CAE QUER DEBATER GUERRA FISCAL COM GOVERNADORES



A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprecia, nesta terça-feira (dia 1º), a partir das 10h, requerimento do senador Ney Suassuna (PMDB-PB) solicitando que a comissão realize audiência pública com os governadores Mário Covas (SP), César Borges (BA), Olívio Dutra (RS), José Ignácio (ES), Jayme Lerner (PR), Tasso Jereissati (CE) e José Maranhão (PB) para que seja discutida a guerra fiscal entre os estados.
As "divergências fiscais entre os estados", como define o presidente da CAE em seu requerimento, vem provocando disputas pela instalação de indústrias. A isenção de impostos, como o ICMS, concedido a determinadas atividades produtivas em estados, está provocando reações, como a do governo do Rio Grande do Sul, que já anunciou sua intenção de taxar os produtos que sejam beneficiados pela redução de tributos nos estados de origem.Em outro episódio, o governador de São Paulo acusou o governo baiano de estar oferecendo incentivos para levar indústrias já instaladas em cidades paulistas. A Bahia, por exemplo, conseguiu a instalação de uma fábrica da Ford no estado, e o Paraná, da mesma forma, levou a Renault a montar uma fábrica na cidade de São José dos Pinhais.
CORREIOS
O segundo item da pauta da CAE é a mensagem presidencial que solicita ao Senado autorização para a elevação temporária do limite de endividamento da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), com a contratação de dois empréstimos junto a instituições estrangeiras.
A solicitação do governo tem como objetivo o financiamento "de ações de recuperação e modernização empresarial e tecnológica", parte do Programa de Ampliação do Sistema de Telecomunicação e do Sistema Postal (Paste). Os empréstimos, de 121,5 milhões de marcos alemães, junto ao Kreditanstalt für Wiederaufbau (KFW), e de 53,8 milhões de euros, junto ao Société Genéral (Banco Sogeral), têm o Banco do Brasil como garantidor.
A mensagem tem parecer favorável do senador Wellington Roberto (PMDB-PB), que apresentou projeto de resolução aprovando a ampliação do limite de dívida da ECT e a contratação dos créditos que, segundo ele, estão de acordo com as condições da Resolução 96/89 do Senado.
- Os empréstimos são destinados ao financiamento de bens importados, de origem alemã e francesa, e permitirão à ECT executar seu projeto de automação, com o objetivo de dotar o sistema postal brasileiro de estrutura empresarial e tecnológica que permita enfrentar o desafio de oferecer serviços com maior qualidade rapidez, confiabilidade e segurança - justificou Wellington Roberto.

31/01/2000

Agência Senado


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