CABRAL DENUNCIA DISCRIMINAÇÃO CONTRA ZONA FRANCA DE MANAUS
O senador Bernardo Cabral (PFL-AM) protestou hoje (dia 28) contra decisão do BNDES de excluir o estado do Amazonas do projeto de financiamento para construção de uma nova fábrica de cinescópios no Brasil, empreendimento estimado em US$ 500 milhões.
Cabral afirmou que, conforme o edital que será publicado, a nova fábrica de tubos de imagem para TV poderá se instalar em qualquer parte do território nacional, com exceção da Zona Franca de Manaus. "Essa posição do governo demonstra uma clara discriminação contra o estado do Amazonas", enfatizou.
De acordo com o senador, está na região Amazônica a maior parte do mercado consumidor de cinescópio e a capacidade das fábricas Philips e Samsung vai atender a todos os montadores de televisão. "Não há lógica que justifique a ação do BNDES, a não ser um profundo desconhecimento do que vem ocorrendo no mercado de Manaus", acrescentou.
Cabral citou declaração do superintendente da Zona Franca, Mauro Costa, defendendo atuação mais firme dessa área como exportadora. "Se esse é o pensamento do superintendente, homem de confiança do governo federal, porque o BNDES exclui o estado do Amazonas do projeto?", questionou.
Em aparte, o senador Vilson Klinübing (PFL-SC), vice-líder do governo, elogiou a política do BNDES de financiar empresas para que produzam no Brasil os produtos importados. Para ele, a localização do investimento é outra questão.
Já o senador Jefferson Péres (PSDB-AM) apoiou o protesto de Cabral, afirmando que toda a bancada do Senado deveria agir de maneira firme para que esta discriminação contra o estado do Amazonas não prosperasse. Lauro Campos declarou-se "estarrecido com a atitude do governo".
Também aparteando, o senador Jonas Pinheiro (PFL-MT) considerou a exclusão da Zona Franca um equívoco do BNDES, já que, a seu ver, a política dessa instituição sempre foi de incentivo à região.28/08/1997
Agência Senado
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