Cafeteira quer fortalecer Senado como Casa revisora



A principal bandeira do senador eleito Epitácio Cafeteira (PTB-MA) na legislatura que se inicia em 2007 será a defesa do Senado como Casa revisora. Para Cafeteira, é preciso lutar a fim de que o Senado tenha um grupo forte e coeso de parlamentares em defesa do interesse da sociedade na votação de projetos oriundos da Câmara dos Deputados e da Presidência da República. Isso porque, na opinião desse político que acumula uma experiência de 20 anos no Congresso Nacional (quatro legislaturas como deputado federal e uma como senador), o Senado atua prioritariamente como uma Casa revisora.

- Sendo uma Casa revisora, o que acontece se não tiver um grupo com interesses comuns? Não aprova nada - disse Cafeteira, ao lembrar que assistiu "estarrecido" ao fim da estabilidade para os funcionários públicos justamente porque não existia um grupo forte de parlamentares capaz de impedir a aprovação da matéria.

Cafeteira volta ao Senado, após sete anos de seu primeiro mandato como senador, com 1.016.240 votos, que representam 39,37% dos votos válidos no Maranhão. Ele avalia como importante a renovação política pela qual passou o Congresso Nacional na eleição deste ano. No entanto, segundo o senador eleito, ainda não é possível avaliar se essa renovação é ou não positiva.

- Sem o resultado do segundo turno das eleições presidenciais, fica muito difícil prever o que vai acontecer depois - afirmou.

O senador eleito, que também foi governador do Maranhão entre 1986 e 1990, é decano entre os 81 senadores que comporão a próxima legislatura. Aos 82 anos, avalia como positivas algumas reformas políticas que estão sendo propostas e realizadas. A chamada cláusula de barreira, por exemplo, que deve restringir a atuação parlamentar de partidos políticos que não obtiverem 5% dos votos apurados nas eleições para a Câmara dos Deputados, com no mínimo 2% deles em pelo menos nove estados é, para o senador eleito, uma forma de acabar com os "partidos de aluguel".

- Há partidos pequenos que existem só para se vender. Com a cláusula de barreira, a tendência é que eles desapareçam - afirmou Cafeteira.



09/10/2006

Agência Senado


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