Brizola quer Itamar fora do PMDB



Brizola quer Itamar fora do PMDB Líder do PDT diz que seria deprimente subir no palanque junto com a macacada do PMDB governista e fernandista BELO HORIZONTE - O presidente do PDT e ex-governador do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul Leonel Brizola deixou claro, ontem, que uma aliança com Itamar Franco (PMDB), visando as eleições presidenciais, só se dará se o governador de Minas Gerais estiver fora do PMDB. Segundo ele, depois da convenção peemedebista no domingo passado - que elegeu Michel Temer (SP) presidente da legenda contra o itamarista Maguito Vilela (GO) - seria ''deprimente'' para o PDT estar num mesmo palanque com a ''macacada do PMDB governista e fernandista''. Brizola esteve ontem no Palácio da Liberdade, na capital mineira, por quase duas horas. Afirmou que Itamar e o PDT estão num ''processo de reflexão'', mas fez questão de definir a situação do governador mineiro no PMDB como irreversível. Para ele, o partido fechou as portas para a candidatura de Itamar à presidência da República, numa ação que contou com a interferência ''indevida'' do presidente Fernando Henrique Cardoso nos destinos do PMDB em nome do alijamento de uma candidatura nacionalista. Segundo o presidente do PDT, Itamar Franco partilha com ele do sentimento de insatisfação com as decisões do partido e estaria magoado. O governador de Minas, entretanto, se mantém calado. Ele não pronunciou ainda sequer uma observação a respeito da convenção na qual os governistas saíram vitoriosos e decidiram, inclusive, não compor com os itamaristas para a formação da executiva nacional. O resultado da convenção do PMDB, comparou Brizola, deixou Itamar ''como um tigre, ou seja, enjaulado'', porque ele estaria premido por prazos que o impossibilitariam de disputar as eleições por um outro partido. ''Por trás da atitude do PMDB está uma negação à candidatura de Itamar'', insistiu. ''Sua liberdade foi cerceada'', assinalou. O ex-governador acredita que as prévias do PMDB para a escolha do candidato do partido em 2002 - marcadas para janeiro - ''não passam de um ato de cinismo do PMDB''. Brizola lembrou que, apesar de o PDT tentar a filiação de Itamar, nunca o partido se recusou a considerar a candidatura do governador mineiro com ele no PMDB. Mas a convenção passada mudou a situação. Agora, o presidente do PDT não vê chances de uma aliança que una o PMDB, o PDT e o candidato do PPS, o ex-ministro Ciro Gomes, com quem Brizola costura uma estratégia para as disputas de 2002. De acordo com Brizola, o PDT teria grandes dificuldades em estar junto do PMDB. Depois, mais contundente, ele descartou a hipótese: ''Evidentemente, seria inviável estarmos num palanque onde estivesse Moreira Franco (RJ), toda essa macacada do PMDB governista, fernandista, entreguista, toda essa gente que está vendendo o país.'' E continuou: ''O PDT naquele palanque, com o PMDB governista, seria um quadro grotesco, deprimente para a política brasileira e muito feio no julgamento do nosso povo.'' O ex-governador ressalvou que ''destaca de tudo isso'' o governador mineiro, mas que a decisão de agora só lhe pertence. Ele lembrou que o momento é de decisões rápidas, porque não existe muito mais tempo - o prazo para a definição partidária é o próximo dia 5. Disse que encontrou Itamar ''tranqüilo'' no Palácio da Liberdade. ''Não senti nada que pudesse revelar um estado de tensão'', contou, garantindo que ele, Ciro e Itamar continuarão em contato constante. A idéia de unir a oposição nas próximas eleições levou Brizola também ao gabinete do prefeito de Belo Horizonte, Célio de Castro (sem partido). Ex-PSB, o prefeito ainda não decidiu seu destino, mas Brizola não nutre esperanças de tê-lo no PDT, apesar de ambos pregarem a mesma coalizão para as eleições presidenciais. O ex-governador disse ter tanta certeza de que a união de Itamar e Ciro seria como uma bola de neve que nem mesmo o PT de Luiz Inácio Lula da Silva ficaria de fora. ''Estou certo de que essa união seria tão grande que