PFL quer o chapão, o PMDB diz que se não tiver o chapão vai sair sozinho e o PSDB não abre mão da chapinha, tendo fechado acordo com o PPB no ano passado. Os líderes da base governista serão levados ao governador pela líder do Governo, Teresa Duere (PFL), porta-voz da aliança para as queixas e insatisfações dos deputados.

Nos bastidores, governistas revelam que uma outra aflição é com o fato de que não vão disputar votos com adversários, mas com aliados no Estado. “Somos adversários locais. Porém, estamos no palanque de Jarbas”, explicou uma fonte.

DENÚNCIA – O deputado de oposição Guilherme Uchôa (PDT) acusou, ontem, o DER de instalar a “indústria de multas” no Estado. Uchôa denunciou que a entidade tem “eternizado processos (análise dos recursos), procastinando expedientes”, quanto a multas aplicadas pelo Batalhão Rodoviário. Segundo ele, não há pessoas habilitadas para julgar os recursos e elas têm engessado os processos. “Procedem de forma abusiva, desatendendo prazos.”


Código de Ética deverá ser votado até o dia 15 de abril
O plenário da Assembléia Legislativa deverá votar, até o dia 15 de abril próximo, o Código de Ética dos deputados e o novo Regimento Interno da Casa. Um acordo de lideranças, que será sacramentado hoje, na reunião da Comissão de Ética, estabeleceu a data-limite, segundo o relator do projeto do Código de Ética e líder do PFL, Augusto Coutinho. O deputado ressaltou que os parlamentares estão preparando um código em consonância com o Código de Ética da Câmara Federal, que estabelece, inclusive, o fim da imunidade parlamentar para os que cometerem crimes comuns.

O líder das oposições, José Queiroz, requereu, ontem, a prorrogação do prazo para apresentação de emendas, que termina hoje, e deverá ir até o dia 29 de março. É a terceira prorrogação. O deputado Augusto Coutinho revelou que vai propor que o atual mandato da Mesa Diretora da Comissão de Ética seja prorrogado até final do ano, para coincidir com a eleição da Mesa da Assembléia.


Queiroz lança proposta para unir as oposições
Em mais uma tentativa de unir os partidos de oposição, o presidente regional do PDT, deputado José Queiroz, propôs ontem que uma legenda sem candidato majoritário coordene a elaboração de um projeto para Pernambuco, substituindo o seminário proposto pela Fundação Perseu Abramo, do PT, previsto para 11 de março. O partido sugerido por Queiroz para a tarefa é o PCdoB.

A idéia ainda não foi oficializada, embora Queiroz tenha conversado, isoladamente, com o presidente do PSB, deputado Jorge Gomes, e com o coordenador do Grupo Eleitoral do PT, vereador Dilson Peixoto. “Acredito que para colocar um ponto final nas arestas, o ideal será um partido sem candidato”, justificou Queiroz, acrescentando que as oposições têm um adversário comum, o Governo Jarbas, e, portanto, “precisam deixar as filigranas de lado para discutir o que for melhor para o Estado.”

Para Dilson, a sugestão será bem aceita. “O PT não está impondo pré-condições para discutir com a oposição, até porque esse é o nosso maior objetivo. Se para apresentarmos uma proposta precisarmos delegar a outro partido a coordenação de um encontro, nós concordamos”, assegurou. Jorge Gomes disse que o mal-estar em relação ao PT, partido apontado como o principal complicador para o entendimento entre as oposições, estava enterrado. “Houve um mal entendido que já ficou para trás. O importante é criar uma agenda e analisar os desacertos do Governo Jarbas. Muitos compromissos de campanha deixaram de ser cumpridos e precisam ser mostrados à população. Estamos dispostos a conversar e não importa qual partido coordene esse processo”, disse.

Ontem, o deputado federal Djalma Paes (PSB) defendeu que o PSB participe do seminário promovido pelo PT. “Para se buscar a unidade, é preciso se trabalhar as convergências. Por isso, é importante a participação no encontro. Depois, a gente decide se interessa ao PSB estar junto do PT ou se é melhor termos duas candidaturas”, assinalou. Jorge Gomes, que havia descartado a participação dos socialistas, se mostrou disposto ao diálogo. “Dilson Peixoto garantiu que não vai se falar em candidaturas. Sendo assim, o PSB pode ir, pois tem propostas para o Estado”, afirmou.


Pesquisa indica empate entre Lula e Roseana
Nova amostragem Sensus/CNT registra empate técnico entre o pré-candidato do PT e a governadora pefelista, bem como um ligeiro crescimento do tucano José Serra. A popularidade do presidente FHC também subiu

BRASÍLIA – De acordo com a pesquisa elaborada pelo Instituto Sensus para a Confederação Nacional dos Transportes (CNT), divulgada ontem, todos os cenários montados com relação às intenções de voto para as eleições presidenciais de outubro revelam um empate técnico entre o presidente de honra do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, e a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL). O melhor desempenho do petista seria numa disputa sem a participação da governadora do Maranhão.

