BENEDITA COBRA POLÍTICAS GOVERNAMENTAIS PARA ASSEGURAR DIREITOS HUMANOS



Durante a comemoração hoje (10) do Dia da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a senadora Benedita da Silva (PT-RJ), autora do requerimento de celebração da data na Hora do Expediente da sessão do Senado, defendeu a necessidade de o governo implementar políticas econômicas mais efetivas no sentido de equacionar problemas estruturais, como o desemprego, a fome e a distribuição de renda. No seu entender, enquanto persistir "esse injusto modelo econômico", os direitos humanos continuarão a ser violados.

- Os direitos humanos não podem ser desprezados sob pretexto de necessidade de se promover ajuste econômico. A resposta do país à crise mundial foi o aprofundamento da recessão, com elevação dos juros, aumento de impostos, demissão de funcionários públicos. Promove-se, assim, mais quebradeira de empresas, mais achatamento do poder aquisitivo da classe média, mais desemprego. Em resumo, mais desrespeito aos direitos humanos - afirmou.

A senadora destacou dados apresentados pela Organização dos Estados Americanos (OEA) constatando que o Brasil "ainda não tem oferecido as garantias necessárias a setores importantes da população com objetivo de assegurar seus direitos". Além de verificar que os trabalhadores brancos ganham 2,5 vezes mais que os negros e que a Polícia Militar continua atuando de maneira violenta, o relatório da OEA demonstrou que a destinação de menos de 1% do Produto Interno Bruto aos pobres seria o suficiente para colocá-los acima da linha da pobreza. "As soluções estão ao alcance das autoridades, mas falta vontade política", alertou Benedita.

- Este é um país que viola os direitos humanos. Mas, ao comemorarmos mais um aniversário da Declaração Universal destes Direitos, não podemos permitir que a realidade de sua freqüente violação nos conduza ao esmorecimento - reforçou a senadora.

Benedita lamentou a existência de evidências que "infelizmente" comprovam suas afirmações, como a chacina ocorrida ontem (dia 09) no Rio de Janeiro, a violência contra a mulher, o trabalho, proibido legalmente, de crianças e adolescentes, a existência de 50 milhões de brasileiros sem registro de nascimento e a informação da Unicef de que apenas 44% da população do país têm acesso ao saneamento básico.



10/12/1997

Agência Senado


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