Brizola avalia com deputados a aliança PDT-PT





Brizola avalia com deputados a aliança PDT-PT
Deputado José Genoíno, da Direção Nacional do PT, defende a aproximação com os trabalhistas para as eleições de 2002

O presidente regional do PDT-RS, Airton Dipp, que participou do encontro de Brasília, disse que a união com o PT surgiu de uma proposta do deputado federal Miro Teixeira (PDT/RJ).

O presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, reuniu-se na tarde de ontem com toda a bancada federal do partido, onde discutiu a possibilidade de coligação com o Partido dos 'Trabalhadores em nível nacional, dentro da Frente da Oposições defendidas pelos pedetistas.

A proposta é referendada pelo deputado federal e candidato ao governo de São Paulo pelo PT, José Genoíno. "O PT quer discutir essa aliança com o PDT, inclusive costuramos o apoio deles a minha candidatura ao governo", afirmou Genoíno.

O presidente regional do PDT, Airton Dipp, que participou do encontro, disse que a união com o PT surgiu de uma proposta do deputado Miro Teixeira (PDT/,RJ).
Para o líder do PDT na Câmara, Miro Teixeira (RJ), que defende a aliança com o PT, o principal avanço foi a disposição dos pedetistas de voltar a defender a união da oposição.


Collares rejeita coligação e contra-ataca: "Pont tá doidão".
O deputado federal Alceu Collares, às 15h de ontem, antes da reunião da bancada federal, em Brasília, descartava uma aliança com o PT. 'Aproximação só na cabeça do desmemoriado do Raul Pont. Ele tá doidão".

Collares disse que PT e PDT juntos "só seria possível se o ex-prefeito Raul Pont e o governador Olívio Dutra, estivessem fora do PT. Ambos prejudicaram muito Porto Alegre e o Estado. Pont pela incompetência e Olívio pelo despreparo'.

O ex-govemador afirma que "há uma impossibilidade material, ideológica e doutrinária com o PT". O deputado disse que a manifestação de Pont foi conseqüência do lançamento do vereador José Fortunati ao governo do Estado.

"O que está tremendo as pernas do PT é a candidatura do Fortunati. Essa é a grande vingança do PDT para a traição do PT, pois Fortunati vale mil vezes mais do que todos os que eles levaram para lá. Isso é um sinal evidente da preocupação dos petistas."

Collares desmente a declaração que Raul Pont fez ontem, em O Sul, de que o deputado esteve mais próximo da direita e do ex-governador Antônio Britto, do que com a esquerda. "Não tem cabimento nenhum. Nunca estive ao lado do Britto", afirma.

O deputado estadual Vieira da Cunha (PDT), ou "deselegante" a declaração feita por Raul Pont, descartando o deputado estadual João Luis Vargas e Collares em uma aliança entre os dois partidos. "O PDT tem que ser tratado como um todo, ninguém deve ser excluído. Com essa postura fica impossível uma união com o PDT", ressalta.

O presidente estadual do PT, David Stival, também acha pouco provável a aproximação: "Nossa relação está desgastada. Não sei qual era a intenção dele ao fazer essas declarações, teria que conversar com o Pont".


Promotores tentam bloquear bens de Jader
Ex-senador perdeu imunidade parlamentar e foro privilegiado. Agora, pode ser processado por promotores ou procuradores

O Ministério Público do Pará entra hoje com uma ação civil pública na justiça de ressarcimento de danos contra o ex-senador Jader Barbalho (PMDB-PA) e os demais envolvidos no caso do desvio de verbas do Banpará (Banco do Estado do Pará), em 1984.

Os promotores vão pedir liminar para o bloqueio dos bens do ex-senador a fim de garantir o ressarcimento de R$ 5 milhões, que Jader teria desviado do banco.
O processo foi fundamentado no relatório do Banco Central e na nota técnica da 5ª Câmara do Ministério Público Federal. Os dois documentos analisaram como teria funcionado a operação de desvios e quais foram os beneficiados.

Jader renunciou há uma semana ao cargo de senador. Com a renúncia, o ex-presidente do Senado perdeu a imunidade parlamentar e o foro privilegiado.


Maluf será julgado pela justiça Federal.
STJ decidiu ontem que a análise das contas irregulares compete à 8ª Vara Criminal de SP

A justiça Federal em São Paulo é que vai examinar e julgar a suposta existência de contas bancárias não declaradas em nome do ex-prefeito Paulo Maluf, no paraíso fiscal britânico de Jersey, no Canal da Mancha.

Os ministros que compõem a 3ª Seção do STJ (Superior Tribunal Federal) decidiram ontem, por unanimidade, que a competência para analisar a questão é da 8ª Vara Criminal, em São Paulo, no processo que já investiga possíveis irregularidades na emissão de títulos públicos na gestão de Maluf na Prefeitura de São Paulo (1993-1996).

