Bernardi promete apoio a calçadistas









Bernardi promete apoio a calçadistas
Celso Bernardi, candidato do PPB ao Palácio Piratini, afirmou ontem, em Sapiranga, que o Estado precisa de governo que seja capaz de defender o setor calçadista pelo seu peso na economia local, como fonte geradora de impostos, e pelo grande número de empregos, mais de 100 mil somente no Rio Grande do Sul. Bernardi assegurou que, se for eleito, participará da guerra fiscal entre os estados. Sobre a necessidade de buscar apoio diferenciado do governo federal para um setor vital às exportações brasileiras, o candidato do PPB disse que irá exigir definição sobre a sobretaxação das exportações de couro wet blue (estágio intermediário), que atualmente não sofrem qualquer tipo de restrição.


Britto vai a Alvorada e cita acordo com a Dell
O candidato da coligação Rio Grande em Primeiro Lugar ao governo, Antônio Britto, fez ontem campanha na região Metropolitana. Em Alvorada, Britto cumprimentou moradores e comerciantes na avenida Getúlio Vargas e lembrou que, na sua administração, acertou a ida da Dell Computer para a cidade. Em outro município administrado pelo PT, Viamão, o candidato fez uma caminhada pela avenida Liberdade.


Paim acha que PT gaúcho se beneficia
Paulo Paim, que concorre ao Senado pelo PT, disse que a queda de Ciro Gomes, da Frente Trabalhista, nas últimas pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República ajuda a fortalecer os candidatos do seu partido ao governo do Estado e ao Senado. Quanto ao fato de o petista Luiz Inácio Lula da Silva enfrentar José Serra, da aliança PSDB-PMDB, no 2º turno, Paim acha que não representa ameaça. 'Estamos preparados para enfrentar Serra, Ciro ou Anthony Garotinho', declarou. Para ele, a queda de Ciro nos levantamentos, mesmo que pequena, ajuda a derrubar os adversários do PT no Estado.


Agenda dos candidatos

HOJE
11 Celso Bernardi (PPB)
9h: Ceasa. 20h: Novo Hamburgo.
13 Tarso Genro (PT-PCB-PC do B-PMN)
17h: painel do Fórum Social Mundial, na Uergs. 18h: salão da igreja Pompéia. 20h30min: Montenegro.
15 Germano Rigotto (PMDB-PSDB-PHS)
12h: lançamento do site, comitê central. 15h20min: Uergs. 16h: Ceasa. 20h: Butiá.
22 Aroldo Medina (PL-PSD)
15h: Uergs. 19h: Gravataí. 20h: Viamão.
23 Antônio Britto (PPS-PFL-PT do B-PSL)

MANHÃ
gravações de rádio e TV. Tarde: São Leopoldo e Esteio.
40 Caleb de Oliveira (PSB)
15h: Uergs.


Tarso quer desonerar a produção
Tarso Genro, candidato ao Palácio Piratini pela Frente Popular (PT-PC do B-PCB-PMN), defendeu ontem a desoneração da produção gaúcha como item fundamental para o estabelecimento de condições de competitividade. A declaração foi feita durante reunião que participou na Câmara de Indústria e Comércio de Caxias do Sul. Tarso salientou que nas eleições deste ano estão em jogo duas estratégias antagônicas. Enfatizou que o ponto de partida para o desenvolvimento é a base produtiva instalada no Estado. Tarso reafirmou a intenção de continuar, a exemplo do governo Olívio Dutra, apoiando médias, pequenas e microempresas. Garantiu que não é contrário à vinda de grandes empreendimentos para o Rio Grande do Sul, mas ressaltou a importância de primeiramente fortalecer os já presentes no Estado.

Sobre o sistema tributário, Tarso afirmou que o ideal é o que corrija as desigualdades regionais, desonere a produção e gere empregos. Em relação às suas propostas de incentivo aos produtores, foram destacados o Gabinete de Estímulo às Cooperativas, a Casa do Exportador e o Conselho Estadual de Desenvolvimento. O candidato afirmou ainda que, com o modelo econômico em transição, é preciso constituir novo bloco social e político que garanta a estabilidade. Destacou que, para a Frente Popular, esse sistema deve ser baseado em mercado interno massivo, que privilegie a base produtiva interna e desenvolva políticas econômicas geradoras de riqueza e acumulações pública e privada, o que permitirá ao país deixar de ser dependente do capital de curto prazo para fechar suas contas.


