Bornhausen diz que não acredita na inocência de Lula



Um dia depois de a coligação PSDB-PFL ajuizar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedido de investigação contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os suspeitos de envolvimento na suposta venda de um dossiê ao PT para prejudicar as candidaturas de José Serra e Geraldo Alckmin, o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), disse que não acredita na inocência do presidente da República.

Além de Lula, a ação ajuizada pela coligação PSDB-PFL pede que o TSE investigue o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos; o presidente do PT, Ricardo Berzoini; os dois envolvidos na compra do dossiê, Gedimar Pereira Passos e Valdebran Padilha da Silva, além do ex-assessor especial da Presidência Freud Godoy, que deixou na segunda-feira (18) o cargo. Em entrevista coletiva, Bornhausen disse haver vínculos que comprometem Lula com o caso, embora ainda seja cedo para considerar um pedido de impeachment contra o governo.

- Não dá para falar em impeachment. Há uma investigação criminal e eleitoral em curso. Há que se falar em providências que serão tomadas, como o pedido de investigação ao TSE.

O presidente do PFL reafirmou a necessidade de apuração da origem do total de R$ 1,7 milhão apreendido com as pessoas que negociavam a compra do dossiê das mãos de Luiz Antônio Vedoin, dono da Planam, empresa que comandou a máfia das ambulâncias.

Bornhausen também defendeu uma intensa fiscalização das ações do Ministério da Justiça, alegando que Márcio Thomaz Bastos tem agido muito mais como advogado criminalista do presidente Lula do que como um ministro.

- Vamos estar fiscalizando, sim, e temos confiança absoluta na ação do TSE, que aliás está sendo vítima também de um abuso de grampos, o que é profundamente lamentável. Acho que é um atrevimento fantástico grampear ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e do TSE. Esse atrevimento só tem base em quem está acostumado a lidar com bandidagem. Estão monitorando os ministros do TSE. Eu não vou fazer acusação contra ninguém porque não tenho nenhum indicio, mas acredito que o tribunal não vai deixar passar isso em branco.

19/09/2006

Agência Senado


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