Burns defende "agenda positiva" para a América Latina



O ano de 2007 será um ano de maior aproximação entre os Estados Unidos e a América Latina, segundo o subsecretário de Estado norte-americano para Assuntos Políticos, Nicholas Burns. Em entrevista ao programa Diplomacia, da TV Senado, ele defendeu a cooperação com o Brasil na área de combustíveis alternativos, ressaltou a consolidação da democracia nas Américas e anunciou o interesse de seu país pela construção de uma "agenda positiva" para a região.

Os Estados Unidos e o Brasil são responsáveis por 70% do mercado global de biocombustíveis, de acordo com o subsecretário, que visitou há poucos dias Brasília e São Paulo. Os dois países, na sua opinião, podem cooperar em pesquisas científicas destinadas a obter maior eficiência na produção de etanol, assim como na criação de um mercado global para o produto - com benefícios para as duas economias.

Ao comentar a situação política da região, o subsecretário lembrou que foram realizadas 13 eleições nas Américas em 2006. Em "quase todos os casos", ressaltou, ocorreu um movimento pela preservação da democracia. A exceção, a seu ver, seria a Venezuela, onde o presidente Hugo Chávez estaria agindo no sentido de enfraquecer o regime democrático. Na sua opinião, o líder venezuelano estaria "isolado" e não representaria a "voz principal" da América do Sul.

- Chávez não está na nossa tela de radar. Poderíamos sentar todos os dias, em Washington, e ficar obcecados por ele, ou então tentar fazer uma agenda positiva com nossos amigos. É isto o que estamos fazendo, e por isso escolhemos uma parceria tão importante com o Brasil - disse Burns.

O programa Diplomacia vai ao ar no mês que vem, a partir do sábado (3), às 11h30 e às 22h30. Será repetido no domingo (4), às 9h e às 16h30.



22/02/2007

Agência Senado


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