BELLO PARGA PEDE PRESSA PARA REFORMA TRIBUTÁRIA



O senador Bello Parga (PFL-MA) fez hoje (dia 12) um apelo, da tribuna do Senado, às lideranças partidárias da Câmara para que haja uma definição rápida a respeito da proposta de reforma tributária que está sendo debatida pelos deputados. Ele entende que o país precisa urgentemente de um novo ordenamento fiscal, para acabar com as disputas entre os estados e ajudar o sistema produtivo a enfrentar os desafios da globalização.

No entender do senador maranhense, qualquer reforma tributária somente terá sucesso se atender a quatro requisitos básicos: simplificar a estrutura existente, reduzir a sonegação, melhorar a distribuição da carga sobre os contribuintes e aumentar a capacidade competitiva dos produtos e serviços, num contexto de economia globalizada. Bello Parga acredita que "o esboço do Ministério da Fazenda com certeza representa um avanço em relação ao emaranhado atual".

O senador defende o urgente envio da proposta do governo à Câmara, a fim de ser incorporada aos projetos de reforma tributária que estão sendo discutidos pelos deputados e, com isso, permitir uma economia de tempo em sua tramitação. O resultado da proposta, de qualquer forma, "já é politicamente visível", avalia Bello Parga, porque "em um ano eleitoral ela colocará, de um lado, os candidatos com caráter definido e, do outro, os que prefiram desviar o debate para plataformas populistas".

Em aparte, o senador Edison Lobão (PFL-MA) destacou a importância do pronunciamento de seu colega de bancada e lamentou que, alguns anos atrás, não se tenha aceito a proposta de realização de uma experiência-piloto com o Imposto Único, que seria implantado em um estado para avaliação de seu desempenho e, caso fosse bem sucedido, disseminado pelo resto do país. Lobão concordou que o atual sistema tributário está "superado".

O senador Bello Parga aproveitou a oportunidade de seu pronunciamento para elogiar o presidente do Banco Central, Gustavo Franco, e defendê-lo das críticas que vem sofrendo por parte da oposição, em função de declarações feitas no exterior a respeito de "turbulências" que poderão ocorrer na economia brasileira caso o candidato das oposições, Luiz Inácio Lula da Silva, vença o pleito presidencial de outubro próximo. Em aparte, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) reforçou as críticas ao presidente do BC.



12/06/1998

Agência Senado


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