BENEDITA CONDENA PENA DE MORTE



A senadora Benedita da Silva (PT-RJ) considerou fria e severa a sentença final do governo do Texas determinando a execução por injeção letal da americana Karla Faye Tucker, condenada por duplo assassinato em 1983. Segundo a senadora, sua intenção não é interferir nas decisões dos Estados Unidos, mas disse que sempre defenderá a vida e reforçou seu posicionamento contrário à pena de morte.

- Não venho aqui, em hipótese alguma, defender o marginal ou aqueles que contrariam a lei. É inadmissível que o Estado haja com tanto rigor contra aqueles a quem ele mesmo não deu condições e oportunidades. Naturalmente, se prevalecesse aqui a pena de morte, conforme queriam alguns, muitos brasileiros já teriam sido mortos - afirmou.

Na opinião de Benedita, a sociedade americana não soube dar a clemência necessária à condenada que, como enfatizou, reconheceu seu erro e reformulou sua vida chegando, inclusive, a casar com um pastor protestante na prisão. A senadora chamou a atenção para o fato de até o irmão de uma das vítimas e o próprio papa João Paulo II terem se colocado contra a decisão de executar Karla. "Mas a comissão de perdão do Texas mostrou-se inflexível", lamentou.

Em aparte, o senador Jefferson Péres (PSDB-AM) também frisou sua convicção contrária à pena de morte e considerou "uma crueldade" do governo dos EUA submeter uma cidadã a esse tipo de tortura. "O Estado não tem o direito de marcar dia e hora da morte de alguém", afirmou.



04/02/1998

Agência Senado


Artigos Relacionados


BENEDITA CONDENA SUBSTITUTIVO PARA LEI DE PATENTES

Ministério da Justiça condena progressão de pena em crime sexual

BENEDITA HOMENAGEIA TOM JOBIM NO QUARTO ANO DE SUA MORTE

Aprovados tratados internacionais contrários à pena de morte

Acolhido acordo internacional contra a pena de morte

SATURNINO ELOGIA ARTIGO CONTRÁRIO À PENA DE MORTE