Serra critica promessa do PT
Também rejeita elogios ao planejamento estratégico adotado pelos militares

O candidato da aliança PSDB-PMDB ao Palácio do Planalto, José Serra, referiu-se ontem ao plano do PT de criar 10 milhões de empregos. Disse que os adversários atacam a sua proposta de 8 milhões, mas prometem ainda mais. O tucano, que participou de sabatina promovida pelo jornal O Globo, no Rio, também negou que o governo tenha destruído 11 milhões de postos de trabalho em sete anos. Salientou que no último mandato foram criados mais de 5 milhões de empregos. Serra disse ainda que é preciso desonerar a folha de salários, cobrando a contribuição patronal de outro modo. Destacou que essa questão está aberta e exigirá amplo debate. Criticou ainda o adversário do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, por elogiar o planejamento estratégico adotado pelos militares. 'Fiquei 14 anos exilado', lembrou.

Sobre as finanças do país, Serra declarou que é preciso aumentar o superávit comercial para reduzir a dependência do capital externo e baixar os juros. 'A queda das exportações neste ano se deve também à substituição de importações, provocada pela atual taxa de câmbio', salientou. O presidenciável defendeu que deve haver convergência para a aposentadoria única, sem contrariar direitos adquiridos. 'Esse tema tem de ser melhor estudado para possibilitar mudanças', observou.

Em relação à violência, Serra afirmou que a legislação brasileira contribui para a impunidade. 'As reduções de pena são questionáveis', salientou. Garantiu que, se eleito, pressionará o Congresso para que as leis relacionadas ao setor sejam modificadas. 'A insegurança diminui o bem-estar da sociedade. A legislação brasileira deixa brechas para isso ocorra', assegurou o tucano.


Urna será observada por 22 países
Jobim garante que a vinda dos representantes não está relacionada à desconfiança de fraudes

As eleições deste ano serão acompanhadas por observadores de 22 países, interessados na urna eletrônica desenvolvida e utilizada somente no Brasil. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) convidou representantes de Angola, Argentina, África do Sul, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Espanha, Estados Unidos, Honduras, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Nicarágua, Panamá, Peru, Rússia, Turquia, Uruguai e Venezuela. Eles estarão distribuídos por seis estados, acompanhando o processo de votação e de apuração dos resultados no dia 6 de outubro. Apesar de ser reconhecido internacionalmente como sistema seguro, rápido e eficiente, não cessam no país as críticas de partidos e candidatos sobre as urnas e a conduta da Justiça Eleitoral.

O presidente do TSE, ministro Nelson Jobim, explicou que a vinda de representantes de outros países para acompanhar as eleições servirá para examinar o sistema eletrônico de votação. 'Essa história de observadores não tem nenhum sentido em relação a fraudes. Eles vêm para verificar o avanço que é o nosso sistema', afirmou. A resposta de Jobim foi uma crítica ao líder do PPS na Câmara dos Deputados, João Hermann Neto, que defendeu a presença de representantes da Organização das Nações Unidas (ONU) para acompanhar as eleições no Brasil. Apesar de o presidenciável Ciro Gomes, da Frente Trabalhista (PPS-PTB-PDT), ter dito ontem que, 'pela primeira vez, desde a redemocratização, poderemos não ter uma eleição limpa', admitiu que não sabe ainda se é necessária a participação da ONU. O TSE está ainda analisando a possibilidade de convidar representantes da organização.

