Brasil não pode continuar servindo de depósito de lixo, alerta Geraldo Mesquita Júnior na CAS



Durante a audiência pública realizada pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) destinada a discutir possíveis danos ambientais em virtude da importação de pneus usados que são, posteriormente, recauchutados e colocados à venda no mercado brasileiro, o senador Geraldo Mesquita Júnior (PSB-AC) disse que o Brasil não pode mais servir de "depósito de coisas inservíveis", a exemplo do que ocorre, conforme observou, com os pneus usados importados.

Geraldo Mesquita Júnior chegou a admitir que parcela do Judiciário brasileiro "maculou-se" com empresários responsáveis pela importação de pneus, o que ajudou, na visão dele, a contribuir para a colocação em solo brasileiro de milhões de pneus, "um verdadeiro lixo, que agravou ainda mais os nossos problemas ambientais". Para o senador, essa é uma prática nociva e perigosa que deve merecer repúdio de toda a nação.

O senador João Tenório (PSDB-AL) disse que a saída mais adequada para que se deixe de importar pneus usados, principalmente os de caminhões, é a indústria brasileira fabricar um pneu mais barato, já que um pneu renovado é cerca de 50% mais barato do que um novo. Mas observou que na Europa é rigorosamente proibida a importação de pneus usados.

Já senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) foi enfático: a audiência pública da CAS demonstra que o Senado está preocupado em aprofundar os debates em torno da questão ambiental, o que considerou altamente benéfico. Mas, a exemplo do senador Geraldo Mesquita Júnior, disse acreditar que o Brasil não necessita de importar pneus usados, e sim usar somente pneus nacionais.

A CAS, presidida pela senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO), vai realizar mais duas reuniões para debater a questão. Deverão comparecer às reuniões representantes da Petrobras, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e da indústria brasileira de pneus renováveis, além do governador do Paraná, Roberto Requião.



31/03/2004

Agência Senado


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