Cristovam defende "bancada do basta" para debater agenda positiva



O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) defendeu nesta sexta-feira (9), da tribuna, a formação, no Senado, do que chamou de a "bancada do basta". A frente suprapartidária, segundo o senador, deveria se ocupar com uma agenda para o enfrentamento dos grandes problemas do país. Esse seria o caminho, na sua avaliação, para que o Legislativo pudesse começar o processo de recuperação de sua "desgastada imagem".

O momento negativo vivido pelo Congresso, comentou Cristovam, tem como exemplo de repercussão matéria publicada na revista The Economist, da Inglaterra, na edição de quinta-feira (8). O autor do texto aborda escândalos que eclodiram no Legislativo e questiona a capacidade de os congressistas realizarem reforma política. Diz que o Congresso está tão desmoralizado que cogitar que os políticos possam fazer a reforma seria a mesma coisa que imaginar que "os perus vão decidir fazer a administração do Natal". Nesse caso, interpretou Cristovam, os próprios perus estariam "administrando o corte de seus pescoços".

- Diante de uma matéria como essa, só temos duas alternativas: chamar esse jornalista para um duelo e romper relações com a Inglaterra dizendo que eles são mentirosos ou, mesmo criticando a metáfora utilizada pelo jornalista,reconhecer que demos motivos para ele fazer matéria tão dura - analisou, para concluir que optava pela segunda solução.

Para Cristovam, o que o jornalista fez foi "carregar nas tintas" e levar para o exterior impressão negativa que está firmada no país em relação aos políticos, evidenciada também pela imprensa brasileira, pelo menos desde que surgiu o caso do mensalão. Disse que a classe política está mesmo deixando de cumprir seus deveres e propôs uma reflexão sobre o que chamou de "tragédia".

- Precisamos transformar o que ele chamou de chiqueiro, de uma maneira maldita - que não me agrada nem aceito - em uma Casa digna, uma Casa respeitosa - disse.

Agenda

Ainda sem idéia do que seria a "bancada do basta", atribuída por ele ao jornalistaMilton Jung, que o abordou sobre a reportagem do The Economist,Cristovam disse que conclamou no mesmo dia o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a levar adiante proposta já defendida pelo próprio Renan de estabelecer uma agenda para os próximos 100 dias. Quer, no entanto, que a pauta deixe de fora temas corporativos, como a questão dos salários dos parlamentares.

Para Cristovam, a prioridade seria a discussão do salário mínimo, de projetos para a educação e a segurança pública e da própria reforma política, além de propostas para o crescimento econômico. Nesse último ponto, o senador disse que o debate pode partir da análise do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado pelo governo em janeiro.

Cristovam acredita que a agenda pode atrair todos os 81 senadores, que até podem escolher um final de semana inteiro de trabalho, em Brasília, para colocar a idéia em marcha. O senador também aponta a necessidade de envolvimento da Câmara nesse processo, a fim de as duas Casas seguirem no mesmo sentido.



09/02/2007

Agência Senado


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