Brigadeiro defende instalação de sistema mais moderno de controle de tráfego aéreo



Em audiência na Comissão Parlamentar de Inquérito do Apagão Aéreo, nesta terça-feira (26), o brigadeiro-do-ar Álvaro Pequeno, presidente da comissão CNS/ATM, defendeu a importância da instalação de novas tecnologias que, na prática, substituem o sistema de radar pelo de satélites. O CNS/ATM é um sistema de gerenciamento de tráfego aéreo que é a sigla da nomenclatura em inglês para Comunicações, Navegação, Vigilância e Gestão de Tráfego Aéreo.

O brigadeiro informou que essa tecnologia começou a ser estudada no mundo em 1991, quando os especialistas perceberam que os modelos antigos de controle aéreo não teriam condições de atender à demanda do século 21. Foi projetada então o CNS/ATM, que pretende representar um "sistema único de gerenciamento do tráfego aéreo para o mundo todo", um sistema contínuo, que construiria um "espaço aéreo sem costura", explicou.

- Em termos tecnológicos, trata-se de sistemas baseados em satélite e em tecnologia terrestre. Une as tecnologias antigas, as terrestres (de radar), com as baseadas em satélites. Permite uma cobertura global de grandes áreas geográficas. Nenhum país sozinho seria capaz de tanto - informou ainda.

Apesar de representar um conceito global, a tecnologia CNS/ATM seria implantada em âmbito regional. O brigadeiro defendeu que o Brasil seja líder na implantação do sistema na região a que pertence, a da América Latina e Caribe.

Sobre a preocupação de que a tecnologia CNS/ATM concentre muito poder nas mãos dos Estados Unidos, que teriam o controle dos satélites do sistema, o especialista afirmou que poderia ser criada "uma constelação internacional de satélites" para tornar realidade essa modalidade de gerenciamento.

Álvaro Pequeno destacou a importância de o Brasil investir em tecnologias mais modernas de controle de tráfego aéreo diante da relevância do país no sistema comercial internacional.

- Se nosso sistema não for de primeiro mundo, isso afeta o comércio Norte-Sul, entre Europa e Estados Unidos e os países do Sul do planeta, por exemplo. Um problema no Brasil criaria um problema geopolítico - disse.

O convidado destacou ainda que o Brasil estuda a implantação da tecnologia CNS/ATM desde 1994 e tem um calendário que prevê a implementação dessa tecnologia até 2020.

- A implantação desse sistema não vai resolver problemas que existem hoje, mas vai facilitar o suprimento da demanda e da oferta de aviação civil - afirmou.



26/06/2007

Agência Senado


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