BNDES vai ter de prestar contas ao Senado sobre suas aplicações



A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE) aprovou nesta terça-feira (dia 26) parecer do senador Gilberto Mestrinho (PMDB-AM) que acolhe emenda modificativa de autoria do ex-senador José Roberto Arruda obrigando que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) preste contas anualmente ao Senado sobre suas operações financeiras. Além do encaminhamento de relatórios à CAE, a emenda obriga ainda o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e o presidente do BNDES a comparecerem perante a comissão para complementar as informações enviadas.

A emenda do ex-senador Arruda, apresentada em Plenário ainda quando ele era líder do governo, prejudicou o projeto de lei original, de autoria do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), que pretendia obrigar o BNDES a destinar 22% dos seus recursos financeiros para o setor da agroindústria. A emenda do ex-senador, na prática, trocou essa obrigatoriedade de vinculação de recursos da instituição pela obrigatoriedade da prestação de contas ao Senado.

Em seu relatório, ao acatar a emenda, Gilberto Mestrinho explicou que a vinculação por lei de recursos do BNDES à agroindústria, conforme previsto no projeto original, afetaria a capacidade operacional da instituição. Para o relator, se isso fosse feito, poderia haver sobras de recursos para o setor vinculado e escassez em outros, e também forçaria a instituição financeira a alocar recursos em projetos menos importantes ou de risco muito elevado, de modo a comprometer o retorno do crédito concedido. A matéria será ainda apreciada pelo Plenário.

A CAE também aprovou parecer favorável a projeto de lei da Câmara que obriga os fabricantes de televisores a incluírem nos aparelhos um dispositivo que permitirá o bloqueio da recepção de programas com cenas de sexo e violência. Pelo que prevê o projeto, relatado pelo senador Casildo Maldaner (PMDB-SC), que encaminhou favoravelmente à aprovação, as emissoras de TV e operadoras terão de dar uma classificação eletrônica a todos os programas contendo cenas de sexo e de violência.

O aparelho procederia, então, à leitura dessa classificação, podendo desconectar automaticamente um determinado canal pelo tempo previsto para a duração do programa contendo as cenas indesejadas. Com isso, os pais vão poder selecionar previamente o que os filhos devem assistir na TV.

O projeto, de autoria do deputado Cunha Bueno (PPB-SP), estabelece um prazo de 180 dias para regulamentação da lei e de um ano para que a indústria e o comércio mudem seus procedimentos e renovem seus estoques e proíbe a venda dos aparelhos sem o dispositivo, após esse prazo. A matéria vai agora ao Plenário.

26/06/2001

Agência Senado


Artigos Relacionados


BNDES poderá prestar contas de empréstimos ao Senado

BNDES deve prestar contas ao Senado, prevê emenda

José Agripino quer obrigar presidente do BNDES a prestar contas no Senado a cada três meses

Banco Central terá de prestar contas ao Senado

Dirigentes de agências reguladoras podem ser obrigados a prestar contas ao Senado

PEC que obriga autoridades a prestar contas ao Senado pode ser votada na próxima semana