CABRAL ALERTA SOBRE AMEAÇA DE EXTINÇÃO DO PEIXE-BOI
Ao alertar sobre a ameaça de extinção do peixe-boi amazônico, o senador Bernardo Cabral (PFL-AM) denunciou nesta sexta-feira (dia 22) a falta de repressão eficaz à captura e à caça desse mamífero. Ele fez um apelo ao Ministério do Meio Ambiente e da Amazônia Legal e ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) para que providenciem a formação de brigadas sazonais para tentar preservar o peixe-boi. - Esses animais, por serem lentos e dóceis, tornam-se presas fáceis dos pescadores, sendo abatidos primeiramente com arpões e, em seguida, asfixiados com a colocação de rolinhos de madeira em suas narinas, para que morram sem lutar - informou Bernardo Cabral.O senador pelo Amazonas elogiou o trabalho de entidades de preservação do meio ambiente, que tentam evitar a extinção dos peixes-boi através do combate à degradação do seu habitat natural, da conscientização das comunidades ribeirinhas e do resgate e tratamento de animais feridos e encalhados. O Instituto de Pesquisa da Amazônia, segundo Bernardo Cabral, também está envolvido no trabalho de preservação do peixe-boi. Em abril do ano passado, comentou o senador, cientistas conseguiram reproduzir o animal em cativeiro. Esse foi o primeiro registro científico de reprodução da espécie fora de seu ambiente natural.Bernardo Cabral também chamou atenção sobre a maior vazante dos últimos 128 anos que está sendo registrada nos rios da região amazônica. Ele completou que as águas dos rios desceram a níveis tão dramáticos, que os grandes animais estão ficando encalhados nos leitos quase secos, tornando-se presa fácil dos pescadores.- Para os peixes-boi, confinados em canais estreitos e poços pouco profundos, a seca é o cenário de uma armadilha mortal. Até agora, já foram capturados e mortos 550 peixes-boi, segundo dados oficiais do Ibama - informou Bernardo Cabral.APARTESAo ressaltar a importância do discurso de Cabral, o senador Lauro Campos (PT-DF) comentou que as questões relacionadas à preservação da natureza deveriam preocupar a todos os brasileiros, porque elas significam a própria preservação da raça humana. Já o senador Lúdio Coelho (PSDB-MS) lembrou que no próprio Planalto Central já se percebe a diminuição do número de animais como tatus e tamanduás.Por sua vez, o senador Epitácio Cafeteira (PPB-MA) disse que o discurso do senador pelo Amazonas havia lhe causado duas "surpresas". A primeira, negativa, por achar que a extinção do peixe-boi era um assunto de pouca importância. "Depois, atento ao desenrolar da intervenção de Bernardo Cabral, surpreendi-me com o valor do discurso", revelou.O senador Osmar Dias (PSDB-PR) comentou que o país está pagando caro pelo desequilíbrio ecológico que vem sendo causado pelo mau aproveitamento das terras destinadas à agricultura. Ele protestou também contra a contaminação das águas, que vem prejudicando a saúde da população.
22/01/1999
Agência Senado
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