Bicameralismo reúne Lula, Renan e Chinaglia para uma conversa



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve reunir-se nos próximos dias com os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Arlindo Chinaglia, para uma conversa destinada a afinar o trabalho das duas Casas do Legislativo na elaboração de leis. Ao receber nesta semana uma Agenda de Princípios para o Brasil, elaborada pelo movimento Ação Empresarial, Renan anunciou essa reunião, observando o quanto é importante que Câmara e Senado trabalhem em convergência.

- É importante que a votação de uma Casa tenha conseqüência na outra, senão vira crise institucional - alertou Renan Calheiros.

Fazer com que matérias aprovadas no Senado tramitem no mesmo regime de prioridade quando chegam à Câmara é fundamental para o Parlamento, na visão não apenas dos senadores que trabalham nesses textos. Muitos dos empresários que levaram o documento Agenda de Princípios para o Brasil na residência de Renan se manifestaram a favor desse trabalho integrado e de uma ação mais pontual do Legislativo em benefício da sociedade.

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), deputado Armando Monteiro, defendeu, além disso, maior interlocução entre a classe empresarial e o Parlamento, alegando que é no Congresso que a sociedade se expressa. Ele lembrou que, ao anunciar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou claro que não tem pressa em realizar, nem a reforma previdenciária, nem a trabalhista. Na opinião do deputado, cabe ao Legislativo saber se é isso o que também deseja a sociedade.

- Neste momento, o Congresso tem papel central e os empresários já tem um conjunto de reflexões para impulsionar essa agenda - disse Armando Monteiro, ao que Renan Calheiros respondeu:

- Precisamos acertar os nossos passos. Temos um grande campo para trabalhar. O presidente Lula chamou a mim e a ao presidente da Câmara para conversar. É importante que nessa conversa possamos ver uma maneira de organizar o processo legislativo.

Na última reunião realizada com os líderes partidários, o presidente do Senado insistiu no entendimento de que as matérias aprovadas no Senado, como o pacote antiviolência e as reformas tributária e política têm que ter conseqüência na Câmara, até para que encerrem o processo legislativo iniciado.

- Isso é o aperfeiçoamento do bicameralismo. Não tem sentido não se apreciar as matérias. Pode-se até derrubá-las. O que não se pode é engavetá-las - ressaltou. 



13/04/2007

Agência Senado


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