Brizola chega para decidir futuro da Frente
Brizola chega para decidir futuro da Frente
Prefeitos dirão hoje que querem candidatura própria com Fortunati, que reclama da falta de informação de Brizola
O presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, chega hoje na capital para decidir o futuro da candidatura da Frente Trabalhista ao governo do Estado. O próprio ex-candidato da Frente, José Fortunati, que participa à tarde de uma reunião a portas fechadas com Brizola e a direção regional do PDT, confessou que o líder pedetista admite a possibilidade, caso o partido não tenha candidatura própria, “apoiar Antônio Britto, porque a candidatura de Ciro Gomes à Presidência, é hoje a prioridade do partido.
Trabalhadores protestam acorrentados
Trabalhadores da Cootersul (Cooperativa de Transporte Coletivo do Estado) se acorrentaram ontem, em frente à Assembléia Legislativa, em protesto à proibição do transporte aos 1.500 sócios da cooperativa.
A Cootersul acusa a Metroplan (Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional) de receber R$ 15 mil mensais de uma empresa de transporte coletiva interurbano.
A cooperativa pretende solicitar, nos próximos dias, uma CPI à Assembléia Legislativa. A Metroplan negou envolvimento desse tipo com empresas de transporte coletivo.
Receita Federal de olho nos gastos de campanhas políticas
Partidos e candidatos deverão se inscrever no CNPJ para que a Receita possa cruzar informações e identificar doadores
Com o objetivo de melhorar o monitoramento dos gastos das campanhas deste ano, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) assinou um convênio com a Secretaria da Receita Federal. Por meio de um banco de dados fornecido pela Receita, a Justiça Eleitoral poderá acessar as informações cadastrais das pessoas físicas e jurídicas envolvidas na campanha e a declaração de bens dos candidatos.
Garotinho quer cassar Lula
O candidato do PSB à presidência, Anthony Garotinho, pediu ao TSE que casse a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), acusando-o de uso da máquina do Estado do Rio. Segundo ele, o secretário estadual do trabalho, Adeilson Ribeiro Telles, utilizou indevidamente a máquina para convidar o secretário de Administração do Estado, Rômulo Orrico Filho, para inauguração de comitê.
Presidente da Câmara fica 2 anos
Numa manobra para escapar às limitações da Lei de Responsabilidade Fiscal, vereadores do município de Taquara aprovaram por 10 votos a cinco a ampliação do mandato do presidente da Câmara, Antônio Carlos da Silveira (PMDB). Essa é a primeira vez que o mandato de um presidente de Câmara é prorrogado no Estado.
A principal justificativa de Silveira para a aprovação da emenda à Lei Orgânica é a construção de uma sede para o Legislativo. Atualmente a Câmara está instalada num prédio alugado por R$ 1,5 mil por mês e pode ser despejada a qualquer momento. Orçada em R$ 700 mil, a obra da sede própria extrapola o orçamento anual do Legislativo.
Ciro “esconde” presidente do PTB para fugir do desgaste
José Carlos Martinez é retirado da coordenação da campanha depois que veio a público sua ligação com Collor e PC Farias
O candidato da Frente Trabalhista (PPS, PDT e PTB) à Presidência da República, Ciro Gomes, tomou ontem a primeira providência para tentar amenizar o efeito das denúncias contra o coordenador político de sua campanha, o presidente do PTB e deputado federal José Carlos Martinez (PR). Ciro tirou Martinez da linha de frente da campanha, relegando a ele uma atuação mais discreta.
Colunistas
COISAS DA POLÍTICA
Afastamento
O vereador do PTB da capital Cássia Carpes pediu o afastamento de José Martinez e de Roberto Jeferson do comando da campanha de Ciro Gomes e do partido.
Parquímetros
O vereador do PDT da capital Ervino Besson classificou como uma “tocaia” os pardais móveis que estão sendo instalados na cidade e pediu revisão urgente na instalação de parquímetros em ruas residenciais.
Residências
O vereador do PMDB da capital Fernando Záchia contesta a instalação de parquímetros próximo ao HPS. Záchia lembrou que os edifícios da área são residenciais e desprovidos de garagem. A medida dificultará a vida dos moradores, diz.
Eleição decisiva
O senador do PPS José Fogaça disse que a eleição deste ano definirá os próximos 20 ou 30 anos. “É ela que vai decidir o modelo do Estado que nós vamos ter nas próximas décadas”, diz o senador. A declaração foi feita durante encontro com lideranças da área de Saúde do Grupo Hospitalar Conceição.
Cooperativa
O deputado estadual do PDT Giovani Cherini acompanhou os presidentes da Cootersul (Cooperativa de Transporte Coletivo do RS) e da Ocergs, em um protesto contra a não liberação do transporte aos sócios da cooperativa de Guaíba.
Código de saúde
O presidente da Assembléia, Sérgio Zambiasi, vai receber hoje de membros do setor hoteleiro, documento sobre a preocupação do setor com as propostas pelo Executivo, no Código de Saúde. O texto vai para o Legislativo em agosto.
Editorial
RISCO ELEITORAL
As finanças brasileiras passam por um momento de intempéries. Bolsa em queda, dólar em disparada, risco-país nas alturas. Vários são os motivos para esta situação. Os especialistas apontam como principal causa o fator pré-eleitoral. A política vem afetando diretamente a economia e os danos para o país que não deveriam acontecer, pois vivemos num regime democrático, em que eleições não são surpresa - são enormes.
Há dúvidas sobre a continuidade da política monetária. O mercado financeiro é movido por incertezas e, a cada pesquisa eleitoral, sofre impactos. Pode-se questionar a atuação do Banco Central na defesa do real frente ao dólar e criticar as agências internacionais de classificação de risco por emitirem relatórios distantes da realidade econômica brasileira. Entretanto, pouco se pode fazer contra o comportamento de investidores e os resultados das pesquisas eleitorais.
O que deve ser objeto de análise agora é como estão formuladas as leis eleitorais. Cerca de um ano antes das eleições, os partidos recebem o direito de ter inserções de 30 a 60 segundos nos meios de comunicação. Desde o início do ano, os pré-candidatos já ocupavam esse espaço na tentativa de conquistar o eleitor. O resultado disso é que as pesquisas feitas até aqui funcionaram quase que somente como reflexo da exposição que um determinado presidenciável teve na mídia na semana anterior à coleta de intenções de voto. A cada nova semana, surge um outro fenômeno eleitoral. Numa circunstância como a atual, não poderia haver fator mais nefasto para as finanças nacionais. A economia mundial vive um período delicado. A chamada aversão ao risco tomou conta dos mercados mundiais. Empresas consideradas sólidas pedem concordara, surpreendendo todos os agentes financeiros. É claro que o Brasil, como país cujo histórico econômico é de hiperinflação e moratórias, fica mais vulnerável do que nunca a ataques especulativos. Ou seja, não bastasse o ambiente externo arisco, há o "risco eleitoral" estimulado por uma legislação que necessita reparos. Neste ano, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) transformou em norma a verticalização partidária. Foi um avanço. A mesma atenção deve agora ser locada na questão dos comerciais políticos partidários. Não há sentido para as inserções. A imprensa já cumpre o seu papel ao divulgar idéias e declarações dos candidatos no noticiário.
O povo brasileiro já lutou muito pela democracia. Cabe às autoridades aperfeiçoá-la. Como está, a legislação que concede esp aços na mídia muito antes da eleição só servirá para o deleite de especuladores. A situação é mais do que conhecida. A cada nova turbulência no Mercado financeiro será usada a velha Justificativa do "risco eleitoral”.
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08/01/2002
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