Neste cenário, Lula teria 32,1% das intenções de voto, seguido pelo governador do Rio, Anthony Garotinho (PSB), com 16,7%, empatado tecnicamente com o senador José Serra (PSDB-SP), com 16,3%. A quarta posição seria do ex-ministro da Fazenda Ciro Gomes (PPS), com 11,4% das intenções de voto. Considerando que Serra e o governador de Minas Gerais, Itamar Franco (PMDB), não concorressem, Lula teria 28,4% das intenções de voto contra 28,3% de Roseana. Garotinho ficaria então em terceiro colocado, com 14,1% das intenções de voto, e Ciro, no quarto lugar, com 9,6%.

Somente com a desistência de Itamar Franco, o quadro seria o seguinte: Lula com 26,8%, seguido de Roseana com 25,3%. Garotinho ficaria em terceiro lugar com 12,5%, mas tecnicamente empatado com Serra, que passaria a 10,2% das intenções de voto.

Sem Ciro e sem Itamar no páreo, Lula e Roseana teriam o mesmo percentual de votos – 27,4% – e Garotinho e Serra manteriam o empate técnico, com uma pequena vantagem para o governador, que registraria 12,7% das intenções de voto, contra 12,1% do ex-ministro da Saúde. A pesquisa foi realizada entre os dias 14 e 21 deste mês, ouvindo duas mil pessoas em 195 cidades brasileiras.

Neste mês a avaliação positiva do presidente Fernando Henrique Car doso atingiu 27,4%. Em janeiro, a avaliação positiva era de 26,7%. O percentual alcançado agora é o melhor desde abril de 2001, quando a avaliação positiva foi de 29,7%.

SERRA – José Serra reassume hoje sua cadeira no Senado desempenhando, na prática, o papel de líder da bancada tucana. Assim, ele começa a definição do comando político da campanha. Em reunião com o ex-ministro, marcada para hoje, o ministro Pimenta da Veiga (Comunicações) deverá aceitar o convite para ser coordenador-geral da candidatura do senador.


Aliança com PL provoca racha na cúpula do PT
SÃO PAULO – A aproximação do PT com o Partido Liberal (PL), na tentativa de construir uma aliança para a eleição presidencial, causou um racha na Executiva do PT, que se reuniu ontem na sede do Diretório Nacional, em São Paulo. Parte dos membros da Executiva queria discutir no encontro de ontem a aproximação do PT com o PL, o que já vem causando críticas de setores do próprio partido.

No entanto, por nove votos a seis, ficou decidido que uma eventual aliança com o PL só será discutida no Diretório Nacional no dia 24 de março, depois das prévias da legenda, marcadas para o próximo dia 17.

A decisão de não debater a aliança ontem fez com que setores mais à esquerda do PT deixassem a reunião antes do término. Foi o caso da senadora Heloísa Helena (PT/AL), que saiu irritada. “É uma aberração da Executiva impedir que o debate sobre a aliança aconteça antes das prévias. Isso mostra o pior, mostra que estão se curvando à medíocre matemática eleitoral. É vergonhoso”, disse a senadora.


Dirceu receberá indenização
O presidente nacional do PT, deputado José Dirceu (SP), receberá uma indenização de R$ 59,4 mil da União pelo período em que esteve afastado da vida pública pelo regime militar, entre 1969 e 1979. A decisão foi tomada ontem pela Comissão de Anistia, que também acatou os pedidos do ex-senador Chagas Rodrigues – que receberá o mesmo valor – e do procurador José Oscar Pereira, que terá direito a R$ 1 milhão. O cálculo para o valor da indenização de José Dirceu foi feito com base nos anos em que o deputado esteve fora do Brasil.


Ciro passa três horas no recife
Com a campanha a todo vapor, o presidenciável do PPS, ex-ministro Ciro Gomes, faz hoje uma passagem relâmpago pelo Recife. Ciro chega ao meio-dia, concede apenas uma entrevista à imprensa, no aeroporto, faz contatos com dirigentes do PPS local e segue, às 15h, para Campina Grande, na Paraíba, onde participa de eventos para divulgar a sua candidatura. Tentando subir nas pesquisas, o presidenciável pós-comunista traça estratégias para ampliar seu espaço na mídia que, segundo ele, o tem discriminado.


