Busatto denuncia uso indevido dos recursos do caixa único do Estado
O deputado Cézar Busatto (PMDB), vice-presidente da Comissão de Fiscalização e Controle, da Assembléia Legislativa, denunciou ontem à noite em Veranópolis, durante a audiência pública promovida pelo Fórum Democrático para debater com a sociedade a execução do orçamento de 2000, que os recursos do caixa único do Estado foram indevidamente utilizados, a ponto de, em dezembro de 2000, apresentar um déficit da ordem de R$ 1,1 bilhão. Para ele, o Governo do Estado não poderia fazer uso das receitas vinculadas ao caixa único, como o salário educação, os recursos da Ford e da Caixa Econômica Estadual - Agência de Fomento, dentre outras. Da mesma forma, chamou a atenção para o desperdício de dinheiro público pela não continuidade das obras iniciadas no governo Britto, em especial as que se referem a construção de estradas.
O presidente da CFC, deputado Berfran Rosado (PMDB), por sua vez, considerou a ausência de representantes do Executivo estadual e dos deputados governistas, nas audiências públicas coordenadas por sua Comissão, como uma falta de argumentos para explicar às comunidades do interior o por quê do não atendimento das prioridades encaminhadas através do Orçamento Participativo e do Fórum Democrático. “Foram mais de 300 mil pessoas que, democraticamente, participaram dos encontros populares e que, no mínimo, mereciam receber explicações dos seus governantes”, declarou Berfran.
Da mesma forma, o deputado Francisco Appio (PPB) criticou a não aplicação de quase metade dos recursos orçamentários em obras e serviços indispensáveis ao desenvolvimento do Estado e da melhoria da qualidade de vida dos gaúchos. O primeiro vice-presidente da Mesa Diretoria da Assembléia manifestou, ainda, sua inconformidade pelo descaso do Governo às prioridades indicadas pela população nos encontros populares promovidos pelo próprio Executivo e pela Parlamento gaúcho.
Ele disse que na região serrana apenas 10% dos recursos previstos foram aplicados. “Onde foi parar o dinheiro público economizado pelo Governo na não aplicação do orçamento ?”, indagou Appio. Segundo ele, a população gaúcha saberá, no momento oportuno, dar sua resposta ao “descaso governamental” para com suas prioridades.
Durante mais de duas horas, prefeitos (quase uma dezena), empresários e lideranças das forças vivas da macrorregião Nordeste, lotaram o auditório da Escola Regina Coeli, discutiram os prejuízos resultantes pela não execução das obras e serviços constantes do orçamento de 2000.
06/26/2001
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