BORNHAUSEN INDAGA APENAS SE CARTA QUE LEVOU A INVESTIGAÇÕES ERA ANÔNIMA
Bornhausen informou que, nos seus 32 anos de vida pública, jamais acusou um adversário. "Se fui acusado, respondi. Assim procedo e não me arrependo", acrescentou. Ele narrou episódio em que, candidato ao governo de Santa Catarina, seu pai recusou-se a utilizar-se eleitoralmente de um processo instaurado contra Doutel de Andrade, candidato na chapa adversária, apenas por que não queria utilizar-se desse instrumento contra um opositor.
Greca sustentou que a carta que suscitou a investigação da Polícia Federal era anônima, mas tendo sido enviada pelo senador Roberto Requião (PMDB-PR) ao Palácio do Planalto, decidiu esclarecê-la. Ele explicou que, no Palácio, foi informado que não era necessário considerar esse documento, mas quis que Polícia o investigasse porque seu propósito era ver o assunto elucidado. "Detesto a triste prática política de fabricar factoides adversários", disse o ministro.
Também afirmou que à sua "guerra" com Roberto Requião aplica-se o que o padre Antonio Vieira afirmou a respeito das guerras que começam, prosseguem e terminam sem justiça. A respeito da atitude do pai de Bornhausen em relação a seu adversário em Santa Catarina, o ministro afirmou que Deus não lhe deu o privilégio de ter um adversário da qualidade moral de Doutel de Andrade.
Depois de ouvir o ministro, Borhausen disse que o plenário não era o lugar adequado para uma discussão que originou-se numa carta anônima. "As divergências de província devem ficar lá e não aqui. Assuntos trazidos sem prova não devem nos fazer ficar tanto tempo em plenário", disse. E manifestou seu desejo de que Greca continue seu trabalho à frente do ministério. "Votos o senhor os terá, mas vai disputá-los não aqui, e sim no Paraná".
Antes de encerrar os trabalhos, o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, agradeceu a presença de todos e elogiou a independência com que os senadores puderam interrogar Rafael Greca, "travando um diálogo proveitoso para a democracia brasileira".
18/11/1999
Agência Senado
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