CAFETEIRA LAMENTA PERDA DA ESTABILIDADE DO SERVIDOR
"Hoje é o dia da morte do mordomo porque o bandido da história sempre foi o mordomo. E bandido dos problemas do Brasil sempre foi o funcionário público. Assim, hoje é o dia em que vão assassinar o funcionário público, que perderá a sua estabilidade e garantias", afirmou o senador Epitácio Cafeteira (PPB-MA), ao discursar hoje (dia 10) antes da votação, pelo Senado, da proposta de reforma administrativa.
- O governo tudo quer e tudo pode. E vai conseguir também aprovar o fim da estabilidade no serviço público. E a partir daí? Quem vai ser o próximo vilão da História do Brasil? Quem assumirá a condição de vilão no lugar do funcionário público? - indagou Cafeteira.
O senador disse ainda que a movimentação dos trabalhadores em frente ao Congresso Nacional não intimidava ninguém, uma vez que o que deveria incomodar cada um seria sua própria consciência e a certeza de que o preço que estamos pagando pelo fim da inflação é, nada mais nada menos, que o crescente desemprego.
A propósito, Epitácio Cafeteira observou que "o desemprego é a perda da cidadania, da respeitabilidade do chefe da família", assinalando que a reforma administrativa vai abrir espaço para o desemprego no poder público. Nesse setor, na sua opinião, os chefes de família passarão "a viver a incerteza, a agonia, o receio da perda do emprego".
- Estamos guardando a Constituição na gaveta enquanto ela não é modificada. Depois de 35 anos de vida pública jamais encontrei um movimento maior de mudança da Constituição como o de hoje - afirmou.
Cafeteira citou ainda o caso de um ex-governador do Maranhão, Benedito Leite, que se recusou a assinar um decreto que permitia o fechamento da escola modelo daquele estado, alegando que preferia ter a mão cortada a assinar tal papel. Epitácio Cafeteira disse que "não vota contra o funcionário público". A exemplo de Benedito Leite, preferia que retirassem seu mandato do que usar esse mandato para "apunhalar o funcionalismo público da minha terra".
10/02/1998
Agência Senado
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