RAMEZ TEBET É FAVORÁVEL À ESTABILIDADE DO SERVIDOR



Com o argumento de que o servidor público não pode ficar sujeito à ameaça de governantes, o senador Ramez Tebet (PMDB-MS) voltou a defender hoje (dia 30) a estabilidade do funcionalismo, explicando que é essencial essa garantia para quem ingressou na carreira por concurso. Na sua opinião, o poder público devia fazer reforma administrativa "em cima dos gastos desnecessários, não às custas do servidor".

Tebet criticou as metas governamentais de demissão de servidores, afirmando ser injustificável a adoção de medidas para dispensar pessoas concursadas e garantidas pela Constituição, numa época em que o desemprego já é tão assustador. O senador previu que, antes do ano 2000, essa reforma não se aplicará, e lembrou que daqui a alguns meses as demissões no serviço público serão proibidas, em razão da campanha para as eleições de outubro.

Ele admitiu que a administração pública padece de sérias deformações, porém muito mais de ordem cultural que legal. E declarou não acreditar que a reforma administrativa em estudo seja solução milagrosa para resolver o problema da Federação brasileira e as dificuldades enfrentadas pelo poder público nos estados e municípios.

Ramez Tebet também explicou que, na forma como veio da Câmara, o projeto não quebra a estabilidade do servidor. "Ele altera dispositivos, mas mantém o instituto da estabilidade", afirmou o senador, explicando que, após três anos de efetivo exercício, os servidores concursados serão estáveis. "A única diferença é que o estágio probatório, hoje de dois anos, passará a ser de três anos", acrescentou.

A seu ver, a única inovação na reforma são os procedimentos de avaliação periódica, em razão de insuficiência de desempenho do servidor, assegurada a ampla defesa. "Aqui também não se quebra a estabilidade do servidor, apenas se coloca no texto constitucional a avaliação periódica por insuficiência de desempenho", frisou.

Apesar das restrições à proposta em tramitação, Ramez Tebet anunciou que votará a favor da reforma administrativa, mas apoiará também as emendas destinadas a corrigir suas imperfeições. Em sua opinião, a reforma insere-se num processo de aperfeiçoamento. "O processo é didático. Temos que mudar o Brasil, mas vamos fazê-lo sem cometer excrescências", disse ele.



30/01/1998

Agência Senado


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