Brizola: Lula tem salto mais alto que Carmem Miranda



Brizola: Lula tem salto mais alto que Carmem Miranda O rompimento com o PPS de Ciro Gomes reacendeu no líder a vontade de ter um candidato do PDT na sucessão de FHC A candidatura do ex-governador é congitada há algum tempo. A hipótese vem sendo discutida nas reuniões da Executivá. Mas Colgares quer Brizola na presidência. Com o rompimento definitivo do PDT com o PPS e depois da decisão do governador de Minas Gerais, Itamar Franco, de permanecer no PMDB, cresceu a possibilidade de o PDT lançar candidato próprio para a Presidência da República. "Não precisamos nos apoiar nos candidatos dos outros", disse o presidente nacional do PDT, Leonel Brizola. O nome cogitado por Brizola foi o do ex-governador gaúcho Alceu Collares. Por ser negro, acredita-se que Collares representaria uma inovação na política brasileira. Quanto à possibilidade de retomar a aliança oposicionista com o PT, Brizola disse que isso seria possível em uma eventual disputa no segundo turno, entre o líder petista Luiz Inácio Lula da Silva e um candidato do governo. “Antes, acho muito difícil essa reaproximação, porque o PT está se neoliberalizando", disse ele, ao comentar que as duas siglas estão muito distantes. "Não sei onde Lula arranjou um salto tão alto, é um salto mais alto que o da Carmem Miranda. Ele nos olha de cima", disse. A aspiração de Brizola quanto ao gaúcho não teve grande acolhida. Collares confirmou que já foi sondado pelo líder pedetista várias vezes, mas acredita que o tempo dessa candidatura passou. Itamar barganha sua permanência. O governador de Minas Gerais, Itamar Franco, assustou ontem o PMDB com uma nova ameaça de deixar o partido. Mas, no final, anunciou que fica na legenda. A manobra política resultou, ao menos, em uma vantagem em relação à ala nacional do partido, alinhada com o presidente Fernando Henrique. Um dos seus escudeiros, o presidente da Copasa. a estatal de saneamento de Minas Gerais, Marcello Siqueira, vai ocupar a primeira vice-presidência do PMDB nacional. Até então, só os governistas tinham cargo na Executiva Nacional. Itamar ,também terá uma maior participação nos programas televisão do partido. Tudo teve início na terça-feira, quando Itamar chamou seu grupo para uma reunião de emergência. Já se especulava que ele poderia ir para o PDT. Há três dias ele também se reuniu com o deputado federal Vivaldo Barbosa (RJ) e falou sobre suas dúvidas- A Executiva Nacional ameaça não lhe dar tempo de TV, caso o governador insista em atacar o presidente Fernando Henrique. Jader entrega carta de renúncia. Visivelmente abatido, o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) disse ontem que ainda não decidiu se vai ou não fazer discurso na entrega de sua carta de renúncia ao Senado, hoje, em Brasília. Também não revelou o conteúdo da carta que decreta o fim do seu mandato, "Cada dia com a sua agonia. Amanhã (hoje), vocês saberão, afirmou aos jornalistas na frente de sua casa, em Belém. O senador confirmou apenas que vai entregar a carta pessoalmente à Mesa do Senado. No último dia 18, ele já renunciou à Presidência do Senado. Em seu último dia como senador, Jader se reuniu com políticos aliados, animigos e advogados. Na reunião para se candidatar novamente no ano que vem ao mesmo cargo ou ao governo do Para. "Encomendei uma pesquisa no estado para avaliar se o povo do Pará quer que eu me candidate ao Senado ou ao governo em 2002. Nas outras pesquisas que tenho, o meu nome está em primeiro lugar tanto para o Senado quanto para o governo”, disse. Mudança de partido so até este sábado. Dois dias antes do prazo final de filiação partidária para 2002, lideranças regionais dos principais partidos fazem mistério para não atrapalhar adesões em negociações. O prazo de filiação, que de início iria até amanhã, termina no sábado. Para concorrer no próximo ano, o candidato deverá ter sua filiação deferida pelo partido até o dia 6, inclusive. A decisão foi dos ministros do TSE, baseados em um voto da ministra gaúcha, Ellen Northfleet, que respondeu a uma consulta formulada pelo senador Tião Viana (PT-AC). O PT antecipa que não haverá muitas mudanças. "O PT é previsível. Não há jogada", diz o presidente estadual paulista, Paulo Frateschi. No PSDB, o clima também é de tranqüilidade. No PPB, serão 80 adesões novas, e, no PSB, elas devem passar de 20. Fogaça sai do PMDB mas seu coração fica Senador despede-se dos ex-companheiros e revela que as divergências com o comando nacional forçam sua decisão O senador José Fogaça assina hoje ficha no PPS. Não é mais do PMDB, partido onde militou desde os tempos em que era MDB. Como despedida entregou carta ao presidente estadual, deputado Cézar Schirmer, manifestando seu apreço pelos peemedebistas