Brizola negocia uma frente contra o PT









Brizola negocia uma frente contra o PT
"Existe a possibilidade de o deputado Bernardo de Souza (PPS) ser vice de José Fortunati, pré-candidato do PDT ao governo", admite o ex-govemador Alceu Collares.

Um chamado de urgência do líder pedetista Leonel Brizola fez com que o deputado federal Alceu Collares voasse, na quarta-feira, para o Rio de Janeiro. Segundo Collares, Brizola o chamou para que examinassem o cenário político nacional e estadual. "Conversamos sobre a possibilidade de formarmos uma frente ampla no Rio Grande, com o PMDB, PTB e PPS", disse. Conforme o pedetista, uma coligação com o PPS só acontecerá se o ex-governador Antônio Britto não for candidato ao governo. "Existe a possibilidade de o deputado Bernardo de Souza (PPS) ser vice de José Fortunati, pré-candidato do PDT ao governo", afirmou.

Collares disse que, "em princípio, o PDT não abre mão de candidatura própria, mas, conforme as conversações, o presidente da Assembléia Legislativa, Sérgio Zambiasi (PTB), poderia ser o candidato, pois objetivo é tirar o PT do governo”, enfatiza

Para o contexto nacional, que envolve a candidatura à Presidência da República, Brizola reiterou o convite para que Collares aceite concorrer. “Acredito que, caso o PDT não consiga fazer alianças, o candidato deverá ser Brizola. Agora, ele pediu para eu refletir sobre o assunto.

Mas o que quero é me reeleger deputado federal”, afirmou. Entretanto, Collares admite, como última hipótese, concorrer ao Planalto. “Em 1982 fui para o sacrifício de disputar o governo, mesmo sabendo que iria perder”.

Brizola conversará nos próximos dias, com o presidenciável Ciro Gomes (PPS), sobre alianças.


Marchezan estranha a união PMDB e PDT
O deputado federal Nelson Proença rejeita a frente anti-PT que está sendo montada por Pedro Simon e Leonel Brizola

O vice-presidente estadual do PT, Paulo Ferreira, acha "muito cedo falar em um bloco das oposições", ao analisar a possibilidade de coligação entre PMDB e PDT, anunciada ontem pelo presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, e pelo senador peemedebista Pedro Simon.

Ferreira afirma que o PT vai disputar a reeleição ao Executivo gaúcho em "igualdade de condições com todos os outros partidos" e avisa: "Vamos nos apresentar com uma representação forte nessas eleições. Tanto nacionalmente, como no âmbito regional. Temos certeza da possibilidade concreta de vitória do programa de governo e sua aceitabilidade pelo povo do Rio Grande do Sul".

O vice-presidente petista aproveita para criticar o que chamam de "frente anti-PT", definindo-a como "uma postura preconceituosa e anti-democrática da oposição". No seu entender, "querer simplesmente retirar o PT do governo não é um motivo convincente". Por isso, destaca o petista, "vencerá a eleição quem tiver o melhor programa de administração estadual a oferecer para a população".

Mendes Ribeiro Filho, presidente do Diretório Metropolitano do PMDB, diz que "a aproximação entre os partidos é o embrião de uma união que precisa ser produzida para o Estado voltar a crescer e ter tranqüilidade e harmonia”.


Tarso quer definições de Olívio sobre candidatura
Prefeito disse que se sente orgulhoso com o apoio das seis correntes, mas que não quer “uma guerra no partido”.

O prefeito de Porto Alegre, Tarso Genro, quer que o governador Olívio Dutra diga que, "se ele não for o nome mais adequado para nos representar, que se prive de concorrer, não porque ele não tenha capacidade para isso, mas para defender os interesses do projeto da Frente Popular". Após essa declaração, Tarso foi fortemente aplaudido pela militância presente, nos altos do Mercado Público de Porto Alegre ontem, ao meio-dia, ao ato organizado por seis correntes para que Tarso inscreva seu nome na prévia do partido ao governo do Estado.

As tendências PT Amplo, Tendência Humanista, Movimento de Construção Socialista, Rumo Socialista, Movimento de Esquerda Socialista e Rede reuniram prefeitos, deputados e vereadores, comprovando a força política de Tarso junto ao partido.

O líder do governo na Câmara Municipal de Porto Alegre, vereador Estilac Xavier, disse que "a mobilização das correntes representa a idéia de consenso”.

A deputada Maria do Rosário quer a união do PT com a Frente Popular. “A vitória só será realizada se tivermos a capacidade de unirmos o PT e a Frente Popular. Não precisamos reeleger o governador Olívio para continuarmos com o nosso projeto”, disse.

A deputada Luciana Genro afirmou que “existem diferenças com o companheiro Tarso (assim se dirigiu ao pai), mas também há concordâncias”. O deputado estadual padre Roque Grazziotin disse que há quatro anos defendia o nome do governador Olívio Dutra, mas que agora apóia Tarso.

Nos seu discurso, Tarso ressaltou: “enquanto militantes de esquerda, temos enormes responsabilidades. Teremos a possibilidade de vencermos a eleição à Presidência da República e ao governo do Estado”. Disse que se sente orgulhoso com o movimento feito pelas correntes, mas que não quer “uma guerra no partido muito menos uma disputa insana”.