acabaria atraindo Lula e o PT, que eles iam acabar vendo que é uma inútil insistir em uma decisão isolada'', avaliou Brizola''. Grupo OK: impressora velha ajudaria fraude BRASÍLIA - A ex-contadora do Grupo OK, empresa do senador cassado Luiz Estevão, Jesuína Varandas Ferreira, esteve ontem no Ministério Público Federal para mais um depoimento contra o seu ex-chefe. Além de revelar novos detalhes das possíveis irregularidades cometidas por Estevão na contabilidade de suas empresas, Jesuína ajudou os procuradores que investigam o envolvimento do ex-senador no desvio de recursos da obra do fórum trabalhista de São Paulo a analisar a papelada obtida pelo MP. São dezenas de caixas repletas de notas fiscais, recibos, promissórias e outros papéis das empresas de Estevão. A vasta documentação foi apreendida há 15 dias na sede do Grupo OK em Brasília e começa a ser repassada ao MPF para serem analisadas. Este foi o terceiro depoimento de Jesuína aos procuradores da República. Em seus primeiros depoimentos, Jesuína acusou Estevão de comandar uma operação de falsificação dos livros contábeis do Grupo OK com o objetivo de esconder que o Grupo Monteiro de Barros, dono da construtora responsável pela obra do fórum de São Paulo, na verdade pertencia a Estevão. Jesuína, que durante 19 anos trabalhou para o ex-senador, revelou como a fraude era feita. ''Os contadores trabalhavam noite e dia para substituir páginas ou refazer inteiramente o livro diário dos anos de 1992 até 1997'', disse aos procuradores. ''Para a operação ficar perfeita, eram obtidos papéis velhos e impressoras antigas'', acrescentou. O Ministério Público do Distrito Federal também já prepara uma nova ação contra Estevão. Na semana passada, Shilrey Telles, funcionário do ex-senador, fraudou o leilão da Fazenda Santa Prisca, um dos imóveis mais valiosos de Estevão e que estava sendo vendido para a quitação de uma dívida do Grupo OK com o Banco do Brasil. O próprio Estevão admitiu que Shilrey cumpriu sua ordem ao participar do leilão e oferecer R$ 16,3 milhões pela fazenda. O problema é que o cheque apresentado por Shilrey como pagamento de 20% do valor total do lance não tinha fundos. Shilrey será processado por estelionato e fraude em arrematação judicial. Estevão será incluído no processo como mentor da operação, pois outros dois leilões de bens das empresas de Estevão também teriam sido fraudados por um testa de ferro do ex-senador, identificado como Nilson da Costa. Greve da polícia de Pernambuco acaba RECIFE - Após 73 dias de greve, os policiais civis de Pernambuco chegaram a um acordo com o governo do estado e retornam hoje ao trabalho. Nestes mais de dois meses de greve, segundo o Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), foram registrados 583 homicídios em Pernambuco. Nas 54 delegacias da Região Metropolitana do Recife, cerca de 78 mil queixas ficaram sem registro e 1.250 inquéritos não foram remetidos à Justiça. De acordo com o Sinpol, a adesão dos 5 mil policiais civis pernambucanos foi total na capital e chegou a 80% no interior. Os policiais reivindicavam um reajuste salarial de 28% mas aceitaram a proposta de 10% de aumento em setembro e 3% em dezembro e o pagamento dos dias parados. Pelo acordo, o governo do estado tem 48 horas para creditar os salários, sem os descontos que foram feitos nos contracheques de agosto. Ainda estão sendo fechadas questões administrativas, como a alteração do Estatuto da Polícia Civil e a nomeação de cerca de 400 concursados, aprovados em 1998, que ficou combinada para 2002. No fim de julho, o Tribunal de Justiça de Pernambuco considerou a greve ilegal e determinou ao Governo a suspensão do repasse da contribuição sindical ao Sinpol. Mas só após os descontos dos dias parados nos contracheques de agosto os policiais e o Governo voltaram a negociar Brasil com disposição de ir à guerra Chanceler Celso Lafer admite uso da força desde que o grupo responsável pelo ato terrorista nos EUA seja identificado BRASÍLIA - Se houver guerra, o Brasil vai estar lá. Foi o que