Benedito de Lira cobra socorro aos pequenos produtores de leite do Nordeste



A situação dos agricultores atingidos pela seca no Nordeste voltou a ser tema, nesta terça-feira (29), de discurso do senador Benedito de Lira (PP-AL).  Ele pediu pressa do governo federal nas já anunciadas ações de socorro às vítimas da estiagem, considerada a pior dos últimos 30 anos. E pediu especial atenção aos produtores de leite do semiárido nordestino.

Benedito de Lira afirmou que, além de penalizados pela seca, também estão enfrentando uma alta nos insumos que garantem a alimentação do gado leiteiro. Segundo o parlamentar, as empresas que vendem milho e soja – usados na ração do gado – estão se aproveitando da situação para aumentar o preço dos produtos.

- Qual é a possibilidade de o pequeno produtor de leite comprar um saco de soja, que, há cerca de 60 dias, custava R$ 40,00 e agora custa R$ 70,00? Um saco de milho no Centro-Oeste, no Norte e na região do Mato Grosso custa R$ 19,00. Lá [no Nordeste] estamos comprando um saco de milho por R$ 47,00. Um saco de trigo, farelo de trigo, que não tem valor nutritivo nenhum, que, muito pelo contrário, é só enchimento, está custando hoje cerca de R$ 27,00 – denunciou.

Conab

Ele disse ser necessário que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) cumpra a promessa de destinar insumos aos produtores de leite de estados como Alagoas, Bahia, Pernambuco e Rio Grande Norte.

- A Conab está colocando seis mil quilos de milho para os produtores de leite do Rio Grande do Sul. E lá, para o meu estado de Alagoas, para Pernambuco, para a Paraíba, para o Rio Grande do Norte, para o Ceará, para a Bahia, tem que ser três mil quilos? – indagou. O tirador de leite do Rio Grande do Sul é diferente do tirador de leite de Alagoas? É preciso coerência.

Palma

Outra ação cobrada foi o incentivo do governo ao pequeno produtor para o plantio de palma, também usada para alimentar gado. Ele explicou que a seca ocasionou a falta de palma no Nordeste e que o governo, ao invés de incentivar os agricultores nordestinos, fornece incentivo fiscal constante para as indústrias de automóvel.

Benedito de Lira cobrou, ainda, medidas destinadas a facilitar a oferta de água para o consumo humano, o que só é possível com energia elétrica. Em Alagoas, por exemplo, as adutoras funcionam apenas metade do dia.

- Na outra metade, a Eletrobras não fornece energia porque a tarifa é muito alta e o Município e o Estado não podem pagar.

Para resolver isso, o parlamentar propõe o que chamou de “tarifa verde”, a ser aplicada em horários determinados.

- É uma coisa terrível! Essa é uma das ações necessárias na época da seca, mas, infelizmente, não sai do papel, como outras que a Presidenta Dilma determina aos seus ministros e técnicos. Infelizmente a burocracia faz com que as coisas não aconteçam – protestou o senador.

Ele citou nessa linha a determinação da presidente para que o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) colocasse retroescavadeiras à disposição dos pequenos e médios municípios, especialmente para o Nordeste, com a função de cavar reservatórios de água. Algumas máquinas chegaram, outras não.

Em aparte, o senador Casildo Maldaner (PMDB-SC) apoiou o discurso de Benedito de Lira e cobrou do governo federal o envio de um marco regulatório da Defesa Civil, que a seu ver deveria ter recursos de um fundo de emergência para socorrer estados atingidos por enchentes ou secas. O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB – RR) foi outro que se solidarizou com o “discurso indignado” de Benedito de Lira.



29/05/2012

Agência Senado


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