gaúchos, em especial pelo próprio Schirmer e por Pedro Simon. "Entrei no MDB pela mão do Simon e tenho nele um paradigma e um exemplo de vida pública", reconhece. Fogaça ressaltou que sua saída não tem nada a ver com o PMDB do Rio Grande do Sul, mas "por definitiva divergência com a direção nacional do partido". Disse que lutou, "durante sete anos, para mostrar como agia o comando nacional do PMDB. Minha decisão diz respeito aos métodos, às formas e à prática de fazer política". O senador salientou que sua saída não é conseqüência de não ter sido escolhido para a presidência do Senado, mas porque “vi, registrei e testemunhei práticas inteiramente condenáveis, contra as quais sempre protestei”, ressalta. Os orçamentos não previam troca-troca Dirigentes dos Legislatívos estão assustados com os gastos que resultaram das novas bancadas. O surgimento de três novas bancadas na Câmara Municipal, com o ingresso da vereadora Clênia Maranhão no PPS, Haroldo de Souza no PHS e Almerindo Filho no PSL, resultou em um gasto não previsto pelo presidente do Legislativo, Luiz Fernando Zácchia (PMDB). O vereador diz que isso implica numa readaptação orçamentária e na redução dos investimentos. "Cada bancada têm direito a dois assessores, que custam R$ 3 mil por representação partidária", explicou. Na Assembléia Legislativa o diretor-geral, Claudio Manfrói, também lamentou as alterações que deverá fazer em razão do crescimento do PPS, e ficará com seis deputados. Manfrói relatou que o partido, que possuia um parlamentar e sete assessores, passará a contar com 34 pessoas. Isso representa o surgimento de 27 novos cargos. O diretor-geral da Assembléia destacou ainda que há uma divergência com a bancada do PMDB sobre o número de assessorias a serem criadas. A direção da Casa quer diminuir 13 vagas, relativas a redução da representação do PMDB, enquanto dará 34 novos postos ao PPS. Entretanto, os peemedebistas não abrem mão desses assessores e dizem que o regimento fala apenas na criação, mas não na extinção dos existentes. 'A procuradoria geral da Casa dará seu parecer na próxima quarta-feira e decidirá quem têm razão", disse Manfrói. Garotinho quer dividir o palanque do PSB gaúcho. O governador do Rio de Janeiro e pré-candidato à presidência da República pelo PSB, Anthony Garotinho, disse ontem, em Porto Alegre, que o PSB gaúcho terá total liberdade para decidir entre a coligação com o PT e a candidatura própria em 2002. Mas, caso opte pela coligação, o PSB deverá dividir seu palanque no Estado. "Nós deveremos ter o compromisso de que o palanque vai ser de quem estiver no estado naquele momento. Se eu venho ao Sul, o PSB vai fazer a minha campanha. E o PT vai abrir o palanque como nós faremos nos outros estados", completou. Garotinho preferiu não comentar sobre os candidatos que concorrem com ele ao Palácio do Planalto. "Não é ético", definiu. Anunciou, no entanto, que é o único com chances de crescer e propôs uma ampla revisão tributária como forma de recompor a economia nacional. Cobrou também uma mudança imediata na lei de armas, tornando o porte ilegal como crime inafiançável. Na visita ao Estado, ele recebeu dos representantes do PL um documento de apoio à sua candidatura. Editorial Reajuste incompreensível A partir da zero hora de amanhã, os preços dos combustíveis serão reajustados em 4,08% nas refinarias, o que significa que o consumidor deverá pagar uma elevação de até 3,11% na gasolina, 3,26% no óleo diesel e de 2,5% no gás de cozinha. Fica difícil entender os aumentos decretados pelo governo, já que, nas duas primeiras semanas após os atentados terroristas aos Estados Unidos, o preço do petróleo no mercado internacional caiu 22%. A jornalista Míriam Leitão, na coluna publicada ontem em O Sul, aponta a incoerência: 'A sensação de estar contra a corrente, de ser um país diferente, esquisito, nunca foi tão desconfortável quanto agora. Estamos em crise, como o resto do mundo. O crescimento em forte desaceleração, como no resto do mundo. Mas as compensações que eles têm - queda dos juros, queda de preços - não chegam ao Brasil. Os preços dos combustíveis não caem porque são prisioneiros da fórmula inventada pelo Ministério da Fazenda, que lhes dá preço internacional mais câmbio, como se todo o petróleo fosse comprado fora do país e pago em dólar. E, como todo mundo sabe, 70% do petróleo que a Petrobras nos vende é produzido aqui mesmo. A fórmula de reajuste compensa a Petrobras pelo custo que ela não teve, mandando a conta para o consumidor." Pior é que o impacto inflacionário dos reajustes junta-se a um cenário recessivo - são claros, neste momento, os sinais de desaquecimento na atividade econômica brasileira. Topo da página

10/04/2001


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