As possíveis contas de Maluf e de familiares dele em Jersey estão sendo investigadas paralelamente por promotores de justiça de São Paulo e por procuradores do Ministério Público Federal. O conflito de competência foi levantado pela juiza Adriana Soveral, titular da 8ª Vara Criminal.

O dinheiro que supostamente estaria depositado no paraíso fiscal poderia ser produto da emissão irregular dos títulos. Autoridades suíças e britânicas já confirmaram a existência de depósitos em nome do ex-prefeito que teriam migrado de um país para o outro, em 1997. Maluf nega que tenha qualquer depósito em paraísos fiscais.

Hoje, às 13h30, o ex-prefeito será interrogado em segredo de justiça pela juiza Adriana Pileggi de Soveral, em processo a que responde por falsidade ideológica e crime de responsabilidade.


Medeiros desafia a achar provas contra ele.
O deputado Luiz Antônio de Medeiros abriu ontem seu discurso no plenário da Câmara Federal com a frase: "Senhores deputados. Eu sou inocente". A intenção de Medeiros é se defender da acusação de desvio de recursos destinado à criação da Força Sindical, em 1991.

Em um pronunciamento bastante inflamado, Medeiros desafiou qualquer pessoa a provar que ele tenha conta bancária no exterior. Disse que já pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) que envie uma carta regatória ao Banco Comercial de Nova York para que seja informado se existe conta em nome dele ou do Ibes (Instituto Brasileiro de Estudos Sindicais), órgão que ele presidia e que captou recursos para a fundação da Força Sindical.

O deputado lembrou que já teve seu sigilo bancário, telefônico e fiscal quebrados pelo STE O seu partido, o PL, decidiu defender Medeiros pelo menos até que fiquem provadas as acusações que existem contra ele. Segundo o presidente nacional do partido, deputado Valdemar da Costa Neto, Medeiros tem todo o apoio do partido. "O PL vai prestigiá-lo até prova em contrário", disse.


Comissão diz que Estado terá déficit de R$ 4 bilhões
Secretário substituto da Fazenda argumenta que o estudo é pirotecnia de números e que o valor ficará em R$ 300 milhões

Governo estadual conta com o pagamento de dívidas da União. Os R$ 4 bí estão sendo chamados pela Comissão de Fiscalização e Controle de Custo PT.
A Comissão de Fiscalização e Controle da Assembléia Legislativa diz que o governador Olívio Dutra deixará o governo com uma dívida de R$ 4 bilhões em 2002.

O dado consta de um estudo divulgado ontem, feito pelo professor Darcy Francisco Carvalho dos Santos, da bancada do PPS na Assembléia. O governo se defende: afirma que dívida não ultrapassará os R$ 310 milhões e que a oposição está contando dívidas históricas do Estado na soma.

Segundo Carvalho, ao elaborar as propostas orçamentárias para o ano, o governo do Estado subestima as despesas e superestima as receitas. O secretário substituto da Fazenda do RS, Odir Tonollier afirma que o Orçamento estadual é uma previsão de receitas e despesas, e não uma certeza, o que garante o direito do governo do Estado de contabilizar valores que ainda não têm data certa para serem pagos.


Editorial

Polêmico e cáustico liberal
Nos últimos anos, ao receber jornalistas em seu apartamento em lpanema, no Rio, o ex-ministro ex-senador, ex-deputado e ex-embaixador Roberto Campos, que morreu na terça-feira, dizia: "Não vou colaborar com meu necrológio". Mas dava longas e polêmicas entrevistas.

Ícone do liberalismo, foi o alvo preferido da esquerda nos anos 60 e 70, para quem ele era Bob Fields, o entreguista do Brasil.

Para muitos esta foi a sua imagem definitiva. A economista Maria da Conceição Tavares o fustigou, em 97: "É um velho liberal conservador, que chama de dinossauros as empresas estatais rentáveis, que invoca a modernidade para justificar os bons negócios que o nosso príncipe dos sociólogos patrocina".

Outros esquerdistas revisaram a posição. Durante seu último discurso na Câmara dos Deputados, em 28 de janeiro de 1999, recebeu um aparte do petista mineiro Tilden Santiago, pedindo desculpas pelo tempo de "autoritarismo juvenil" em que criticava "Bob Fields". Roberto Campos respondeu com a ironia de sempre: "É melhor ser bem falado na saída do que bem recebido na entrada".

Como economista, foi um dos maiores responsáveis pela reforma do governo Casteflo Branco. Como parlamentar, mesmo seus detratores reconhecem que apresentou projetos inovadores, como a livre negociação, a criação dos contratos por prazo determinado para facilitar o emprego e a participação dos trabalhadores no lucro das empresas.
Não foi um político hábil. Ao perder as eleições para o Senado, em 1998, disse: "Cometi o único pecado que a política não perdoa: dizer a verdade antes do tempo".


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10/11/2001


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