Ciro e Anthony Garotinho, do PSB, pediram a renúncia de Jobim. Argumentaram que ele está favorecendo J osé Serra, da aliança PSDB-PMDB, nos direitos de resposta referentes ao programa eleitoral gratuito e manipulando urnas em benefício do tucano. Para Jobim, as acusações de Ciro são motivadas por razões emocionais. 'Isso é parte do processo eleitoral, mas não deixaremos que se politize o TSE', enfatizou. Ciro defendeu a renúncia alegando a relação pessoal entre Jobim e Serra. O ministro enfatizou que a amizade com o candidato tucano não prejudica a sua atuação. 'Não entramos no processo emocional de campanha. O tribunal julga em cima de casos e fatos', afirmou. O pedido de Garotinho para que se afaste da presidência do TSE por suspeitar de fraude na urna eletrônica foi considerado pelo ministro 'absolutamente irrelevante'.


Freire aponta Ciro imune a denúncias
O presidente nacional do PPS, senador Roberto Freire, declarou ontem, em Curitiba, que o candidato da Frente Trabalhista ao Palácio do Planalto, Ciro Gomes, teve a idoneidade atestada após os ataques que lhe foram feitos pela Grande Aliança (PSDB-PMDB), encabeçada por José Serra. 'Apesar das agressões que Ciro sofreu, não houve denúncias sobre a sua conduta', garantiu Freire.

Segundo o senador, Ciro não deixou que qualquer pressão mudasse suas convicções. 'Foi o único candidato que não assinou nenhuma carta para acalmar o rumor de mercado e atender especuladores', observou. Freire acredita que o crescimento que Serra vinha demonstrando nas pesquisas 'já estacionou'.


Cresce a participação feminina
A participação das mulheres nestas eleições aumentou no país todo em comparação às últimas duas disputas. Dos 27 estados brasileiros, 12 têm candidatas ao Executivo. O Rio conseguiu superar todas as expectativas, ao reunir quatro mulheres para disputar o cargo hoje ocupado por Benedita da Silva, do PT, que concorre à reeleição. Em 1994, buscaram a eleição aos governos 13 representantes do sexo feminino. Em 1998, chegou a 14. Hoje, são 19. À vice-governadora disputam 48 mulheres em 24 estados. Porém, o interesse maior das mulheres parece ser chegar ao Senado. Há oito anos, concorreram às duas vagas 17 candidatas. Em 1998, quando estava em jogo uma cadeira por estado, o número subiu para 23 e, neste ano, praticamente dobrou, com 42. Só Alagoas, Amapá, Distrito Federal, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul não têm mulheres na disputa ao Senado.

As eleições para a deputados federal e estadual também apresentaram aumento na participação feminina. Porém, nenhum partido no país conseguiu atingir a cota de 30% reservada às candidatas. À Câmara, concorrem 562 mulheres. Em 1998, eram 348 pretendentes e, em 1994, 185. Mato Grosso do Sul chegou mais perto, com 19 candidatas do total de 90, 21,11% da cota. No Rio Grande do Sul, são 23 do total de 209 concorrentes a deputado federal. Houve explosão de candidaturas às assembléias. O aumento foi de 571 em 1994 para 1.908 neste ano. Tocantins é o que chegou mais próximo da cota de 30%, com 22,3% de mulheres. No Rio Grande do Sul, o índice à Assembléia é de 9%, com 43 concorrendo do total de 474.


Estevão tenta concorrer embora esteja inelegível
Luiz Estevão, do PTN, registrou ontem no Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal a sua candidatura ao Senado, mesmo estando inelegível até 2004. Ele foi cassado por suspeita de envolvimento no desvio de R$ 169 milhões do Fórum Trabalhista de São Paulo. Ocupará a vaga de Milton Cintra. Aposta que será suspensa a sua inegelebilidade porque o processo de votação da sua cassação foi fraudado.


Fetter aponta itens para a Metade Sul
O deputado federal Fetter Júnior, do PPB, candidato à reeleição pela quarta vez, estabeleceu três linhas de ação para o desenvolvimento da Metade Sul. Dinamizar a agroindústria, investir na infra-estrutura regional e diversificar a economia são as soluções apontadas para reverter o quadro de estagnação da região. Fetter foi relator do projeto de lei 3.203, atualmente em tramitação no Congresso, que cria incentivos fiscais para quem aplicar na Metade Sul. Entre as suas prioridades estão também a reforma tributária e as alterações na legislação para dar mais competência aos estados em relação à segurança pública.


