Bancos de fomento do Brics selam acordo para ampliar cooperação e usar moedas locais
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, assinou nesta quinta-feira (14) um acordo para cooperações financeiras com os presidentes dos bancos de desenvolvimento da China, Índia, Rússia e África do Sul. Juntamente com o Brasil, estes países constituem os chamados Brics. Eles anunciaram a criação de um grupo de trabalho para desenvolver um sistema cruzado de concessão de crédito mútuo para investimentos diretos em moeda local.
Segundo o BNDES, o acordo terá prazo de vigência de cinco anos e prevê o fortalecimento da cooperação financeira entre as instituições signatárias e o desenvolvimento do relacionamento econômico e comercial entre os países dos Brics.
O documento foi assinado na cidade de Sanya, na China, onde foi realizada a III Cúpula dos Chefes de Estado e de Governo dos Brics. Na ocasião, também foi firmado um protocolo de acesso que formalizará a adesão do banco de desenvolvimento da África do Sul ao grupo.
Por meio de nota, o banco informou que o objetivo do grupo é propor, em 2012, duas medidas básicas: a criação de instrumentos que permitam “a efetiva atuação conjunta das instituições, a fim de fomentar as relações comerciais entre os países, e mecanismos financeiros e operacionais que facilitem o apoio a projetos de interesse comum".
Cooperação
Para dar andamento ao processo, será formado um grupo de estudos integrado por representantes das cinco instituições – BNDES; China Development Bank (CDB); Bank for Development and Foreign Economic Affairs (Vnesheconombank, Rússia); Export-Import Bank of India (Eximbank, Índia); e Development Bank of Southern Africa (DBSA).
A atuação e peso dos Brics na economia mundial têm sido cada vez maiores. A crise financeira internacional de 2008 mostrou o potencial destes países na sustentação do crescimento global, o que aumentou as perspectivas de que essas nações possam ampliar sua influência também na dinâmica sociopolítica do planeta.
Por essa razão, o intercâmbio de experiências e a reflexão conjunta sobre os possíveis caminhos para a realização desse potencial de desenvolvimento econômico e social têm significativas implicações sobre os referenciais e os modelos de política vigentes.
Nesse cenário, o BNDES surge como um dos agentes de desenvolvimento dotados de uma crescente relevância. Em 2010, o banco desembolsou o equivalente a US$ 96,3 bilhões, cifra superior ao de outras instituições internacionais de fomento, como o Banco Mundial (Bird), que liberou US$ 18,6 bilhões; o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), US$ 11,4 bilhões; e a Corporação Andina de Fomento (CAF), US$ 4,6 bilhões.
Fonte:
BNDES
14/04/2011 17:55
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