CALHEIROS COBRA DO GOVERNO REATIVAÇÃO DO PROÁLCOOL
Senador por Alagoas - segundo estado maior produtor de álcool no país -, Calheiros ressaltou que a desativação do programa provocou a insolvência do setor, o fechamento de onze unidades produtoras, desemprego de 70 mil trabalhadores e o descrédito da população que adquiriu carros a álcool. Para reverter essa situação, acrescentou, o governo deveria cobrar estudos e soluções do Comitê Internacional do Açúcar e do Álcool, voltar a produzir veículos movidos pelo combustível e estabelecer regras para o setor, definindo, sobretudo, a fatia que caberá ao álcool na matriz energética brasileira.
- Não creio que seja uma postura correta fazermos apenas a arqueologia dos nossos fracassos. Temos êxito e já demonstramos ao mundo nossa capacidade inovadora diante da iminente crise energética. O Proálcool se converteu em palavrão, mas devemos identificar onde erramos, reativar o programa e não repetirmos os erros do passado, frisou Renan Calheiros.
Ele lembrou a recente crise do petróleo, "que não será a derradeira", advertiu, quando o barril do produto chegou a US$ 34, mas as importações brasileiras ficaram nos 230 mil barris/dia. De acordo com Calheiros, isso deveria servir como um "rememorizador para os burocratas governamentais que insistem em conspirar contra a importância do álcool como matriz energética".
O parlamentar defendeu ainda a criação da chamada "frota verde", formada por veículos oficiais, táxis e carros de locadoras movidos a álcool, que abarcaria 10% do mercado. Isso funcionaria como "um importante sinalizador para a indústria", observou.
Em aparte, o senador Nabor Júnior (PMDB-AC) defendeu a retomada do Proálcool como meio de reduzir as importações de petróleo. O senador Carlos Patrocínio (PFL-TO) afirmou que o programa é essencial porque o país não deve ficar refém da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e dos países produtores. Já a senadora Heloísa Helena (PT-AL) quer a retomada do Proálcool conjuntamente com uma discussão que envolva e reforma agrária, política agrícola, trabalho infantil e relações do trabalho. Por último, o senador Geraldo Mello (PSDB-RN) disse faltar "coragem" ao governo para retomar o programa, pois ainda há muitos "preconceitos" com relação à política para o setor sucro-alcooleiro no país.
07/04/2000
Agência Senado
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