Frente vai investir na televisão
O comando geral da Frente Trabalhista decidiu ontem reforçar a campanha do candidato à Presidência da República Ciro Gomes usando mais a propaganda eleitoral gratuita destinada à disputa ao governo de São Paulo. A intenção é mostrar que existe grande contradição entre as promessas feitas pelo candidato José Serra, da aliança PSDB-PMDB, de criar novos postos de trabalho e combater a violência. Segundo a avaliação dos integrantes da Frente Trabalhista, o tucano participou de governo cuja política econômica foi responsável pela elevação do índice de desemprego.

Além disso, a cúpula da campanha da Frente Trabalhista pretende usar a televisão e o rádio para reverter o estrago provocado pelas críticas da equipe de Serra. As decisões foram tomadas durante reunião em São Paulo, da qual participaram os representantes do PTB na coordenação-geral da campanha de Ciro, deputado Walfrido Mares Guia, e do PDT, Manoel Dias, além do presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen. 'Entendemos que o candidato do governo terá de gastar muito mais energia do que nós para chegar ao 2º turno', afirmou Mares Guia.


Partidos avaliam sistema de votação até sexta-feira
Os partidos políticos começaram ontem, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a inspeção dos programas contidos em 384 mil urnas eletrônicas sem impressão de voto que serão utilizadas nas eleições de 6 de outubro. Até sexta-feira, os representantes dos partidos terão acesso aos sistemas aplicativo e de segurança dessas urnas. Depois da avaliação, o TSE irá lacrar definitivamente os programas.


Rigotto confia que vence polarização
Germano Rigotto, candidato do PMDB ao governo do Estado, atribuiu à propaganda gratuita o seu crescimento de 2,3 pontos percentuais no resultado divulgado ontem pelo Centro de Pesquisa Correio do Povo. Ele disse que está vencendo 'a operação de abafamento' sofrida desde o lançamento da sua candidatura, há cinco meses. 'Só consegui visibilidade agora', declarou. Segundo Rigotto, a polarização extrema da campanha está sendo quebrada. Ressaltou que o seu índice de rejeição é o menor entre os candidatos. A sua meta agora é continuar crescendo até atingir pelo menos 24% para chegar ao 2º turno.


TSE cobra de candidato provas de favorecimento
Ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desafiaram ontem o candidato da Frente Trabalhista à Presidência, Ciro Gomes, a indicar casos concretos de favorecimento nos julgamentos ao adversário José Serra, da aliança PSDB-PMDB. Na última semana, Serra obteve seis direitos de resposta no espaço da propaganda eleitoral gratuita de Ciro, que teve apenas uma vitória no TSE durante o mesmo período.


Schmidt lamenta valor para dívida
O deputado estadual Luis Fernando Schmidt, do PT, candidato à reeleição, afirmou ontem que o Estado apresenta problemas conjunturais, mas isso é esperado quando 14% da receita líquida se destinam para pagamento da dívida com a União. Segundo Schmidt, o Produto Interno Bruto industrial do Rio Grande do Sul é o que apresenta maior crescimento médio em relação a outros estados. Destacou os investimentos na base produtiva, a geração de emprego e renda, os repasses através do Pronaf, do Pronafinho e do RS Rural e a contratação de cerca de 40 mil servidores por concurso público. 'Houve avanços, mas não é possível resolver tudo em quatro anos', argumentou.


Mulheres rebatem ataque de Paulinho
O Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, ligado ao Ministério da Justiça, divulgou ontem nota oficial de protesto contra o candidat o à vice-presidência na chapa da Frente Trabalhista, Paulo Pereira da Silva. Ele classificou a ministra-chefe da Controladoria-Geral da União, Anadyr de Mendonça Rodrigues, como 'mulher mal-amada'. A nota 'Violência eleitoral contra a mulher' condenou os termos usados por Paulinho e cobrou respeito e clareza da coligação. 'Basta de sexismos, juízos de valor, provincianismo e marketing político para driblar a opinião pública feminina', escreveu a presidente do conselho, Solange Jurema. Lembrou que as mulheres representam 52% do eleitorado.