disse o ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer. A disposição brasileira em apoiar uma ação bélica dos Estados Unidos contra os culpados pelos atentados de terça-feira foi anunciada ontem por Lafer no Palácio do Planalto. A condição é a identificação do grupo terrorista que atacou as torres do World Trade Center e o Pentágono. O ministro disse que o governo brasileiro endossou as resoluções da Otan e do Conselho de Segurança Nacional da ONU, aprovadas anteontem, admitindo a possibilidade de uso da força caso seja confirmado que os ataques foram de grupos terroristas. ''Isso não significa uma carta branca, mas indica uma disposição das Nações Unidas para tomar medidas que contemplam o uso da força'', disse Lafer, após a reunião dos presidentes da República, Câmara, Senado e líderes de todos os partidos para avaliar a possibilidade de reação dos EUA contra o terrorismo. ''A posição brasileira é de cautela e continua condicionada à identificação dos terroristas'', disse o chanceler. A decisão que soa muito mais como uma posição política, ecoou no Congresso Nacional. ''Não temos dinheiro nem para o orçamento da segurança quanto mais para entrar em guerra'', ironizou o líder do PT na Câmara, deputado Walter Pinheiro (BA). Lafer lembrou que ainda não foi identificado nenhum grupo terrorista no Brasil ou sequer os americanos comunicaram oficialmente os nomes dos terroristas que cometeram os ataques. Porém admitiu que existe a suspeita de atuação de grupos na chamada ''tríplice fronteira'' entre o Brasil, Paraguai e Argentina. O chanceler também admitiu um distanciamento no relacionamento com os árabes. O ministro leu e distribuiu textos das resoluções da Assembléia da ONU e do Conselho de Segurança, aprovadas no dia 12 de setembro. Determinam punição aos organizadores dos atentados, uma cooperação internacional para prevenir e erradicar atos de terrorismo, e resposta imediata a atos dessa natureza, com punição aos responsáveis por ajudar, apoiar e proteger os organizadores e patrocinadores desses atos terroristas. ''Se houver um estado ou país que apóie essa rede terrorista, ainda em processo de identificação, será colocado à margem da legalidade internacional e da condenação unânime'', disse. Lafer evitou apontar o talibã Osama Bin Laden como autor dos atentados para ''não cometer injustiças''. Mas deixou claro que o governo brasileiro prorrogará o decreto assinado em 2 de fevereiro do ano passado, determinando sanções econômicas e proibindo o fornecimento, a venda ou o envio de armamentos e material bélico ao Afeganistão. Os vôos da companhia aérea Afgan Airlines estão proibidos no Brasil. O ministro considerou cedo para prever o que acontecerá com o futuro da Alca. ''O problema é que a agenda diplomática deslocou-se para dar prioridade aos assuntos da área de segurança'', explicou. Ele recomendou aos brasileiros que não viajem a Nova York à procura de seus parentes. Artigos Até tu, Arafat? Héctor Luis Saint-Pierre Alguns analistas consideraram a Guerra do Golfo a primeira da nova ordem. Mas também pode considerar-se a última das guerras clássicas. Ela deixou claro que nenhum Exército convencional poderia resistir à força da emergente Guardia da nova ordem mundial. Depois daquela, observou Eric de La Maisonneuve, a superpotência só se preocuparia pelo poder igualizante do átomo e pelas guerras infraclássicas (guerrilha, terrorismo), acessíveis aos povos pobres, e contra as quais aquela não tem escudo. Os recentes atentados, simbolicamente assestados ao coração financeiro e à cabeça da maquinaria militar da potência hegemônica do mundo, reforçam a pavorosa percepção de que, contra o acionar do terrorismo, nenhuma defesa é suficiente. Nem a maior fortaleza do mundo, com o seu poderio militar e os severíssimos cuidados nos aeroportos, consegue deter o golpe audaz do terror. Ante essa evidência, o cidadão, que sustenta com seus impostos aquele Estado cujo único compromisso é garantir a sua segurança, sente-se exposto e vulnerável ante um inimigo invisível que, sem brandir poderosos mísseis nem fantásticos escudos nucleares, rouba um avião de linha para acertar em cheio a segurança nacional do guardião do mundo. Essa situação leva o cidadão ao desamparo, afrouxando o tecido social. Por isso o presidente Bush irrompe ao grito de ''Guerra!''