Brasil inicia expedição científica ao interior da Antártica neste sábado



Um grupo composto por 15 cientistas brasileiros e dois chilenos inicia neste sábado (10) a expedição científica Criosfera 1, que tem como objetivo instalar um módulo de pesquisas a cerca de 670 quilômetros (km) de distância do Pólo Sul geográfico.

O equipamento ficará a 2,5 mil km (a mesma distância que separa o Rio de Janeiro de João Pessoa) ao sul da estação antártica brasileira Comandante Ferraz, na Ilha Rei George. O módulo coletará e enviará dados climáticos para o Brasil por pelo menos quatro anos, marcando nova fase do programa antártico brasileiro, Proantar, criado há três décadas. Até então, as pesquisas eram voltadas para o ambiente marinho e costeiro, explica Jefferson Cardia Simões, diretor do Centro Polar e Climático (CPC) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que lidera a expedição.

“Faremos vários estudos, mas dois são considerados mais importantes. Vamos tentar detectar no interior da Antártica sinais poluentes resultado de queimadas. E faremos uma perfuração de 150 metros para coletar amostras de gelo, que nos permitirão conhecer as condições de temperatura de até 500 anos atrás. Esta pesquisa faz parte de um consórcio de 22 países”, diz Simões. Os pesquisadores sairão de Porto Alegre (RS) para Punta Arenas (Chile) devendo chegar à Antártica na sexta-feira (16).

Desafios

O grupo enfrentará ríspidas condições meteorológicas. Na estação Comandante Ferraz, a temperatura média é três graus negativos. Na nova base, a temperatura chega até a 36 graus negativos. “É complicado. Sempre me pergunto: o que estou fazendo aqui?”, diz a professora de geografia da Universidade Federal Fluminense (UFF), Rosemary Vieira. “A Criosfera é a segunda expedição ao interior do continente. A primeira foi de 2008 a 2009, batizada de Deserto de Cristal, da qual também participei”.

A expedição é 100% financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e custará cerca de R$ 2,5 milhões. Criosfera significa a massa de gelo e neve que cobre 10% do planeta e tem papel essencial no controle do clima e das correntes atmosféricas e oceânicas.

“A criosfera é tão importante quanto a Amazônia no controle climático do planeta. E 90% do volume de gelo e neve está na Antártica, que está logo ali e influencia a formação de frentes frias”, conclui Simões. Neste mês de dezembro, a conquista do Pólo Sul completa 100 anos. Em vários países eventos celebram o feito do norueguês Roald Amundsen. Assim, a expedição brasileira se integra as comemorações daquele feito científico.

 

Fonte:
CNPq



09/12/2011 16:59


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