Lula lança plano contra racismo
Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT à Presidência, lançou ontem, em Salvador, seu programa de combate ao racismo. Intitulado 'Brasil sem Racismo', o documento do PT prevê cotas para negros nas universidades públicas. Foi justamente esse o tema que provocou o bate-boca entre o candidato da Frente Trabalhista, Ciro Gomes, e o estudante Rafael dos Santos durante debate na Universidade de Brasília. Houve até protesto do movimento negro da Bahia contra Ciro um mês atrás. 'Ciro agiu de forma antidemocrática', afirmou Lula, numa referência à atitude do candidato, que impediu o aluno de falar porque a palestra não previa apartes.

O fato foi lembrado durante a apresentação do caderno temático de combate ao racismo, uma espécie de carta-compromisso assinada por Lula, na Casa do Comércio de Salvador. Com 20 folhas, o documento aborda algumas ações para o enfrentamento da exclusão social, em caso de vitória do PT.

A cartilha defende ainda a concessão de incentivos às empresas privadas que desenvolverem programas de igualdade racial e diversidade étnica. Sugestões como a criação de centro de referência contra o preconceito e de um disque-racismo também fazem parte das propostas. O documento citou que, segundo o Instituto de Políticas Econômicas Aplicadas, em 2001 os negros correspondiam a 64% dos 53 milhões de pobres do país e a 69% da população dos indigentes.


Lula discorda do pedido de fiscalização da disputa
O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, criticou ontem, em Salvador, a proposta da Frente Trabalhista, do adversário Ciro Gomes, de pedir observadores internacionais para fiscalizar as eleições. 'O Brasil não é nenhuma republiqueta', reagiu. Para Lula, os partidos e as entidades classistas têm condições de criar sistemas de apuração paralelos e garantir a confiabilidade da votação.


Garotinho recebe contribuições
A pequena reação do candidato do PSB ao Palácio do Planalto, Anthony Garotinho, nas pesquisas de intenção de voto divulgadas nos últimos dias deu ânimo a seus antigos aliados. A mudança no cenário também trouxe novos apoios à sua candidatura, principalmente financeiros por parte de grande número de empresários evangélicos. Garotinho esteve reunido no final de semana, em Brasília, com 900 integrantes da Associação de Homens de Negócio do Evangelho Pleno. Além de recursos para a campanha, o grupo providenciou ao candidato cinco jatinhos para que possa intensificar as suas viagens ao interior do país. Garotinho disse que as pesquisas confirmam o que vinha percebendo nas ruas há 15 dias. 'Disputaremos o 2º turno. O horário eleitoral gratuito vem nos ajudando', salientou.


Artigos

Independência
Maria do Carmo Bueno

Vivemos no último fim de semana as comemorações da Independência. O fogo simbólico ardeu na pira da Pátria e todos recordaram o gesto de dom Pedro I às margens do Ipiranga, naquele 7 de setembro de 1822. O Brasil amanhecia com pouco mais de 4 milhões de habitantes, um imenso território e um número apreciável de problemas. Passaram-se 180 anos. Rolaram conflitos, dois reinados, a República, longos períodos de ditadura e fases intermitentes de democracia. Somos hoje 170 milhões de brasileiros à procura da utopia ditada em nossa atual Constituição: 'Uma sociedade livre, justa e solidária' (artigo 3º, inciso I).

Mas qual é o sentido de independência no momento histórico atual? Todos os povos, mais do que nunca, exercem influências recíprocas graças à tecnologia e à comunicação, locomotivas da atividade econômica e da mudança cultural. É espantoso o desnível nas relações internacionais, alguns países comportando-se como lobos e outros como cordeiros, na proporção direta do PIB de cada um. Os Estados Unidos têm 32% do PIB mundial. Japão, Alemanha, Inglaterra, França e Itália juntos produzem mais 32% da riqueza do mundo. Todos somados concentram 64% da produção do planeta, com uma renda per capita de 26 mil dólares, e têm só 11% da população mundial. Vêm a seguir 11 nações, dentre elas Canadá, Espanha, Austrália, Holanda e Áustria, responsáveis por 10% do PIB, distribuídos por apenas 3% da população da Terra. Após está o bloco dos países em desenvolvimento mais destacados: China, Brasil, México, Coréia do Sul, Índia, Argentina, Rússia, Turquia, Polônia, Indonésia, África do Sul e Tailândia, que, com 53% da população total, produzem 14% da riqueza e têm uma renda per capita média de 4.487 dólares anuais. No fim vem o mais trágico, 176 países com apenas 10% da riqueza mundial e 33% restante da população.

