CABRAL DEFENDE CRIAÇÃO DA AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS



O senador Bernardo Cabral (PFL-AM) declarou ao plenário, nesta sexta-feira (dia 4), seu voto favorável ao projeto do governo que cria a Agência Nacional de Águas (ANA) e profissionaliza a área de gerenciamento de recursos hídricos, do qual é relator na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Afirmando que "a água é o ouro do século 21", Cabral frisou que a questão da água deve ser repensada e receber mais atenção.
- Por muito tempo se pensou que a água era um bem inesgotável e que jamais precisaríamos nos preocupar com ela. Se essa preocupação fosse mais antiga, hoje a água não seria tão cara como é - observou o senador.
Cabral lembrou que já foi contra a criação da ANA por acreditar que a Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente teria condições de tratar da questão, mas hoje mudou de opinião. Ele pregou a fiscalização sobre as ações do governo nessa área, acrescentando que depois da criação da ANA "não haverá mais desculpas de falta de pessoal e recursos".
Bernardo Cabral lembrou que no Oriente Médio países fazem guerra por fontes de água e outros gastam fortunas com dessalinização. "Aqui ficamos apenas contemplando nossas riquezas", disse o senador, acrescentando que o problema é cultural e pode ser superado com a ajuda dos profissionais da ANA.
Em aparte, o senador Mozarildo Cavalcanti (PFL-RR) louvou a criação da ANA, mas manifestou sua preocupação com o que chamou de "modismos". Ele lembrou que "há algum tempo a moda era criar fundações, o que acabou gerando frustrações enormes". O senador observou, no entanto, que os recursos hídricos precisam estar "desamarrados" de um ministério. Mozarildo expressou ainda sua preocupação com a interferência das organizações não governamentais (ONGs), que chamou de colonialismo moderno.
Também em aparte, o senador Nabor Júnior (PMDB-AC) citou dados da Fundação Nacional de Saúde segundo os quais 60% da água tratada e distribuída em Rio Branco (AC) são perdidos, contra uma média nacional de 40% de perdas. "Não se pode perder tanta água, depois de investir em seu tratamento", disse. O senador Carlos Patrocínio (PFL-TO) disse que esta é uma questão de vital importância para o futuro da vida no planeta. "Se nada mudar a previsão é de que em 20 ou 30 anos cada pessoa tenha a seu dispor no máximo 50% da água que tem hoje, por causa do desmatamento, do aumento da população mundial e da poluição", disse Patrocínio.

04/02/2000

Agência Senado


Artigos Relacionados


Bernardo Cabral lança novo caderno sobre Agência Nacional de Águas

CAS APROVA CRIAÇÃO DA AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS

CCJ DÁ PARECER FAVORÁVEL À CRIAÇÃO DA AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS

CRIAÇÃO DA AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS MARCOU TRABALHO DAS COMISSÕES

MARIA DO CARMO ELOGIA CRIAÇÃO DA AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS

MARINA PEDE CAUTELA NA CRIAÇÃO DA AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS