CAE autoriza empréstimos externos para Rio e São Paulo
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou nesta terça-feira (19) pareceres favoráveis a autorizações para duas operações de crédito externo, uma das quais trata de empréstimo do Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) ao estado do Rio de Janeiro, no valor de até US$ 44 milhões, para financiamento parcial do Programa Estadual de Transportes.
Com garantia da União, a operação prevista na mensagem do Executivo (MSF 31/08) é um aditivo a contrato anterior, de 1999, com aumento do valor e ajustes nas condições financeiras iniciais. A mensagem foi relatada pelo senador Gerson Camata (PMDB-ES), que apresentou voto pela aprovação. O estado terá prazo total de 15 anos para pagar o empréstimo, inclusive cinco anos de carência.
Uma segunda mensagem (MSF 32/08) pede autorização para a operação que abre crédito de até US$ 10 milhões ao estado de São Paulo, com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), para programa de fortalecimento de arranjos produtivos locais, com ênfase nas micro e pequenas empresas. O empréstimo também será garantido pelo Tesouro Nacional e teve sua aprovação recomendada pelo relator, senador Cícero Lucena (PSDB-PB).
As duas mensagens vão agora a Plenário, com recomendação da CAE para que sejam examinadas com urgência.
Ipea
Pedido de vista coletivo adiou o exame de uma terceira operação de crédito (MSF 02/08), no valor de até US$ 7,15 milhões. O empréstimo, também do BID, tem como propósito financiar parcialmente pesquisas para diagnóstico e definição de alternativas para o desenvolvimento do Brasil. A responsabilidade da execução é da Secretaria de Planejamento de Longo Prazo da Presidência da República, via Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O pedido de vista partiu do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG). Segundo ele, o Ipea vem sendo conduzido de forma política e, por motivação dessa ordem, chegou a afastar pesquisadores de sua equipe nos últimos tempos. Por isso, disse que via, com temor, a possibilidade de uso dos recursos com "viés partidário".
A operação foi recomendada pelo relator, senador Sibá Machado (PT-AC), que atuou como substituto de Francisco Dornelles (PP-RJ). Depois de reforçar o pedido de vista, Flexa Ribeiro (PSDB-PA) defendeu entendimentos com Dornelles antes do retorno da proposta à pauta. Segundo ele, é importante obter mais dados sobre a destinação dos recursos. Para isso, o senador disse que pode até ser necessário convocar audiência com o titular da Secretaria de Planejamento de Longo Prazo, Mangabeira Unger, e pesquisadores do Ipea.
Banco piauiense
Foi também adiado o exame de mensagem (MSF 254/07) em que o governo propõe alterações em contrato firmado entre a União e o estado do Piauí, de 1999, no qual a União era autorizada a privatizar o Banco do Estado do Piauí (BEP) - nas condições do PROES, o programa de incentivo para a saída de instituições financeiras do controle estadual. Como a privatização não avançou, agora o governo quer incorporar o BEP ao Banco do Brasil, precisando antes da autorização do Senado para alterar o contrato original.
O adiamento resultou de acordo proposto pelo senador Heráclito Fortes (DEM-PI), que se encontra à espera de informações sobre a situação patrimonial do banco estadual. O relator da mensagem é o senador Inácio Arruda (PC do B-CE), autor de voto a favor da mudança do contrato para que o BEP, no lugar de ser privatizado, seja finalmente incorporado ao BB.
No relatório, Inácio Arruda afirma que esse desfecho "atende aos anseios da sociedade piauiense pela manutenção do banco como instituição pública".
19/02/2008
Agência Senado
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