Nessa interdependência desigual, a independência é só uma questão de grau. Tanto mais independentes seremos quanto mais desenvolvidos formos. O crescimento é parte integrante e indispensável do desenvolvimento. Não basta, contudo, crescer. É necessário distribuir o produto desse crescimento de forma eqüitativa. Que não nos passe despercebido esse aspecto fundamental da independência.


Colunistas

PANORAMA POLÍTICO - A. Burd

QUANDO A INFLAÇÃO AJUDA
1) O Ministério da Fazenda não lamenta muito o ressurgimento da inflação porque se beneficia com ela. O aumento dos preços faz aumentar a receita de impostos. Ao mesmo tempo, as dívidas, que não são indexadas, permanecem estáveis. Aí está uma fórmula de deter o déficit que foi amplamente usada por União, estados e municípios até o surgimento do Plano Real.

2) O carrossel não pára de girar. Os brasileiros que tinham investido em negócios nas cidades argentinas da Fronteira preparam-se para retirada porque já acreditam ter ganho o que dava. O movimento nos últimos 30 dias caiu 80%. Os coreanos, que conhecem o mercado como poucos, seguem o mesmo caminho. Quando estes levantam âncoras é porque o vento virou.

ROLAGEM
A grande expectativa de hoje, no Senado, é que seja aprovada a rolagem da dívida de mais de R$ 380 mil do IPE do Rio Grande do Sul. Como não há quórum, as decisões se dão por acordo de lideranças.

FALTOU POUCO
A rolagem da dívida do IPE só não foi votada semana passada porque o caso de Alagoas está no pacote. Os senadores Eduardo Suplicy e Heloísa Helena, por isso, criaram problemas. Que não repitam.

MEDO DE SOMBRA
1) Inevitável: o presidente eleito em outubro será o primeiro a assumir com a possibilidade de concorrer à reeleição. Isso poderá significar rédea curta para os governadores de seu partido, evitando ver surgir um concorrente; 2) depois de muitas pedras rolarem, José Sarney e Antônio Carlos Magalhães vão se unir no 2º turno em torno de Lula. Foram parceiros na extinta União Democrática Nacional, de direita.

MULTAS PESADAS
Ao longo de quase três meses, o Ministério Público entrou com 257 representações na Justiça Eleitoral contra candidatos, partidos e coligações por propaganda irregular. Ao final da campanha, alguns poderão ser considerados à beira da falência.

SEM PROBLEMAS
A bancada governista está com tudo e não está prosa: deu passeio na Câmara obtendo 21 votos favoráveis para aprovar projeto que disciplina o regime de previdência social dos municipários. Registra ram-se cinco abstenções. Nada mais diante de tema extremamente polêmico.

NA PRESSÃO
Os deputados estaduais superaram, há mais de um ano, o trauma da pressão das galerias do plenário. Vereadores de Porto Alegre ainda se amedrontam. Ontem, deram mais um prova desse comportamento.

MOMENTO OPORTUNO
A legislação poderia prever amplos espaços para os pequenos partidos divulgarem seus programas fora das eleições. Nos debates em que seus candidatos participam, nada mais têm feito do que dizer o que são e pretendem. Dessa forma, dariam chance a que os encontros em rádios e TVs dos que têm condições de se elegerem se tornassem bem mais proveitosos. Pelo grande excesso de participantes, ficam improdutivos.

