Bernardo Cabral pede solução para crise na aviação civil



Após análise da crise que atinge as companhias aéreas brasileiras, o senador Bernardo Cabral (PFL-AM) pediu nesta quarta-feira (8) que o Congresso exerça um papel mediador, por entender que o setor da aviação civil é um patrimônio da nação, imprescindível ao seu desenvolvimento e ao seu futuro. Ele pediu que o Legislativo interceda para viabilizar a sobrevivência das empresas.

De acordo com o parlamentar, sendo esta uma atividade que depende de concessão do poder público, a solução não pode ser atribuída exclusivamente aos proprietários das empresas.

- Essas têm obrigações sólidas para com seus investidores e acionistas, porém as autoridades governamentais precisam compreender e agir, não deixando que a omissão comprometa um dos pilares de sustentação do desenvolvimento nacional - disse.

Bernardo Cabral reconheceu a dificuldade de definir uma política setorial para a aviação civil, mas afirmou que ela é possível, se forem observadas as decisões tomadas pelo governo norte-americano para manter os negócios do setor depois dos atentados de 11 de setembro do ano passado. Esse ato terrorista também atingiu as empresas brasileiras, que ainda tiveram sua situação agravada por uma série de problemas específicos, argumentou.

Como exemplo, o senador citou a elevada carga tributária, os altos custos de operações de infra-estrutura, o peso mais expressivo dos combustíveis e lubrificantes sobre as despesas das empresas e o grande ônus resultante das compras financiadas de aeronaves.

De acordo com Bernardo Cabral, a crise afeta principalmente a Varig, a mais tradicional companhia aérea brasileira, que amarga o quarto prejuízo consecutivo e uma dívida de US$ 900 milhões. Observando que o governo já anunciou que não interferirá para aliviar a situação dessas empresas, Cabral concordou que não se deve despender recursos públicos para salvar empreendimentos privados. Mas condenou a "omissão diante da forte crise que se abate sobre uma das grandes conquistas da iniciativa brasileira, que criou companhias que operam em pé de igualdade com empresas estrangeiras, muitas vezes superando-as na qualidade dos serviços".

Em concordância com a análise de Cabral, fizeram apartes os senadores Ney Suassuna (PMDB-PB), Francisco Escórcio (PMDB-MA), Amir Lando (PMDB-RO), Lauro Campos (PDT-DF), Lindberg Cury (PFL-DF), Romeu Tuma (PFL-SP) e José Fogaça (PPS-RS).



08/05/2002

Agência Senado


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