Colunistas

Inaldo Sampaio

Batalha judicial
Conforme observou há poucos dias o deputado federal Maurílio Ferreira Lima, o apoio do PMDB a um dos postulantes à presidência da República não contribuirá em absolutamente nada para impulsionar eleitoralmente esse candidato. Mas a governadora Roseana Sarney e o senador José Serra têm interesse nesse apoio por causa do preciosíssimo tempo a que o partido tem direito no guia eleitoral da televisão.
Pré candidato da legenda às prévias, marcadas inicialmente para 20 de janeiro e depois transferida pela executiva nacional para 17 de março, o ministro Raul Jungman disse ontem no Recife que o destino do partido nas próximas eleições poderá ser uma “batalha judicial” devido ao desentendimento que há, internamente, quanto às regras que deverão disciplinar a realização dessas primárias.

Explica-se: a executiva nacional deliberou que as prévias só terão validade se comparecerem pelo menos 50% mais um dos que têm direito a voto (8.500 pessoas). Já a ala contra FHC reuniu as assinaturas necessárias à convocação de uma convenção extra, no dia 3 de março próximo, para discutir a mudança do quórum. A tendência da executiva nacional é não tomar conhecimento dessa convenção, configurando-se, desta forma, a “batalha judicial” a que alude o ministro Jungman.

O caminho da volta
O ex-prefeito de Jaboatão, Nílton Carneiro, nega ter deixado qualquer inadimplência perante a União para o atual prefeito Fernando Rodovalho (PSC). “Se alguém deixou de prestar contas de algum convênio foi o interventor (Byron Sarinho), não eu”, disse o ex-prefeito, que está duplamente candidato: a deputado estadual (2002) e a prefeito de novo (2004). “Já estou pedindo votos de casa em casa para retornar à prefeitura nos braços do povo”.

Pró unidade
João Arraes (PSB) esclareceu ontem que não chegou propriamente a colocar seu nome perante à executiva estadual do partido para ser candidato a governador. “Eu defendia a tese da candidatura própria (Eduardo Campos) mas hoje cheguei à conclusão de que a unidade das nossas forças pregada por Dr. Arraes é o caminho mais correto”, disse ele.

Opção feminina
Há gente no PSB tentando descobrir quem seria a “alternativa feminina” do partido para disputar o governo estadual, contra Jarbas Vasconcelos (PMDB), conforme insinou na última sexta-feira o governador Anthony Garotinho (RJ). Por exclusão só pode ser Tânia Bacelar, secretária do planejamento do Recife, que integra o diretório regional do partido.

Candidato de Jorge é o senador do R. G. do Norte
A assessoria do cantor Jorge de Altinho informou à coluna que o adesivo “Fernando Bezerra - 2002”, colado no vidro da caminhonete dele, refere-se ao senador do RN, de quem ele é amigo, e não ao prefeito de Petrolina.

Parecer de Bivar será contrário à desanexação
Já está praticamente concluído o parecer do deputado Luciano Bivar (PSL-PE) sobre o projeto de autoria de Fernando Gabeira (PT-PT) sugerindo que a ilha de Fernando de Noronha seja reanexada à União. Será contra.

Quem tem mais?
Cresce a torcida na cúpula do PT para que Humberto Costa seja o candidato do partido ao governo estadual. Genoíno (SP) já tinha dito no Recife que a candidatura dele era uma exigência do partido. E ontem, à Rádio Jornal, Lula falou no mesmo tom: “Não há nenhum outro nome com o potencial dele”.

Fora de cogitação
Segundo o secretário Maurício Romão (administração), é “absolutamente impossível” o Estado conceder um reajuste de 48,22% aos professores que estão em greve, como pede o Sintepe, porque o impacto financeiro na folha seria de R$ 18,3 milhões. “Demanda dessa magnitude está totalmente fora de cogitação”, disse.

Ipojuca já tem uma das maiores arrecadações de impostos de Pernambuco por causa do complexo de Suape e não pára de receber novos empreendimentos. A casa de veraneio do governo estadual, que jamais foi utilizada por Jarbas Vasconcelos, está sendo negociada com grupos privados para a construção de dois hotéis cinco estrelas.

Foi rejeitado na Comissão de Transportes da Câmara Municipal do Recife o projeto enviado por João Paulo (PT) regulamentando o “transporte alternativo”. Os vereadores Carlos Alberto Gueiros (PTB) e Luiz Helvécio (sem partido), que representam o setor empresarial, comandaram a rejeição.

Roberto Magalhães (PSDB) participou em Brasília do pré lançamento da candidatura de Serra e retornou ao Recife satisfeito. O que mais o gratificou não foi propriamente o discurso do ex-ministro e sim a entrevista dele às páginas amarelas da revista “Veja”, na qual expôs o seu pensamento sobre economia, com ênfase para a questão dos juros.

Não foi uma tarefa fácil para Inocêncio Oliveira (PFL) comunicar ao sobrinho, Giovane, superintendente regional da Funasa, que ele não seria mais o candidato do grupo a deputado estadual e sim o médico Sebastião Oliveira Júnior. O rapaz está muito chateado e vai abandonar a vida pública.


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02/26/2002


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