BERNARDO CABRAL DEFENDE MAIS INVESTIMENTO EM RECURSOS HÍDRICOS
Lembrando que transcorre nesta segunda-feira (dia 22) o Dia Mundial da Água, o senador Bernardo Cabral (PFL-AM) pediu que o governo brasileiro fixe uma política de recursos hídricos e estabeleça um sistema nacional de gerenciamento desses recursos. "A água será o ouro do Século XXI", antecipou o parlamentar. Ele listou os desafios que, em sua opinião, aguardam a ação do ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho: estruturar a carreira de gestão de recursos hídricos; implantar comitês de bacias hidrográficas e agências de água; definir novas áreas de atuação da Secretaria de Recursos Hídricos e do Ibama; e promover a necessária cooperação técnica internacional com os países da bacia amazônica - Suriname, Guiana, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia. Sustentando que a questão da água será a mais relevante e estratégica do próximo século, Bernardo Cabral mencionou a previsão de especialistas, segundo os quais, no ano 2.025, dois terços da população mundial viverão em áreas com recursos hídricos insuficientes. Com base nas mesmas fontes, ele informou que a sustentabilidade de um país está vinculada à disponibilidade hídrica de 2.700 metros cúbicos/habitante/ano.Referindo-se a dados da Associação Brasileira de Recursos Hídricos, Bernardo Cabral disse que Ceará, São Paulo e Rio de Janeiro estão chegando ao nível mínimo de sustentabilidade em matéria de recursos hídricos. Enquanto isso, acrescentou ele, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe e Distrito Federal não são sustentáveis, mas chegam ao nível da suficiência, ao passo que Paraíba e Pernambuco não são sustentáveis e estão no nível da insuficiência. O senador observou que a fartura de recursos hídricos na Amazônia é altamente vulnerável porque a água não é um bem infinito e interminável. Também informou que todas as principais nascentes da Bacia Amazônica estão nos países vizinhos - Suriname, Guiana, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia. Para ele, isso é algo como um grande crédito bancário, "mas dependendo do trabalho interligado de sete gerentes para sua aplicação". Antes de pedir ao governo que invista na gestão de recursos hídricos, o parlamentar listou, entre outras, as seguintes razões para amparar sua tese: a água é a infra-estrutura mais importante para o crescimento econômico e social de um país; é tão importante quanto o ar; o Brasil dispõe da maior reserva hidrológica do mundo; começa a escassear água onde ela é de boa qualidade; há uma perda de até 40% dos 10,4 trilhões de litros distribuídos anualmente no país; e muitos rios já morreram no Brasil, em conseqüência do descaso.
22/03/1999
Agência Senado
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