Brasil e África discutem no Rio novas oportunidades de parceria por meio do BNDES



Dezenas de empresários e autoridades do Brasil e de diferentes países da África reuniram-se nesta quinta-feira (3), na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio,  para discutir novas oportunidades de parceria entre o Brasil e a África.

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Segundo o vice-presidente do BNDES, João Carlos Ferraz, o seminário Investindo na África: Oportunidades, Desafios e Instrumentos para Cooperação Econômica, que marca as comemorações dos 60 anos do banco, mostra a importância do Continente Africano para o Brasil e a necessidade de se conhecer melhor as propostas africanas para viabilizar projetos de interesse comum.

“Se há 60 anos esse banco foi criado, inclusive com a assistência técnica de organismos internacionais, com foco no desenvolvimento integrado, hoje esse evento simboliza e aponta um dos caminhos para o Brasil e para o BNDES nos próximos 60 anos, que é o Continente Africano”.

O embaixador do Zimbábue, Thomas Sukutai Bvuma, decano do Corpo Diplomático da África no Brasil, disse que não faltam oportunidades de negócios na África, em setores como mineração, agricultura, energia, infraestrutura, indústria e turismo. Ele criticou, entretanto, o que chamou de hesitação de empresas estrangeiras em agregar valor aos produtos africanos.

“Os países da África também encontram dificuldade de obtenção de linhas de crédito e de inserção nos mercados internacionais, sobretudo para produtos manufaturados, porque não oferecem as garantias tradicionais”, comentou Bvuma. Ele lamentou as poucas ligações aéreas e marítimas entre a África e o Brasil e pediu maior flexibilidade na consideração de garantias e condições de pagamento e mais viabilidade de projetos, além de maiores garantias soberanas de linhas de crédito.

 

Fortalecimento das relações

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, defende o fortalecimento das relações Brasil-África. "Temos aprofundado e expandido essa relação, para além dos países de língua portuguesa, com investimentos em Gana, Guiné, além de Moçambique e Angola", afirmou o ministro. O seminário é parte das comemorações dos 60 anos do banco.

A Câmara de Comércio Exterior (Camex) aprovou, em abril, mais US$ 2 bilhões em linha de crédito para Angola, lastreados pela conta-petróleo. A exemplo do que fizera em visita a Moçambique em 2011, Pimentel defendeu a adoção de modelo semelhante à conta-petróleo para garantir os empréstimos do Brasil aos países africanos.

Por esse mecanismo, os recursos emprestados pelo Brasil são garantidos pela venda de petróleo ao país. A conta-carvão, por exemplo, lastreada pelo carvão extraído da mina de Moatize, explorada pela Vale, deve servir de garantia para novos empréstimos a Moçambique.

 

Fonte:
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
Agência Brasil



03/05/2012 19:28


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