Base governista chega a acordo para aprovação da PEC do orçamento impositivo
Os líderes da base de apoio ao Governo na Câmara e no Senado chegaram a um acordo sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 22A/2000) que torna obrigatória a execução de emendas parlamentares ao Orçamento da União. O anúncio foi feito pela ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, após reunião com os parlamentares na Liderança do Governo no Senado. Segundo a ministra, o objetivo é evitar a demora na aprovação do texto.
- Não adianta aprovar algo aqui no Senado que depois a Câmara mude, não concorde e aí fica naquele efeito pingue-pongue, de uma casa para a outra – afirmou Ideli.
A expectativa do líder do governo, senador Eduardo Braga (PMDB-AM), era de que a PEC pudesse voltar na manhã de quarta-feira para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) a fim de que fossem apreciadas emendas, e de que, à tarde, já fosse votada pelo plenário. O requerimento de calendário especial que permitiria acelerar a aprovação do texto, no entanto, não foi aprovado pelo plenário.
Segundo Braga, que também é relator da PEC, um dos pontos do acordo consiste em aumentar o limite do percentual da receita corrente líquida (RCL) que deve ser obrigatoriamente liberado para as emendas parlamentares. Em vez de 1%, como prevê o texto aprovado pela CCJ, o percentual seria de 1,2%.
O aumento atenderia reivindicação de deputados de que 0,6% da RCL fosse destinada a emendas que não são da área de saúde. O governo defendia que metade do valor das emendas fosse dirigida à saúde e os deputados queriam baixar esse percentual para 40%, ou seja: 0,4% da RCL. Com a alteração, o percentual continua o mesmo, 50% para área da saúde e 50% para outras emendas, mas a base de cálculo muda, o que elevará de 0,5% para 0,6% da receita corrente líquida cada uma das metades.
Segundo o líder do governo e relator da matéria, senador Eduardo Braga, será mantida no texto a previsão de que a União destine de 15% da RCL para a saúde. Atualmente, a União aplica cerca de 13% desse tipo de receita, mas não há percentual mínimo definido em lei, ao contrário do que ocorre com estados e municípios. Pelo projeto, o percentual será aumentado gradualmente e os 15% serão atingidos em 2018.
- Isso significa R$ 50 bilhões a mais de recurso novo para a saúde nos próximos cinco anos – explicou Braga.
Outra alteração que deve ser feita na PEC, segundo o relator informou, é a adequação de prazos previstos nas disposições transitórias para o texto principal da Constituição.
22/10/2013
Agência Senado
Artigos Relacionados
Maioria governista impede alterações na PEC do Orçamento Impositivo
Tebet diz que base governista vai garantir votação do orçamento de 2002
PEC do Orçamento Impositivo ainda aguarda acordo para votação na CCJ
Vice-líder governista diz que orçamento será votado com ou sem acordo com a oposição
Renan defende acordo entre Congresso e governo para aprovar orçamento impositivo
Base de apoio ao governo chega a acordo para reduzir CPMF para 0,30% até 2011