DOS LEITORES
' Vilma Rodrigues: 'Você vai votar em Chitãozinho e Xororó ou em Zezé di Camargo e Luciano? Pela ênfase dada pelos presidenciáveis às duplas sertanejas, não deveriam ser incluídos na cédula eletrônica?'.
' Dilmar Lima: 'Ouço políticos insistirem na necessidade do financiamento público das campanhas eleitorais. Alguns gastarão muito além porque o controle é dificílimo'.

APARTES
Sérgio Zambiasi distancia-se cada vez mais do 2º colocado na pesquisa entre os candidatos ao Senado.

Queda de Ciro nas pesquisas comprova: botou os pés pelas mãos.

Gunter Axt e Fernando Schüller são alguns dos autores de 'O Jeito Petista de Governar'. Lançamento do livro: 18h de hoje no Mercado Público.

Deputada Jussara Cony homenageia às 14h de hoje, na sessão da Assembléia, os 60 anos da Cientec.

PT da Bahia usa slogan provocativo contra ACM para o seu candidato Waldir Pires: senador sem fraude.

Percalço de quem viaja em campanha: deputado Marco Peixoto acidentou-se no trevo de Cerro Largo.

Bom Dia, com Jurandir Soares, das 6h às 7h de hoje na Rádio Guaíba.

Deu no jornal: 'Lula diz que só ele poderá conter o MST'. Quem, alguma vez, chegou a duvidar disso?

Desembarcam nos arsenais de campanha mais carregamentos de mísseis. Precisão de alvo é segura.


Editorial

A AVERSÃO AO RISCO BRASIL

A presença, na Europa, do ministro Pedro Malan, da Fazenda, e do presidente do Banco Central, Armínio Fraga, e, na Ásia, do secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Marcos Caramuru, estão justificadas pelo empenho de nossas autoridades da área econômica, desde agosto passado, quando concentraram ações nos Estados Unidos, em convencer os grandes banqueiros e investidores internacionais de que a economia estabilizada assegura a confiança no Brasil. Malan, em Madri, faz contatos com os diretores dos bancos Santander, BBVA e Atlântico e, em Londres, na sede do Banco da Inglaterra, com o chanceler Gordon Bown, responsável pela pasta econômica do governo Tony Blair. Fraga participa, na Basiléia, Suíça, da reunião anual do Banco de Compensações Internacionais e, em Frankfurt, na Alemanha, e, em Amsterdã, Holanda, com investidores dos dois países. Caramuru, em Tóquio, cumpre extensa agenda de encontros com banqueiros e autoridades japonesas.

Com dados concretos sobre o desempenho da economia brasileira, Malan, Fraga e Caramuru tentam convencer os banqueiros e os investidores europeus e asiáticos de que as finanças do país estão em ordem e que a nossa dívida externa é perfeitamente administrável, nada justificando a aversão generalizada ao risco Brasil. Levam, também, uma forte argumentação para esvaziar o temor em torno da transição governamental, baseada no fato de que os quatro principais candidatos à sucessão do presidente Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, José Serra, Ciro Gomes e Anthony Garotinho, manifestaram apoio ao acordo firmado pelo país com o Fundo Monetário Internacional.

Cautelosos, contudo, os banqueiros e os investidores, ao que tudo indica, não irão além de uma ampliação gradativa das linhas de crédito às empresas brasileiras, aguardando o desfecho das eleições de outubro para, então, tomarem a decisão de recomendar ou não novos investimentos no Brasil. Ao receberem as autoridades brasileiras, os banqueiros e os investidores, notadamente os espanhóis, esperam, também, que os resultados dos encontros acalmem seus próprios acionistas quanto ao acerto das aplicações no Brasil, apesar da crise que monitoram com a máxima atenção.


Topo da página



09/10/2002


Artigos Relacionados


Bernardi promete valorizar Polícia

Calçadistas pedem apoio do parlamento na reforma tributária

Covatti diz que apoio a Bernardi não interfere nas prévias

ACM PROMETE APOIO A VÍTIMAS DA VIOLÊNCIA

ACM PROMETE APOIO ÀS FAMÍLIAS DO PALACE II

SARNEY PROMETE APOIO A MOTORISTAS DE TÁXI