BNDES poderá prestar contas de empréstimos ao Senado



O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) poderá ter de repassar ao Senado Federal detalhes sobre operações de financiamento, socorro e participação acionária em empresas nos últimos seis anos. A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) aprovou, nesta quarta-feira (8), relatório do senador Jayme Campos (DEM-MT) sobre requerimento de informações (RQS 485/10) neste sentido apresentado pelo senador Antonio Carlos Júnior (DEM-BA).

O parlamentar pela Bahia quer saber a relação de empresas beneficiadas em operações de valor igual ou superior a R$ 100 milhões no período. Seu interesse se volta ainda para as empresas que passaram a contar com participação acionária do BNDES. Em cada caso, pede que sejam explicitadas as razões que motivaram o uso de recursos da instituição e que se inclua, quando possível, uma avaliação sobre o negócio realizado.

Segundo Antonio Carlos Júnior, o BNDES se tornou o principal financiador de investimentos de longo prazo da economia brasileira. O total de empréstimos realizados pela instituição nos últimos 12 meses - conforme acrescentou - chegou a R$ 128 bilhões, levando a instituição a figurar entre os maiores bancos de fomento do mundo.

O argumento de que as operações de um banco público precisam ser fiscalizadas pelo Senado convenceu Jayme Campos. O relator entendeu que, embora sigilosas, as informações solicitadas precisam ser prestadas ao Legislativo. Ele reforça essa avaliação observando que a Constituição federal inclui entre as competências do Congresso Nacional "fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas (Câmara ou Senado), os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta", que é o caso do BNDES.

"Assim, há de se acolher o requerimento ora sob análise, posto que a carteira de empréstimos do BNDES envolve recursos públicos da União", concluiu o relator.

Depois de ser aprovada pela Comissão de Justiça, a matéria será enviada ao Plenário do Senado.



08/12/2010

Agência Senado


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