BENEDITA DEFENDE MEDIDAS URGENTES CONTRA O DESEMPREGO



"Desemprego não é fatalidade da globalização", afirmou hoje (29) a senadora Benedita da Silva (PT-RJ), esclarecendo que o fenômeno deve ser entendido como parte do confronto histórico entre o capital e o trabalho. "Somente com uma mobilização nacional, aliada a um governo que dê prioridade ao seu combate, será possível minorar seus efeitos perversos em relação aos trabalhadores brasileiros", destacou.

Para Benedita, medidas como a redução da jornada de trabalho das 44 horas semanais atuais para 40 horas - sem redução de salários - podem representar um certo alívio. "Essa é uma tendência histórica e mundial, que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) vem recomendando desde 1935. No Brasil, somente na Constituição de 1988, os trabalhadores conquistaram a jornada de 44 horas semanais".

A senadora lembrou que já tramita, na Câmara dos Deputados, uma proposta de emenda constitucional nesse sentido, da autoria dos deputados Paulo Paim (PT-RS) e Inácio Arruda (PC do B-CE). "A proposta prevê ainda o aumento da remuneração das horas extras de 50% para 75%, uma vez que os empresários preferem pagar horas extras a seus empregados a arcar com os custos de contratação de novos trabalhadores", enfatizou.

Segundo Benedita, o aumento do desemprego no Brasil é a face cruel e menos conhecida do Plano Real. "Políticas como o custo elevado do dinheiro, o câmbio sacrificando as exportações e a abertura exagerada da economia às importações são exemplos de medidas que o governo FHC jura serem necessárias para manter o Real na rota traçada. Nada têm a ver com globalização, mas seu resultado claro tem sido o número crescente dedesempregados", afirmou a senadora.

Benedita considerou paliativo o impacto sobre os índices de desemprego de cursos de treinamento de trabalhadores, fornecimento gratuito de energia e água ou passe-livre nos transportes. "O esforço deve ser conjunto e urgente da sociedade e do governo. Cabe a nós, parlamentares, colocar essa preocupação no topo de nossa pauta, propondo alternativas que possam garantir, a milhões de brasileiros, o direito ao trabalho."



29/06/1998

Agência Senado


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