Governo abre guerra contra postos de gasolina
Secretários estaduais da Fazenda decidem hoje se alteram ou não a cobrança do ICMS. Aumento do percentual de álcool na gasolina não deve afetar os preços.

O governo federal já admite que a redução nos preços da gasolina não deve chegar aos 20% anunciados pelo presidente Fernando Henrique Cardoso no final do ano passado, mas não desistiu da luta. O presidente, o ministro de Minas e Energia, José Jorge, representantes da BR Distribuidora e da ANP (Agência Nacional do Petróleo) se reuniram ontem e definiram quatro ações para fazer a queda se aproximar dos 20%.

Segundo José Jorge, a redução até agora foi de 12%. No RS, a diminuição foi de 6,41%, em média, segundo a ANP Ele afirmou que a redução não foi maior porque as distribuidoras e postos ampliaram as margens de lucro e os governos estaduais mantêm a cobrança de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre preços antigos.

A primeira ação do governo é a pressão da BR Distribuidora sobre os donos de postos da rede, para que eles baixem mais os preços, forçando a concorrência a fazer o mesmo. Hoje, o Ministério da Fazenda se reúne com os secretários estaduais da Fazenda, no Confaz, para negociar uma mudança no ICMS.

As duas outras medidas são coibir a formação de cartéis e pedir o apoio da população para denúncias de preços abusivos.


Bispos criticam governo Roseana no Maranão
Bornhausen, Aníbal e Temer pretendem manifestar ao presidente “o propósito da convergência” entre os partidos da base governista para as eleições presidenciais.

Documento elaborado pelos bispos da igreja Católica da Maranhão faz pesadas críticas ao governo de Roseana Sarney (PFL) no estado. O manifesto divulgado ontem não cita o nome da governadora, mas alerta o eleitorado para propaganda enganosa e para políticos personalistas, destacando os baixos indicadores sociais do estado.

Os bispos pedem também ajuda para a criação de comitês anticorrupção eleitoral no estado e ressaltam a necessidade da alternância no poder. A carta foi apresentada em entrevista coletiva pelo arcebispo do Maranhão, dom Paulo Andrade Ponte, e é assinada por mais oito bispos da Regional Nordeste 5 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil ( CNBB).

O governo maranhense respondeu utilizando o relatório do IBGE do ano passado, que aponta melhoria de vida da população do estado, depois que Roseana assumiu.


Impasse pode mudar legislação antidrogas.
As divergências em torno d a lei antidrogas se agravam e ameaçam desfigurar o texto aprovado pelo Congresso no fim de 2001. Ontem, o secretário Nacional Antidrogas, general Paulo Robe-rto Uchôa, admitiu que o presidente Fernando Henrique Cardoso pode revogar todos os artigos da lei.

A lista com os itens polêmicos é enorme. Um dos artigos é o 21, que relaciona as medidas aplicáveis aos usuários de drogas. A área jurídica do governo acha inconstitucional aprovar o artigo sem definir o tempo das penas alternativas, internações, suspensão da habilitação e prestação de serviços à comunidade. Outra divergência é em tomo do artigo que faculta a liberdade provisória para os traficantes. Fernando Henrique deve sancionar a lei entre hoje e amanhã.


Editorial

AVANÇO INSUFICIENTE

É inegável que, na década de 90, o Brasil registrou avanços em diversas áreas - e o Censo de 2000 registrou isso. O País está mais alfabetizado, o saneamento básico foi ampliado, caiu a taxa de fecundidade e houve elevação do padrão de vida dos brasileiros. É preciso louvar o que mudou para melhor, mas lembrar que ainda há muito a ser feito para reduzir as desigualdades de renda e erradicar a miséria da vida nacional.

A implantação do real trouxe avanços significativos para o País. Os economistas calculam que, com o surgimento da moeda, a faixa de pobreza definida por um nível de renda per capita de R$ 75,00 caiu de 36% para 29% da população, entre 1993 e 1995. Mas, apesar de tudo o que foi feito na última década, o Censo 2000 retrata a grande dificuldade no combate à pobreza e à miséria. Os exitosos programas de alfabetização, a universalização da matrícula no ciclo fundamental, o amplo acesso à saúde garantido pela Constituição de 1988 - são básicos. Mas faltam ações governamentais que garantam urna melhor distribuição de renda e, em conseqüência, a diminuição dos desníveis sociais.

Um programa elaborado por dois economistas da PUC do Rio de janeiro, Francisco Ferreira e José Márcio Camargo, estima que a redução da faixa de pobreza de 29% para 10% da população, em um ou dois anos, custaria não mais do que 1,5% do PIB (Produto Interno Bruto), o que significa aproximadamente cinco por cento do que é arrecadado com impostos no País.

Um exemplo de programa que o governo poderia adotar para combater a pobreza a curto prazo, através de ações afirmativas em favor dos menos favorecidos.


Topo da página



01/11/2002


Artigos Relacionados


Brizola chega para decidir futuro da Frente

Frente de Ciro racha com adesão de Brizola a Lula

Senadores repudiam reportagem contra Brizola

Bornhausen e Brizola: aliados contra Garotinho

Sebastião Rocha repudia reportagem de Veja contra Brizola

Paim diz que, com sua morte, Brizola protestou contra um salário menor