. Precisa recuperar rapidamente a coesão social e o controle político do país. Necessita mostrar ao votante que o Estado pode protegê-lo e que não há proteção fora dele. Convoca à grande Guerra do Bem contra o Mal: quem não está com o Bem e a resguardo do Estado norte-americano, estará contra e será aniquilado. A idéia é levantar o sentimento patriótico e de proteção gregária. Mas, contra quem é essa guerra? O terrorismo não tem cara, não tem território, não tem campo de batalha nem frente de combate. ''Guerra contra o terrorismo'' não passa de eufemismo: o terrorismo não se combate com guerra, é invulnerável a grandes Exércitos. Por isso é necessário determinar um território onde aplicar a fúria punitiva e mostrar o poderio bélico de grande potência, definir uma frente política de combate, determinar um inimigo. Daí que as ameaças recaiam sobre nações suspeitas: os Estados que protegerem o terrorismo serão aniquilados, e mais ainda, aqueles que tendo alguma informação e a omitirem também serão considerados inimigos e combatidos. Ante a possibilidade de dissolução social, o presidente Bush crispa a epiderme política do mundo com a radicalidade ''amigo'' ou ''inimigo'', separando ambos pela luta ou a morte. Com essa ameaça pairando sobre os continentes, o terror não apenas atingiu a capital do mundo, mas se projetou pelo orbe. O terror ante a possibilidade de ser considerado inimigo pelo governo norte-americano não parece menor do que o medo infundido pelo terrorismo. Talvez esse terror explique a patética expressão facial de Yasser Arafat quando, trêmulo ante as câmeras de televisão, prometeu apoio ao povo americano. Quiçá narcotizado pelas quotidianas punições militares, Sadat disse o que muitos pensam mas temem explicitar: quem planta ódio, violência colhe. Mas foi o único no mundo árabe que confirmou a regra do alinhamento antiterror. Nem Fidel Castro, de verbo fácil contra seu gigantesco vizinho, animou-se a tanto desde sua redundante ilha. Mas Arafat, máxima autoridade palestina, talvez a maior vítima da intransigência diplomática norte-americana no Médio Oriente, foi muito mais longe e, aproveitando o festival de símbolos, ofereceu seu sangue árabe para socorrer aqueles cuja bandeira é queimada pelos enfurecidos palestinos. Nisto não há qualquer paradoxo: há muito medo. Lamentados os mortos e condenada a violência, que esse fato leve à reflexão aqueles que têm capacidade e liderança para interceder nos muitos conflitos que açoitam o mundo. Que compreendam que ninguém está fora da lógica da violência e que o ódio oculto debaixo do tapete pode irromper como um vulcão em qualquer parte com a face oculta do terrorismo. Que a forma de deslegitimar essa violência é com justiça internacional. Que todos, como Arafat simbolicamente, doem seu sangue no hospital e não nos altares de Marte. Colunistas DORA KRAMER Limites da solidariedade O próximo e decisivo passo da crise provocada pelos atentados de terça-feira nos Estados Unidos, a reação americana, está sendo acompanhado pelo governo brasileiro, com a noção de que George W. Bush joga agora, já com poucos meses de mandato, o destino de sua presidência. Na avaliação do Itamarati, que, por motivos óbvios, não tem caráter oficial, o presidente americano tanto pode dar a volta por cima, na primeira e péssima impressão que causou, como pode afundar-se de vez no isolacionismo e na postura unilateral que, na visão da diplomacia brasileira, acirrou o sentimento antiamericano no mundo, agora substituído pela solidariedade. Caso a reação seja desmedida e acabe por atingir países ou povos cujo único pecado seja a identidade nacional e religiosa com os autores dos atentados, a expressão usada pelos diplomatas é exatamente esta: a solidariedade internacional saberá encontrar seus limites. Pautados pela racionalidade e expectativa de paz. De acordo com essa análise, a dificuldade para Bush reside no seguinte: ele terá de captar com precisão o sentimento do cidadão norte-americano - hoje quase unânime no apoio a reações de força absoluta e ávido por vingança -, assumir a liderança do processo, acalmando ou instigando os ânimos, e ainda balizar esses fatores com emoções, valores e interesses de outras nações, hoje solidárias à América. George W. Bush assumiu acreditando piamente que os Estados Unidos são, não apenas o centro do planeta, mas a razão de ser do universo. Diferentemente do antecessor, Bill Clinton, Bush não demonstrou, até agora, especial habilidade na arte de administrar a presença preponderante da nação norte-americana na convivência com as complexidades das diversas realidades nacionais. Daí a dificuldade do presidente em cumprir acordos, seguir tratados, estabelecer parcerias, levar em conta o outro. Mas o ineditismo e a ousadia da ação terrorista derrubaram a ilusão da inviolabilidade do território americano e expuseram para o sistema, do qual Bush é porta-voz, o real significado do conceito de reciprocidade internacional. Trata-se de um fator nada desprezível a ser considerado na difícil decisão do governo norte-americano, já em franco - mas ainda não explícito - processo de execução. Até agora o discurso americano de conclamação à guerra não guarda correspondência com a cautela dos gestos. Principalmente, porque ainda não se estabeleceu contra quem declarar essa guerra. Os cuidados, também nesse caso, são redobrados, justamente porque os ataques foram feitos dentro dos Estados Unidos. O que autoriza a suposição de que eventuais contra-ofensivas à reação aos atentados de terça-feira, também podem acontecer em território americano. Aliás, pela lógica desvairada do terror não se pode descartar a hipótese de que outros terroristas já tenham sido posicionados previamente, antes do reforço das medidas de segurança para entrada e trânsito no país. E talvez seja essa a principal razão das evasivas que permeiam todas as declarações de autoridades. Ao longo desses dias, as entrevistas dos porta-vozes da Casa Branca, do Departamento de Estado, do FBI e de todas as instâncias governamentais têm se caracterizado pela proposital ausência de informações precisas e abundância de informações dispersas a respeito de prisões de suspeitos e pistas que estão sendo seguidas. Já apareceram suspeitos na América do Sul, na Alemanha, na Inglaterra, no Oriente Médio, em toda parte. Só não se falou ainda abertamente na possível presença de terroristas nos Estados Unidos, à espera da reação para retaliar com nova seqüência de atos. Ritual de resultados O senador Jader Barbalho anunciou, ontem, que reassume a presidência do Senado para renunciar ao cargo na semana que vem, como se tivesse tomado a decisão recentemente. Não foi bem assim. Há algum tempo, semanas mesmo, o comando do PMDB já sabia desse desfecho, até porque Jader sempre teve a perfeita noção de que seu destino não tinha reviravolta possível. Melhor do que ninguém sempre esteve consciente, desde que pediu licença do cargo, de que reassumir a presidência corresponderia a uma imolação em praça pública. E ainda poderia, pelo atrito partidário e institucional que provocaria, inviabilizar os planos do PMDB de eleger o sucessor. Mas, no meio do caminho, havia uma complicação que era a convenção do PMDB. Até que seus aliados assegurassem o comando do partido, não seriam aconselháveis movimentos bruscos. Os pemedebistas, incluindo obviamente Jader, cumpriram então todo o ritual que os levaria aos melhores resultados. Primeiro, abraçaram a tese da candidatura própria e, assim, evitaram a derrota para o grupo de Itamar Franco. Em seguida, ajeitaram uma moldura de retirada estratégica do obstáculo Jader Barbalho e, agora, preparam-se para assumir de fato a presidência do Senado. Topo da página

09/14/2001


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